COVID – 19
20-03-2020 - Joaquim Jorge
Este vírus veio, de novo, mostrar o que há de pior na nossa sociedade. Uma correria para os supermercados e salve-se quem puder.
As autoridades sanitárias explicam, e bem, que há motivos de inquietação e necessidade de estar alerta, mas não há nenhuma razão para entrar em pânico. A histeria propaga-se muito mais depressa que o vírus, entre febris coberturas mediáticas, colapso dos mercados e medidas drásticas das autoridades.
Vamos ver onde nos conduz esta situação de stress colectivo, que verossimilmente será prolongada.
Nesta altura de infortúnio, em que está em causa a ordem social, há sempre um aumento da perversidade e vem ao de cima a essência do ser humano.
O esgotamento nervoso saca o pior de muitos cidadãos e desencadeia dinâmicas mesquinhas, linchamentos e boatos a partir de rumores e delírio colectivo.
Os ânimos estão amargurados pela presença do vírus.
O Covid – 19 vai limitar o nosso espaço de livre circulação. Ao fechar-se uma universidade ou uma escola tem que se exigir que as pessoas fiquem em casa e não possam ir para a praia ou o shopping.
Em França ao realizar-se o jogo da Liga dos Campeões à porta fechada não impediuum aglomerado de adeptos do PSG fora do Parque dos Príncipes igual ou maior à que estaria no estádio.
A disseminação deste vírus é algo novo e imprevisível, mas as tomadas de posição senão forem complementadas não têm efeito prático nenhum e devem ser rapidamente revistas e alteradas em tempo real.
O governo fechou todas as escolas, os alunos sem aulas acarretam que milhares de pais têm que ficar em casa sem ir trabalhar. O país vai parar e será um cenário brutal da alteração da normalidade.
O governo deve começar a pensar em racionar comida nos supermercados como o fez para a gasolina o ano passado.
Estou preocupado, terei cuidados redobrados com a minha higiene pessoal e no contacto com as pessoas, mas irei dentro dos possíveis, procurar ter uma vida normal.
Tem a palavra o governo com uma linha de acção eficaz antecipando e prevendo situações anómalas para haver paz social.
Biólogo, fundador do Matosinhos Independente
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