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XIX – HISTÓRIAS DE ENCANTAR
CARTAS DE UM TURISTA PORTUGUÊS NO ALGARVE - VI

13-12-2019 - Pedro Pereira

Cá estou de novo a dar-vos notícias destas maravilhosas férias neste espectacular parque de campismo no Algarve. Estamos mesmo no fim das férias. Mais três dias e lá vamos nós de abalada de regresso a casa. São trezentos quilómetros por aí arriba, com a carrinha atafulhada connosco e mais a bagagem. Iremos para cima como viemos para baixo; apertados que nem sardinhas em lata.

Tem feito um calor brutal, a água do mar está morna e não fora a poeirada que de vez em quando se levanta com o vento no acampamento e nos deixa – ainda mais – encardidos, isto era mesmo um paraíso tropical.

Já ganhámos novos hábitos como por exemplo, depois de almoço dormirmos a sesta os jogarmos à bisca lambida.

É claro que estamos sempre a suar, de noite e de dia como os porcos antes da matança. Além do clima ser mais quente aqui no Sul, o famoso aquecimento global encarrega-se de não nos esquecermos disso. O que nos vale é a água do mar para tomarmos banho. Eu até aproveito a ida à praia, que fica a meia hora daquia pée lavo-me com sabão azul e branco, porque dizem que é desinfectante. É que nos balneários do parque de campismo é difícil tomar banho, a não ser que tenhamos uma paciência de santos para estarmos numa enorme e longa bicha onde esperamos no mínimo umas duas horas com a toalha na mão, mais o sabão e uma muda de roupa para tomarmos duche debaixo de um fio de água sem pressão. Isto durante o dia. Durante a noite não há bichas, mas também não há água. Cortam-na não sei porquê. São duches e água a menos para tantas centenas de pessoas.

Passado que é quase um mês de aqui chegarmos, já fizemos um grupo de amigos no parque, depois de muitos convívios em volta de grelhados, petiscos, umas besanas e coisa e tal.

À porta da tenda temos um pequeno fogão em cima de um caixote, que a minha mulher e a sogra aproveitam de vez em quando para fritarem uns peixes que compram a uns fulanos que vêm vender à porta do parque de campismo. Um destes dias caiu um gato de cima da árvore que faz sombra à cozinha improvisada e caiu dentro da frigideira. Foi muito desagradável porque entornou o óleo a ferver e o peixe para o chão e ficámos sem almoço. O gato basou logo a correr dali para fora, desapareceu e nunca mais o vimos.

Contei este episódio à hora do café a um grupo de amigos na tasca do parque e disseram-me que provavelmente alguém apanhou o gato para fazer cozinhado de “coelho à caçadora”.

Por via do incidente do gato que nos deu cabo do almoço, valeu-nos a solidariedade de uns amigos que fizemos numa tenda mais abaixo que partilharam connosco sardinhas assadas.

A nossa tenda é muito confortável, não obstante antes de nos deitarmos, termos de a sulfatar por dentro com um spray anti mosquitos, que à noite a bicharada aparece aos milhões sem sabermos de onde vem e se não nos defendermos comem-nos vivos, salvo seja. Enfim, uma pequena contrariedade que é – quase - facilmente ultrapassada.

O parque tem muita animação própria, como uma tasca com esplanada e uma televisão com antena parabólica. A malta chama-lhe paranóica, porque a imagem está sempre a falhar, bailes emúsica ao fim de semana e até uma mercearia.

Enfim, como tudo o que é bom acaba depressa, vamos aproveitar estes últimos dias de férias o melhor possível e por isso não vos escrevo mais.

Fiquem com um abraço deste vosso amigo.

Pedro Pereira

 

 

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