PSD
31-01-2020 - Joaquim Jorge
Ao ver Sábado à noite o desfecho das eleições directas no PSD,veio-me à ideia uma coisa. Se Sá Carneiro se pudesse levantar do seu tumulo e assistisse ao que se passa actualmente no PSD,diria: O PSD está na mesma!
As diferenças entre facções e o ódio corrosivo entre elas é permanente. Há um clima de confrontação política, o PSD esgota as suas energias em lutas internas e isso provoca uma enorme erosão. Rio venceu, mas não convenceu, Montenegro perdeu, mas caiu de pé.
Este clima sóserá suavizado pelo poder. Como o PSD não é poder limita-se a dar umas migalhas para indicar deputados, e a seguir, para indicar presidentes e vereadores nas autarquias.
Sá Carneiro bateu com a porta para uma clarificação no PSD, mas actualmente ninguém bateu com a porta, limitaram-se a dar uns murros na mesa eno PSD venceu o continuismo.
O PSD está no divã a resolver a sua crise de identidade, porque não sabe se quer ficar mais à direita ou menos à direita. O PSD saiu da consulta melhor, mas porventura vai ter que lá voltar porque ainda não está curado.
O PSD já percebeu que não se vislumbra ser governo nos próximos tempos. O PSD não consegue voar sem instruções.
O PSD está acossado à sua esquerda e à sua direita e nada vai ser como antes. O espectro político tem tendência a evoluir e a transformar-se, como a esquerda se fragmentou, a direita no futuro vai acontecer o mesmo.
Eu acho que estas eleições directas vão proporcionar paz no PSD mas será uma paz podre. Haverá críticas e conspiração dissimuladas e de forma sub-reptícia, sem dar a cara.
Rui Rio venceu, mas agora tem que convencer.
Biólogo, fundador do Matosinhos Independente e do antigo Clube dos Pensadores
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