Os sete pecados – Luxúria

18-10-2013 - Francisco Pereira

Consiste no apego aos prazeres carnais, corrupção de costumes; sexualidade extrema e lascívia. Do latim luxuria

A nossa luxúria é muito particular. O português adora fecundar o próximo. Somos portanto um povo extremamente dado à luxúria, desde que seja em traseiro alheio. Um dos nossos conhecimentos, rapaz propenso às cogitações e ao vernáculo, declarou-nos em certa ocasião, uma das suas famosas constatações que assenta neste artigo que nem uma luva.

Disse esse ilustre amigo, poderoso no poder dedutivo, com uma capacidade lendária e inata de se aperceber das coisas – O português é um povo profundamente homossexual, quanto mais no dito leva, mais gosta! – Os interlocutores, dessa ocasião, olharam-se uns aos outros nos olhos incrédulos com o conteúdo da arremetida, primeiro gargalharam, mas quando a metáfora foi objectivada com o concreto não podemos deixar de anuir e de considerar que estávamos efectivamente perante uma das mais cuidadas e certeiras análises ao agir do povaréu luso.

Essa nossa propensão para a luxúria passiva, tem sido um dos nossos grandes erros enquanto sociedade, moles até ao asco, esperamos sempre que o outro faça por nós o que tem de ser feito. Existe até um prazer perverso, uma luxúria desviante, que nos faz eleger quase sempre aqueles que sabemos nos irão fecundar até à exaustão. Abandonamo-nos pois a estes brandos e lascivos comportamentos, um após outro os garanhões políticos têm montado a plebe, coberta pela ignomínia, pela falta de educação e pela ausência de civismo, a porca política, pare rebanhos de eunucos, capados ab inicio, sem reacção, amorfos, completos capachos e escravos da luxúria dos grandes que a seu bel prazer vão organizando as suas bacanallia, desflorando o país que se esvai qual virgem violentada. Ecce Concupiscentia servitus!

Francisco Pereira

 Voltar