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EXUMAÇÃO DE FRANCISCO FRANCO
(PROFANAÇÃO DE CADÁVER E DE TEMPLO RELIGIOSO)

08-11-2019 - Francisco Garcia dos Santos

Nestes tempos de “politicamente correcto”, mas cuja “correcção” apenas releva para aquilo que são as posições radicais de esquerda e/ou contra os valores basilares da Civilização Greco-Romano-Germânico-Judaico-Cristã por enquanto ainda vigentes no “Mundo Euro-Ocidental”, interrogo-me sobre quando esta colapsará, já que no que concerne ao seu ocaso, a ocorrer mais cedo ou mais tarde, estou certo de que, por este “andar”, será uma realidade a curto/médio prazo.

Alguém disse que a História é um “cemitério de civilizações ou de impérios”, e se considerarmos (com as devidas adaptações) a multimilenar Civilização Ocidental como um “Império” em acelerada decadência, a mesma está votada à morte e sua inumação histórica -resta saber quando.

Com efeito, salvo a parte leste da Europa para além da fonteira da Federação da Rússia, onde os valores nacionais, religião Cristã Ortodoxa (largamente maioritária face ao Islamismo de algumas Repúblicas do Cáucaso), cultivo e exaltação da sua história, heróis e cultura (ou culturas, pois é multi-étnica e pluricultural) têm vindo a ser incrementados desde o fim da União Soviética/URSS, o centro e oeste europeus têm vindo a conhecer nas últimas décadas, mas mais aceleradamente no Séc. XXI, um processo de degradação civilizacional mediante o sub-reptício esquerdista “politicamente correcto”, quando não de forma aberta e frontal pelos esquerdistas radicais e anarquistas, o qual se manifesta na progressiva destruição e perda de valores axiomáticos da respectiva Civilização, cultura e tradições próprias de cada Povo,religião Cristã Católica Romana e/ou Protestante,poderio militar, etc.. Ora o que se acaba de referir são factores comuns a todas as quedas de impérios e desaparecimento de civilizações.

Mas para além do já expendido acima, aos supra referidos fenómenos que levaram à queda das grandes Civilizações e Impérios da História, pode acrescentar-se o amorfismo dissoluto dos seus povos face aos respectivos valores ancestrais, tradições populares/nacionais, ganância do “poder” económico-financeiro, corrupção lato senso das elites políticas e a invasão do seu território (auto-incrementada, complacente e pacífica ou forçada e violenta) por hordas estrangeiras doutros Continentes que de todo desconhecem, não querem conhecer, e muito menos aceitaros valores, a cultura e omodus vivendidos autóctones das terras para onde migram, in casu a Europa, antes procurando impor a estes as suas culturas, religiões e hábitos de vida.

E o que é que o que acima se deixou dito tem a ver com a exumação à força dos restos mortais do Caudillo e Generalíssimo Francisco Franco da Basílica de Santa Cruz de Valle de los Caídos integrantedo monumental complexo religioso cristão-católico da Abadia Beneditina do mesmo nome?

Tudo!

A tradicional sanha esquerdista e anarca“anti tudo” o que histórica ou ideologicamente não é da sua “cor”, ou não lhe convém face à(s) sua(s) ideologia(s), persegue tudo e todos, vivos e mortos, numa lógica radical absolutamente totalitária, procurando silenciar opiniões contrárias mediante a comunicação social a si enfeudada, proibindo até a livre expressãode ideias políticas em termos legais, bem como rever e reescrever a História a seu favor. Ora é isto que a esquerda espanhola tem vindo a conseguir com o abstencionismo cobarde e cúmplice da respectiva direita em geral, mormente do Partido Popular (PP), fundado sob o nome de Alianza Popular pelo ex-ministro de Franco Manuel Fraga Iribarne no período da “Transição”, ocorrido entre a morte do Caudillo em 20/11/1975 e proclamação do hoje El Rei Emérito Don Juan Carlos I em 21 do mesmo mês e ano, e a entrada em vigor da actual Constituição de Espanha em Agosto de 1978, após aprovação pela esmagadora maioria dos Espanhóis em referendo nacional/popular.

Não fora Franco vencedor da Guerra Civil de Espanha de 1936-1939 fazer aprovar a “Lei da Sucessão” em 1947 por referendo popular, e mais uns quantos outros diplomas legais posteriores de valor constitucional (o Regime Franquista nunca teve uma Constituição) que designaram o Estado Espanhol como uma espécie de “Monarquia sem Rei” até à sua morte, e como seu sucessor ohoje El Rei Emérito Don Juan Carlos I, quiçá as direitas espanholas tradicionalistas, nacionalistas, patrióticas e católicas não fossem atualmente o que são (ou não são…), pois teriam sucumbidoà vaga estalinista de morticíniosperpetrados pela Frente Popular constituídapelos socialistas do PSOE, hoje liderado por Pedro Sánchez, comunistas do PCE de Santiago Carrillo e anarquistas, dos quais atualmente é herdeiro o Podemos de Pablo Iglésias.

