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Quando a deficiência serve para ser importante.

22-11-2019 - Henrique Pratas

Na semana passada desloquei-me com a minha mulher a um supermercado onde no Parque de Estacionamento existiam lugares para as pessoas com dificuldades motoras.

Como era pouca coisa que íamos comprar, eu fiquei dentro do carro, mas fora do espaço destinado às pessoas com mobilidade reduzida, entretanto vejo chegar um cliente que, penso que que se fazia acompanhar pela mulher e como as compras deveriam ser poucas, deixou-se ficar dentro da viatura a aguardar. Eu reparei mas não achei nada de mal ele estava dentro do carro, existiam mais espaços para as pessoas com mobilidade reduzida, entendi que o condutor tinha ficado dentro do carro para no caso de surgir ou acabarem os espaços para pessoas com mobilidade reduzida ele certamente tiraria a viatura para dar lugar aos mesmos.

O condutor para fazer tempo deveria estar a jogar no smartphone ou coisa que o valha e eis quando o marido de uma senhora com mobilidade reduzida que conduzia uma viatura com o dístico que identifica esta situação depois de ter parado a viatura que conduzia, vociferou todos os impropérios que lhe veio há cabeça mesmo o de o condutor poder ficar sem dois pontos na carta pelo facto de ter parado ali a viatura. Eu só ouvi o condutor da viatura que tinha parado no local impropriado dizer mas porque é que não me disse nada, fez sinais de luzes ou buzinado que eu tiraria a viatura para estacionar.

Como lhes referi quem era a deficiente era a mulher, mas foi o seu marido, companheiro que dirigiu todos os impropérios e mais alguns que imaginem, eu por mim fiquei estupefacto com toda esta situação de fácil resolução, bastaria que o condutor da viatura com o dístico de mobilidade reduzida tivesse de qualquer das formas avisado o condutor que não estava parado no local certo porque este teria retirado a viatura e tê-la-ia colocado noutro espaço, para esse efeito ele tinha ficado dentro da viatura.

O condutor como lhes disse só respondeu, a todos os impropérios que lhe foram endereçados, tanto pelo homem como pela mulher possuidores do dístico de deficiência, sabe-se lá como e porque razões, porque é que não me disse nada que eu teria tirado a viatura para estacionar e nada mais lhes disse.

Eu perante esta situação e como vi que o condutor que estava parado dentro do carro tivesse ficado perfeitamente enervado, fui ter com ele e disse-lhe não ligue tenha calma, mas isto não é fácil para quem está de boa-fé, ele lá se acalmou, eu meti-me dentro do meu carro e pensei para comigo e como não gosto de generalizar porque nem todos são iguais será que os dísticos são atribuídos a pessoas que reúnem o mínimo de condições para poder usufruir dos mesmos, ou será que existem dísticos obtidos através de processos menos claros.

Desta situação infiro que nem todas as pessoas deveriam ser possuidoras dos dísticos a que faço alusão, pois no caso vertente uma outra atitude deveria ser tomada mais societária, se o condutor do veículo estava dentro do carro parado bastava que o alertassem que pretendiam lá parara que ele tiraria o carro.

Para quê tanto banzé ou será que alguns possuidores deste dísticos por força das condições que os levaram a possuir os mesmos querem ser cidadãos com direitos superiores a todos os outros.

Nota gostaria que considerassem que o meu texto apenas faz alusão a esta situação, eu próprio entendo que as pessoas com mobilidade reduzida deveriam ter mais facilidade em todos as áreas em que têm que se movimentar, mas convenhamos que na situação que vos acabo de descrever existe como uma utilização abusiva de um direito que têm sem ter o mínimo de consideração pelos outros cidadãos, as pessoas deixaram de saber falar uma com as outras e isto é que a mim se me afigura como muito grave, por causa de nada cria-se um conflito, sem sentido, sem nexo, quando deveriam no meu entender canalizar as suas forças para outros males que os afetam todos os dias e aos quais o Estado não dá resposta.

Henrique Pratas

 

 

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