ATERRADOR!
13-03-2020 - Joaquim Jorge
Há tempos escrevi no Noticias ao Minuto um artigo de opinião, em que achava que Portugal não tem concerto e tornou-se um país de “ladrões de colarinho branco”.
Nestes dias de epidemia e psicose do coronavírus, em que me vem à ideia a epidemia da peste, ou mais recentemente, o ébola que foram muito mais letais. A nossa sociedade está a ficar distópica, que nos obriga a saudarmo-nos com o cotovelo, realizar programas sem público, não se pode fazer planos para ir de férias, medo de falar com outras pessoas, etc..
Há um sentimento de alarme que a comunicação social alimenta. Há razões para alguma inquietação e necessidade de estar alerta,mas não há razão nenhuma para entrar em pânico e a histeria se propaga muito mais depressa que o vírus.
Há outros assuntos bem importantes que estão a passar para segundo plano. A corrupção em Portugal é uma espécie de vírus do comportamento muito contagioso. Infelizmente muitos portugueses estão com esta enfermidade. Como diz António Barreto,“apolíticaactualmente é tóxica”.
Há corrupção nos banqueiros, empresários, dirigentes do futebol, escritórios de advogados, sociedades de consultadoria e auditoria, departamentos governamentais, autarquias. Os casos sucedem-se.
Agora também é na Justiça, mas não é por punir os responsáveis e apurar os destinos dos seus rendimentos. A justiça no seu funcionamento interno. Nem os juízes escapam a esta ideia que se está a generalizar que,“poucos escapam”, isto é,“um “forrobodó”.
O que tem vindo a lume no Tribunal da Relação de Lisboa é aterrador, tenebroso e tétrico! Sorteios falsificados, sentenças pagas e veredictos manipulados.
A corrupção em Portugal também é um vírus que corrói a nossa sociedade e hipoteca o futuro do país.
Biólogo, fundador do antigo Clube dos Pensadores e fundador do Matosinhos Independente
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