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PERCURSOS DE VIDAS

24-01-2020 - Henrique Pratas

Todos nós temos possuímos um percurso de vida mais ou menos semelhante, com pequenas diferenças mas com muito em comum.

Nascemos, sem nos pedirem autorização, tomam conta de nós uns melhores do que outros mas tomam conta de nós, ajudando-nos numa primeira fase a fazer o que não somos capazes de fazer sozinhos e há medida que vamos ganhando aptidão para ser autossuficientes vão-nos largando e aí cada um vai fazendo aquilo que pode e que está ao seu alcance, mais tarde vem o ensino básico e lá vamos nós sem mais uma vez sem nos questionarem ou partilharem connosco que tipo de escola é que queremos.

Para os que podem e querem vem o secundário e mais uma vez levamos com “enlatados” como conteúdos e quem não “alinhar” neste desenho feito antecipadamente em sede própria arrisca-se a não passar da cepa torta.

Daqui vão escapando alguns que conseguem com maior ou menor esforço chegar ao ensino superior, nos dias de hoje para os mais abastados têm o ensino superior privado que está sempre disponível para os acolher a troca obviamente de uns largos milhares de euros, mas é assim.

O Estado que investe milhões de euros como é apregoado na nossa praça não rentabiliza o investimento que faz, porque permite que o privado exerça funções que deveriam única e exclusivamente da sua esfera de competência, mais uma vez lhes escrevo que o Ensino deveria ser PÚBLICO e perfeitamente ajustado às necessidades do País, mas como neste País tudo é objeto de negócio há que dar uma mãozinha aos privados para ganharem uns valentes trocados. Por isso não é difícil encontrar desconformidades num ensino e noutro, enquanto no público os “meninos” têm que fazer as cadeiras todas para entrarem no Ensino Superior, no privado é frequente encontrarmos alunos com cadeiras do 12.º ano por fazer a frequentar o ensino superior, sendo que a as notas decorrentes da avaliação ficam “suspensas” até estes concluírem o que lhes falta do 12.º ano, fácil não é, não têm que saltar as “barreiras” que lhe são colocadas na frente.

Depois vem o “mercado de trabalho” e para os meninos de boas famílias este é fácil e rapidamente chegam a Presidentes ou como agora designam a CEO de empresas, bancos ou a altos cargos públicos, os outros estão sujeitos a tudo, estágios não remunerados, respostas a anúncios, entrevistas e por vezes a uma oportunidade de um lugar com um vencimento baixo para que não se deslumbre é este o fadar de muitos de nós, quando não tropeçamos em alguém que reconheça a nossa competência profissional.

Se isto não acontecer a instabilidade está criada, o Estado não tem respostas para estas questões, nem para outras e as pessoas com capacidade de trabalho andam ao Deus dará, umas vezes com trabalho outra vezes sem ele, dizem os que estão em cargos que lhes permitem opinar sobre esta matéria e todas as outras que entendem sem, saber o que dizem são as leis do “mercado de trabalho a funcionar”.

Não existe nenhum mercado de trabalho a funcionar porque pura e simplesmente o acesso aos postos de trabalho não tem em consideração as competências, os conhecimentos e as aptidões para o exercício de uma profissão seja ela qual for, sabem muito bem como eu que muitas das vezes são os próprios que correm atrás de um sonho e “constroem” a sua própria profissão a custos próprios.

Importa acrescentar a tudo isto que durante uma vida inteira uma pessoa não faz outra coisa senão caminhar de casa para o emprego e vice-versa, com pequenas incursões por outras atividades que lhes são proporcionadas, mas sem abusar porque os “dinheiros” são curtos.

As PESSOAS não nasceram para isto, caminhamos a passos largos para uma sociedade cada vez mais desumanizada e desprovida de qualquer senso ou sentido de solidariedade.

Em termos políticos, a atualidade está orientada para o meio ambiente e quando é que alguém se irá preocupar com as PESSOAS, porque é por estas que passa a melhoria do meio ambiente se lhes forem dadas condições para poderem ser mais amigas do ambiente como todos queremos, mas se não se olha para as condições de vida das PESSOAS como é que querem que estas se preocupem com uma coisa que para elas é secundária, a única prioridade que têm é SOBREVIVER.

Julgo e penso que há muito tempo que se brinca com “isto” tudo, as PESSOAS são secundarizadas, quando do meu ponto de vista estas deveriam estar na primeira linha de quem nos tem GOVERNADO e daqueles que se têm governado à nossa custa e que estão bem na vida.

Henrique Pratas

 

 

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