Edição online quinzenal
 
Sexta-feira 26 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

Zona Euro enfrenta a segunda grande crise.

27-03-2020 - Jorge Bateira

A Zona Euro enfrenta a sua segunda crise numa década, mas desta vez as posições fiscal e monetária iniciais são muito piores do que em 2010. Há mais uma vez um risco real de que a Zona Euro possa explodir, adverte o Les Échos. Essa velha discussão está agora de volta à agenda. Estão à vista desacordos dentro do Eurogrupo e do Conselho do BCE. Os rácios da dívida e do défice têm divergido desde 2010 e espera-se que divirjam ainda mais nos próximos meses. Não é rebuscado ver um cenário em que a dívida pública poderia aumentar em 50% do PIB. Alguns Estados-membros têm capacidade para se financiarem nos mercados a taxas baixas, enquanto outros verão aumentar os seus prémios de risco. Será que o BCE fará o que for preciso desta vez?

A capacidade de acção conjunta dos Estados-membros será testada. Não só a sua margem orçamental é diferente, como também existe uma inconsistência temporal entre os Estados-membros quando se trata de tomar decisões sobre como combater a propagação do vírus. A Itália não tem tempo para esperar enquanto a Alemanha se prepara lentamente. Os Estados-membros também parecem ter taxas de mortalidade diferentes. Assim, as suas respostas revelam diferentes escolhas políticas a qualquer momento do tempo.

Como pode ser formulada uma resposta comum da Zona Euro se todos se encontram num ponto diferente da curva? Isto só pode acontecer se os Estados-membros onde os casos e as mortes ainda estão num nível inferior se absterem de pensar que poderiam estar em melhor situação do que os outros. Caso contrário, veremos surgir os mesmos preconceitos de há dez anos: norte contra sul, credores contra devedores. Será um banquete para os populistas.

O Eurogrupo já viveu a sua primeira ronda de divisões. A ideia de um fundo comum para ajudar os Estados-membros a combater a crise foi imediatamente rejeitada por Mark Rutte [primeiro-ministro da Holanda]. Angela Merkel deu a sua habitual resposta ambígua, acolhendo-a como uma ideia interessante, deixando aos outros Estados-membros o papel de a bloquear. A crise da zona euro está de volta. Desta vez pode ser fatal.

[Minha tradução da nota de Wolfgang Münchau no Eurointelligence]

Zona euro enfrenta segunda grande crise

A zona do euro enfrenta sua segunda crise em uma década, mas desta vez as posições fiscais e monetárias iniciais são muito piores do que em 2010. Há novamente um risco real de que a zona do euro possa explodir, alerta Les Échos. Essa discussão antiga está de volta à agenda. Já vemos desacordos no eurogrupo e no conselho do BCE. Os rácios da dívida e do défice divergiram desde 2010 e espera-se que divirjam ainda mais nos próximos meses. Não é demais ver um cenário em que a dívida pública possa aumentar em 50% do PIB. Alguns estados membros têm a capacidade de explorar os mercados a taxas baixas, enquanto outros verão seus prêmios de risco aumentarem. O BCE fará o que for necessário? 

A capacidade dos Estados membros para acção conjunta será testada. Além de seu espaço fiscal ser diferente, também há uma inconsistência de tempo entre os Estados membros no que diz respeito à tomada de decisões sobre como combater a propagação do vírus. A Itália não tem tempo para esperar enquanto a Alemanha se prepara lentamente. Os Estados-Membros também parecem ter taxas de mortalidade diferentes. Suas respostas, portanto, revelam diferentes escolhas políticas em um determinado momento. 

Como pode ser formulada uma resposta comum da zona do euro se todos estão em um ponto diferente da curva? Isso só pode acontecer se os países membros em que os casos e as mortes ainda são mais baixos intervêm e se abstêm de pensar que poderiam estar em melhor situação do que os outros. Caso contrário, vemos os mesmos preconceitos surgindo há dez anos: norte versus sul, credores versus devedores. Será um banquete para os populistas. 

O eurogrupo já passou por sua primeira rodada de divisões. A ideia de um vínculo corona comum para ajudar os Estados membros a combater a crise foi imediatamente rejeitada por Mark Rutte. Angela Merkel deu sua resposta ambígua habitual, acolhendo-a como uma ideia interessante, deixando-a aos outros Estados membros para bloqueá-la no final. A crise da zona do euro está de volta. Desta vez, pode ser fatal.

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome