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Informatizados

18-07-2014 - Henrique Pratas

Já há algum tempo venho reparando que pais e filhos não comunicam verbalmente comunicam sim através de meios electrónicos, postos à disposição de todos nós.

Nas consultas médicas sentam-se pai e filho e cada um puxa do seu IPAD ou ANDROID e em vez de conversarem normalmente como eu acho que deveria acontecer, começa cada um para seu lado a jogar ou a elaborar esquemas mais ou menos sofisticados, consoante o equipamento que têm mas conversar entre eles sobre as coisas da vida familiar nada, será que as comunicações agora entre pais e filhos se fazem por via electrónica?

Não entendo e não gosto nada de ver estas situações as pessoas foram parametrizadas e já não conseguem comunicar sem ser através de meios electrónicos ou já nem sequer falam entre eles das coisas da vida que lhe dizem respeito.

Pais e filhos só falam sobre os novos programas e jogos postos à disposição nos equipamentos informáticos e o diálogo onde é que se enquadra, será que caminhamos para uma sociedade onde as pessoas não interagem entre si?

Como já referi acho um excesso a utilização dos equipamentos móveis mais ou menos sofisticados em detrimento de uma boa conversa onde se manifestam acordos e desacordos e se discute a vida, convivemos, almoços e bebemos uns copos, os copos não o conteúdo dos copos.

A desumanização da sociedade está a caminhar a passos largos para a informatização sistémica e sistemática e quando alguma coisa não funcionar, lá vem a desculpa usual “não podemos fazer nada sem sistema”.

Entendo que todo este tipo de equipamento que é colocado à nossa disposição é para nos servir e não para que sejamos escravos deles, não sou contra o desenvolvimento das novas tecnologias mas sou defensor de uma utilização conveniente e adequada, como objectivo de nos proporcionar maior e melhor qualidade de vida.

Tenho um amigo que quando trabalhámos numa empresa pública de transportes nos anos 80, já pretendia colocar o n.º dos autocarros no tejadilho, par o que os mesmos fossem controlados pela via aérea é um visionário, tivemos que lhe dizer na altura Francisco, aguenta lá os cavalos e não ponhas a carroça à frente dos bois e o nosso amigo lá se ficou com a sua ideia que era brilhante, se isto funcionasse, porque iria facilitar a localização dos autocarros, definir horas de chegada, atrasos, intervenções mecânicas, quando necessárias, substituição de autocarro quando ocorresse uma avaria que impedisse o outro de continuar viagem, enfim uma série de tomadas de decisão e criação de novos postos de trabalho, que permitissem aos transportes de passageiros e mercadorias, funcionarem de forma eficiente e eficaz, visando sempre a prestação de um serviço de qualidade.

Estávamos em meados dos anos 80 e tivemos que colocar esta ideia como muitas outras na gaveta, não foi o socialismo, isso foi obra de Mário Soares, porque tal e qual como hoje o País não estava preparado e hoje acho que se encontra num estado pior do que se encontrava naquela altura, para tantas e tantas ideias que tínhamos para que os transportes funcionassem como “il faut”.

Ainda dizem que nós não somos capazes e não temos ideias tivessem os incompetentes Governos sucessivos que tivemos desde o 25 de abril até aos dias de hoje e este País seria outro dou o exemplo dos transportes, mas poderia dar muitos mais indústria naval, siderurgia, construção civil e em todos nos sectores produtivos da economia e seriamos de certeza um País mais saudável mas a ganância dos detentores do capital, associado à mentalidade retrógrada dos diferentes Governos, estamos neste lindo estado.

Já agora acabei de ler que a família Espirito Santo pede protecção perante os credores, quando foi para gastar e fazer todo o tipo de trafulhices não falaram com ninguém e agora é quem nos acode e quem ajuda a matar a fome a milhões de portugueses, em que nada contribuíram para que este País chegasse ao estado a que chegou, isto é preciso ter cá uma lata.

A família Espirito Santo gastou à tripa forra e agora quer protecção dos credores, que grande descaramento, quando foi tempo de partilhar os avultados dividendos que obterão das negociatas que efectuaram pelos trabalhadores e a desenvolver o País não se lembraram deles e agora querem protecção perante os credores, quem nos protege anós se algum dia precisarmos, quando a única coisa que temos para vender é a nossa força de trabalho, sujeita a um preço que os detentores do capital querem que seja o mais barata possível.

Remato este meu texto apelando a todos que reatem as amenas cavaqueiras entre pessoas discutindo os problemas reais das pessoas que habitam este País.

Henrique Pratas

 

 

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