Com efeito, foram vítimas dos “rojos” republicanos meros “não esquerdistas”, católicos, sacerdotes e religiosas (freiras -muitas delas antes de mortas estupradas e violadas nos seus conventos) e militares nacionalistas feitos prisioneiros -vide os massacresde milhares de pessoas como as ”Matanzas” de Paracuellos del Jarama e de Torrejón de Ardoz perpetrados em Novembro e Dezembro de 1936 aquando da primeira Batalha de Madrid, em que foram fuzilados homens, mulheres, crianças e velhos, sendo o seu total estimado em 20.000 pessoas, e o fuzilamento em massa nos arredores de Toledo durante o respectivo cerco pelo Exército Republicano de militares nacionalistas e de quem não era partidário da Frente Popular em Julho e Setembro de 1936, cujos números ainda não são conhecidos, mas já estimados em largos milhares (recentemente, mas pouco divulgado por não interessar à atual esquerda republicana no “poder”, membros insuspeitos da equipa de investigadores do ex-juiz Baltazar Garzón, peritos em valas comuns da Guerra Civil, descobriram uma perto de Toledo e já considerada como uma das maiores existentes em Espanha),bem como de destruição e incendeio de igrejas, conventos e mosteiros.

Por fim, não se pode esquecer o bárbaro e “gratuito” fuzilamento de José António Primo de Rivera, fundador e dirigente da Falange Española Tradicionalista y JONS (Juntas de Ofensiva Nacional-Sindicalista) na prisão de Alicante a 20/11/1936, sem que este tenha cometido qualquer crime de delito comum ou político de relevo, pois foi preso a 14 de Março de 1936, bem antes do início da Guerra Civil em 17 de Julho desse mesmo ano.

E tudo isto no final da II República pré-Guerra Civil e durante a mesma, quando Espanha foi governada pela ultra-esquerdista Frente Popular.

Mas parece que tais factos foram esquecidos pelas tais direitas, a própria hierarquia da Igreja Católica espanhola e inclusive a Santa Sé (Vaticano).

Volvendo à exumaçãorevanchista de Franco de um templo religioso (no caso católico) -até parece que quiseram “matar um morto”, com vista a esconjurarem o seu “fantasma”- tal, quer se queira quer não, constituiu dois “crimes”, pelo menos de um ponto de vista ético-moral, pois consistiu na “profanação de cadáver” e na “violação/vandalização” de um lugar de culto religioso. Poder-se-á dizer que a atitude mesquinha eprepotente do governo PSOE de Sánchez e seus sequazes do Podemos de Iglésias e de uns tantos outros foi efectuada a coberto da “Lei” e dos Tribunais, mas nem todas as leis são éticas e justas nosentido filosófico clássico grego socrático-platónico-aristotélico, nem os tribunais fazem sempre “Justiça”. É o caso!

Por outro lado, perseguir mortos é sinal de fraqueza e medo, porque politicamente quem está seguro de si, convicto no exercício do “poder” e de que as suas ideias são sufragadas por grande parte dos seus concidadãos e governados não tem medo de mortos -veja-se o caso do Mausuléude Lenin na Praça Vermelha de Moscovo (onde para além da sua múmia se encontra o túmulo do “Soldado Desconhecido”) e o ossário de Stalin nas muralhas do Kremlin que Vladimir Putin mantém, e no caso do primeiro com permanente guarda da Guarda Presidencial, podendo os comunistas fazer concentrações e romagens à sua vontade homenageando a memória dos ditos. Portanto, sendo Putin não só cultural, religiosa e politicamente quase a antítese de Lenin e Stalin (de direita, conservador, tradicionalista, cristão ortodoxo russo e patriota/nacionalista, porque seguro de si, do seu exercício do poder e as suas ideias apoiadas largamente pelos russos, não se deu ao trabalho de ciar uma polémica inútil para remover e “despachar”múmias e ossospara outro local discreto fora da Capital russa, pois não teme mortos.

Com vista a desmistificar ou desmontar a ideia esquerdista que se tenta inculcar nas escolas e mentesde crianças e jovens, bem como de cidadãos menos informadas e/ou conhecedoras da História, e justificadora da exumação de Franco da Basílica de Santa Cruz de Valle dos Caídos integrada nomonumental complexo religioso da Abadia Beneditina do mesmo nome, a qual é a de que este mandou construir esse monumento como homenagem a si próprio e respectivo mausoléu, é algo de absurdo e estúpido, para além de falso, claro! A verdade é que o mesmo foi edificado para homenagear todos os combatentes mortos durante a Guerra Civil, fossem nacionalistas ou republicanos esquerdistas, pelo que sob a mesma e respectiva Esplanada existe uma enorme vala comum com cerca de 37.000/38.000 restos mortais -os números exactos são controversos, pois, segundo a simpatia política de cada autor variam os de mortos franquistas e de republicanos, sendo certo que os primeiros são significativamente superiores aos segundos (mais ou menos cerca de 2/3 para 1/3 do total).

Para concluir, diga-se que o hoje El Rei Emérito Don Juan Carlos I, aquando da morte de Franco, tomou a prudente e sábia decisão de ordenar que o Caudillo e Generalíssimo fosse sepultado na Basílica de Santa Cruz de Valle de los Caídos, pois ainda que o mesmo não tenha morrido em combate, combateu e foi chefe de combatentes.

Que o facto de os restos mortais de Francisco Franco terem“deixado” o local de “repouso” que legitimamente e por direito próprio era seu tem “hoje”significado político, tem. Mas “amanhã”, na sua nova tumba do Cemitério de Mingorrupio em El Pardo, onde aliás repousam os restos mortais de sua mulher Doña Carmen Polo de Franco, ou noutro lado qualquer, o Caudillo continuará a ser uma figura incontornável da História Espanhola e até da do Séc. XX europeu.

Assim, Franco continuará presente!

Vale dos Caídos

Mausoléo no cemitério El Pardo localizado em Madrid

Francisco Garcia dos Santos

 

 

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