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NIVEL DE VIDA DOS PORTUGUESES

22-11-2019 - Henrique Pratas

O nível de vida dos portugueses tem-se vindo a agravar embora os políticos queiram há viva força demonstrar o contrário o que é facto é que não conseguem contrariar a realidade, e esta é imutável.

Se andar-mos atentos as pessoas andam cada vez mais tristes, mais pressionadas, andam a rebentar, parecem a marmita de Papin, até mesmo aqueles que aparentam viver bem, não vivem é um faz de conta do tamanho do Mundo.

O povo português está cada vez mais pobre, os meses são cada vez mais compridos e por fim o Estado trata os seus trabalhadores de uma forma ignóbil, e desrespeitoso.

Os códigos de conduto e de ética que muitos organismos públicos elaboraram, são meros objetos decorativos, existem mas não se aplicam, a igualdade de oportunidades, a igualdade de género foram meras palavras que se introduziram no dicionário português, com os Fundos enviados pela Comissão Europeia, mas que como lhes escrevi anteriormente não têm aplicação prática, serviram apenas para cumprir com as regras emanadas da União Europeia, mas que não são para cumprir e como estas existem muito mais, vivemos num Mundo de hipocrisia e de mentiras.

Quem se adaptar a viver desta forma está bem quem não se adaptar tem a vida feita num inferno e completamente desgraçada.

Há maioria dos portugueses não lhes são permitidos ter sonhos, é viver um dia de cada vez e no seguinte já não se sabe, esta é uma instabilidade tremenda e inqualificável, para qualquer ser humano. Vivemos numa sociedade faz de conta, onde as aparências é que conta, porque para os detentores do capital, esses não têm problemas de espécie nenhuma porque têm dinheiro e podem comprar tudo e todos, basta olhar no que se passa diariamente neste País e não é preciso descrever mais, porque infelizmente tudo o que faço alusão nos entra por casa a dentro, ou somos confrontados com eles nas capas dos jornais.

Estamos a viver uma época perfeitamente diabólica e perturbadora para a maior parte dos portugueses, tudo isto sob o mato diáfano da democracia.

Os trabalhadores do Estado, aqueles que não possuem cartão de nenhum partido do arco da governação, são tratados abaixo de cão, para os outros e aqueles que fazem todo o tipo de fretes é tudo em grande.

Das experiências profissionais que tive o Estado foi a pior de todas, nunca fui tão mal tratado, humilhado e descaracterizado. Eu tenho um ”defeito” de fazer parte da solução e de apresentar trabalho, o Estado não é isso que quer é “fantochada”, “lambe-botas” e de gente que não gosta de trabalhar, gostam mais de ter emprego, isto é de não fazer nada e passar os dias a roçar o cú pelas cadeiras, esta é a mentalidade de alguns angolanos que quando lá estive há uns anos atrás, no porto de Luando a desenvolver um trabalho de introdução de processos apoiados em maquinaria, resumindo substituir mão-de-obra nas partes mais duras deste trabalho. A páginas tantas o encarregado da estiva chama há atenção de um dos trabalhadores que estava a trabalhar a um ritmo mais lento e este responde: “Trabalhar mais depressa para quê? Logo a seguir vem outro trabalho igual.” Salvo a devida distância e condições de trabalho o Estado português quer pessoas com esta maneira de ser e de estar.

Vou-vos escrever com um caso que nos chocou a todos, aqueles que têm alguma sensibilidade e que ficam perfeitamente incomodados com o que acontece neste País e que ilustra perfeitamente o que escrevi anteriormente. Todos ou quase todos nós demos conta da situação em que uma jovem mãe, após ter tido o parto natural colocou a criança nos contentos do lixo, não fora um sem-abrigo e a criança tinha morrido.

Para mim esta situação ilustra muito bem a situação a que chegámos, porque numa sociedade dita normal isto não poderia acontecer, porque existem mecanismos que acompanham estas situações, o que me chocou em mim não foi o facto de a mãe ter colocado a criança no contentor, mas sim as razões que a levaram a fazer isso é isto que teremos que analisar, pensar e resolver.

Obviamente que no meio desta triste cena não deixa de marcar presença o nosso “Celinho”, que não perde uma, então lá surgiram as imagens com ele acompanhado com o sem-abrigo, que está em fila de espera para ser operado há não sei quantos anos, num Hospital Público, a fazer de cicerone há desgraça alheia.

Isto a meu ver é demonstrativo ao ponto a que chegámos, tanta Instituição, para proteção de menores, tanta associação para abrigo das pessoas sem teto e o que é que fazem, nada, acrescento eu. Desta vez conhecemos apenas um caso, mas nunca iremos saber o seu desfecho, foi mais uma oportunidade para o “Celinho” aparecer e o que é que resolveu, nada.

Espero e desejo que ao menos tenha falado com a senhora Ministra da Saúde para ver se coloca o sem-abrigo, numa fase mais próxima para ser intervencionado, mas não acredito, é que nem isso faz.

The show must go on (o espetáculo deve continuar) e é nesta premissa que vamos continuar, temos que ver um espetáculo que não queremos ver, mas que nos impõem há viva força.

É esta a sociedade de sucesso que os nossos políticos tanto aclamam e se esforçaram por construir? Se foi mais valia que estivessem quietos.

Que mais queremos nós temos um Governo Socialista, dito verdadeiro social-democrata, mas se fosse do outro partido do arco da governação PP/PSD teríamos certamente o mesmo figurino, é que aqui nem as moscas mudam.

Henrique Pratas

 

 

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