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QUANDO NÓS ERRAMOS

15-11-2019 - Henrique Pratas

Quem é que na sua vida não tomou decisões erradas? Todos nós uns com maior gravidade do que outros, mas todos tomamos decisões na vida que nos prejudicam principalmente a nós próprios.

Eu em 2001, após ter desempenhado funções numa multinacional alemã e depois de ter sido convidado em enveredar pela carreira internacional, tomei a decisão mais estúpida na minha vida que foi não aceitá-la, isto por causas de princípios e valores que nos incutem e que não nos levam a lado nenhum a não ser viver nesta mediocridade que se instalou em Portugal.

A minha decisão foi tomada com base em princípios e valores que assentavam basicamente no que é que eu podia contribuir para fazer qualquer coisa por este de útil por este País, não foram as questões financeiras que me levaram a tomar essa decisão, pois há data já auferia mensalmente mais de 75.000,00 € brutos, não incluindo prémios, viatura, combustível e tudo o que tivesse a ver com esta e ainda dispunha de1.000,00 € mensais para as chamadas despesas de bolso que sempre geri parcimoniosamente, para além destas condições tinha seguro de saúde para todos os membros do agregado familiar e era muito bem tratado, troquei isto pela idiotice de queremos fazer alguma coisa pelo País que nos viu nascer, que nos deu o curso e na minha opinião eu deveria retribuir ao meu País aquilo que ele me tinha dado.

Decisão tola, não pensei em mim, pensei mais no País, ao tempo pensava que valia investir nele, compensá-lo do que me tinha dado, errei completamente porque uma vez mais não me questionei se o País onde vivia queria o meu contributo e passados estes anos todos tenho vindo a confirmar que não queria, os eleitos tinham e vão continuar a ser outros, a mim resta-me continuar a trabalhar para uma entidade pertencente há Administração Central do Estado, onde impera a mediocridade, o compadrio, o laxismo e a concordância tácita com todas as medidas que autocraticamente lhe são ditadas pelos Ministros, Secretários de Estado e outras pessoas que fizeram da política a sua esfera de influência, sim refiro-me há troca de favores.

Como já devem ter reparado através dos meus escritos eu não tenho nada a ver com isto, gosto de pensar com a minha própria cabeça, de expor as minhas ideias, sem quaisquer tipo de dogmas, preconceitos, ou ideias pré-concebidas ou imposições que decorrem de imposições politicas.

Estou no local errado, por vontade própria, auferindo anualmente metade do vencimento que auferia no ano de 2001 e ainda por cima sou desconsiderado como todos os cidadãos deste País que se mantêm fiéis aos seus valores e princípios o são e não consigo mudar rigorosamente nada.

É certo que na Administração Pública não existem só maus Dirigentes ou funcionários, encontramos alguns que ainda que conseguem resistir a estes desvios comportamentais, quero eu dizer que ainda existem pessoas decentes mas são tão poucas, porque estas são rapidamente abatidas por aqueles que querem subir na hierarquia do estado a toda a velocidade sem olhar a meios.

A dar consistência a esta minha ideia temos a composição do novo Governo que foi anunciada, aí podemos encontrar muitos que nada fizeram na vida e que de um momento para o outro se vêm na posição de Secretários de Estado- Adjuntos, apenas de Secretários de Estado ou Ministros, é um forró, vamos aproveitar as oportunidades porque elas podem nunca mais voltar a passar pela porta. Assim podemos encontrar no seio deste novo Governo, autarcas que se promoveram há custa de Sócrates, passando a deputados sem saberem ler nem escrever e agora de um momento para o outro se veem como fortes candidatos a Secretários de Estado-Adjuntos, ou simplesmente a Secretários de Estado, quando o seu desempenho nas funções públicas anteriores foram um perfeito desastre.

São estes que estão certos e não eu, pois eles servem-se do País e de tudo o que lhes passa pelas mãos enquanto alguns como eu jamais o fariam porque colocam acima de tudo os superiores interesses da Nação.

A realidade que temos é esta e para terminar gostava de deixar aqui uma outra nota que são aqueles que são eleitos deputados e que nunca querem exercer cargo ministerial, porque ficam mais controlados e com os passos mais presos, o que lhes interessa a eles é apenas a imunidade parlamentar e mais nada, tratando deste modo da sua vidinha sem qualquer tipo de controlo ou obrigação com a capacidade de poderem fazer acordos com outros parceiros de outros partidos que não o seu e desta forma fazer as negociatas que se lhes mais vantajosas.

Em síntese mudámos apenas de regime, mas de forma de ser e de estar ainda há muito para fazer, porque o corporativismo ainda não desapareceu nem vai desaparecer da nossa sociedade a breve trecho.

Tudo isto para lhes afirmar que tomei das piores de decisões da minha vida, quando realizei a opção que realizei, mas estou a pagá-las bem pagas, reforma aos 66 anos e 5 meses contando apenas os últimos 15 anos de vencimentos auferidos e o mais que estas cabeças pensadoras mal formadas se lembrarem de implementar e que todos nós teremos que nos sujeitar ou encontrar um forma de ultrapassar de forma mais ou menos expedita os obstáculos que nos vão colocando no caminho.

Existem erros que tomamos na nossa vida que pagamos bem caros.

Henrique Pratas

 

 

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