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ENTRÁMOS DE NOVO NA ERA DO FUTEBOL

31-01-2020 - Henrique Pratas

Não é que eu não goste de ver uma boa partida de futebol, mas caramba dois jogos no mesmo dia a passar no canal público de televisão parece-me demasiado, ou será que o serviço público se voltou a confinar apenas a esta atividade como no tempo do Estado Novo?

Na minha opinião isto mais não serve para desviar as atenções do estado degradável a que esta sociedade chegou e dou-vos exemplos concretos, a comida que é dada aos doentes que se encontram no Hospital da Santa Maria nem aos animais deveria ser dada, enquanto para os médicos e enfermeiros a qualidade da mesma é completamente diferente. Eu só de ver o que estava a ser servido fiquei com uma repulsa que nem imaginam, fiquei de tal forma incomodado que falei com uma auxiliar que me respondeu, secamente que era o que tinham, fiquei sem resposta, mas indignado e revoltado. Esbanja-se dinheiro em tanta porcaria e depois vai-se poupar no que eu acho que devia ser essencial, decididamente a minha sociedade não é esta e viver ou se quiserem sobreviver nela deixando passar indiferente a todas estas coisas não é do meu feitio, porque hoje acontece com que lá estão internados mas amanhã poderá ser comigo, ou com qualquer outra pessoa das minhas relações e eu não gostava que lhes fosse dada aquele tipo de comida.

Outra observação que faço tem a ver com o funcionamento das Unidades de Saúde Familiar ou simplesmente Unidades de Saúde, tive conhecimento que querem implementar medidas como as enuncio seguidamente: os funcionários não podem ter valores de cobrança de taxas moderadoras diferentes uns dos outros, pagamentos só por multibanco, nada de receber em dinheiro, aliás esta prática já é utilizada nos Hospitais Centrais. Eu humildemente, questiono-me se as pessoas têm a noção da realidade do País onde vivem ou será que o país é só Lisboa e o resto é só paisagem, existe aqui qualquer coisa que não bate certo, será que quem quer implementar estas medidas sabe o País onde vive?

Relativamente há primeira medida de quem faz atendimento ao público e não poder cobrar mais que um determinado valor, para que por exemplo às 12 horas não tenha um valor superior aos dos seus companheiros de trabalho tem algum nexo, ou vão fazer atendimento e quando for para pagar encaminham as pessoas para outra pessoa que esteja no atendimento. Isto na minha opinião não faz sentido nem os utentes vão entender os motivos deste modo de funcionamento.

O outro é a implementação do pagamento ser feito único e exclusivamente através de multibanco no próprio local ou em alternativa dão às pessoas uma referência de multibanco para poderem liquidar os valores em qualquer caixa de multibanco. Eu entendo o motivo que deva estar subjacente ao querer implementar esta medida, os desvios devem ser mais do que muitos, mas também acho que não é assim que se resolve o problema e depois ainda há que considerar que nem todas as pessoas possuem cartão multibanco e os que têm não sabem operar com ele e com as taxas que os Bancos se propõem cobrar qualquer dia voltamos a não querer ter cartão de espécie nenhuma e eu acrescentaria mais e nos locais onde não existe multibanco ou caixas de multibanco a funcionar.

Afigura-se-me que “inteligentes” querem dar um passo maior do que a perna e que estamos perante mais medidas que não vão surtir o efeito desejado, mais uma “brilhante” ideia de aplicabilidade dúbia.

Médicos, enfermeiros e pessoal administrativo não existem em quantidade suficiente nos Hospitais e Centros de Saúde, mas medidas comezinhas que não mudam em nada o funcionamento do SNS são em barda.

Henrique Pratas

 

 

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