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PESOS E MEDIDAS

25-10-2019 - Francisco Pereira

Numa série de artigos que escrevi aqui para o “Notícias” nos primórdios do mesmo, já lá vão seis anos, discorri sobre a temática da Educação, chamei-lhes “Cadernos da (des) Educação” versam estes artigos sobre o absoluto miserabilismo com que é tratada, a Educação, por políticos medíocres, pelos seus governos néscios e pior pelos pais dos alunos. Não admira que Portugal esteja neste buraco onde está, apesar das patranhas que nos contam, um país que maltrata e menospreza a Educação dos seus cidadãos é um país condenado.

Volto hoje ao tema da Educação, por força de uma série de infelizes ocorrências, que deveriam fazer os senhores dos governos pensar, mas mais que isso deveriam fazer-nos pensar, a todos enquanto sociedade, com seriedade sobre este tema, infelizmente, quando passar a ânsia dos abutres da comunicação social, que mais não fará qe banalizar a violência em contexto escolar, ou quando surgir outro assunto mais premente como a claque de grunhos de um qualquer clube de futebol ou de que cor é o papel higiénico de um qualquer craque da moda.

Por estes dias têm vindo a público, uma série de agressões em contexto escolar, que parecem ter sido surpresa para muita gente, mas que não são surpresa para quem acompanha isto das Escolas e sabe que elas são antros de desgraça ao invés do local calmo e seguro que deveriam ser. No entanto a substância deste artigo não é escalpelizar as cenas macacas, porque isso interessa pouco, o fito é falar isso sim das possíveis causas e pior da duplicidade de critérios e medidas que o mesmo país tem para situações idênticas, é uma questão de em Portugal existem dois pesos e duas medidas no que concerne à violência nas Escolas.

Atentemos então, em Lisboa, um professor, tem um surto provocado pela má educação de um aluno e dá-lhe uns sopapos, condena-se a atitude, porém entendo-a perfeitamente. Aquele homem, está mentalmente perturbado, imaginem o que não tem suportado, imaginem o que não tem visto e ouvido ao ponto de algo aparentemente menor o ter feito como sói dizer-se “passar-se dos carretos”, é difícil de imaginar, a quem nunca esteve um dia numa Escola, a quem nunca esteve um dia a dar aulas, ou antes a tentar, porque neste momento os professores passam mais tempo a tentar ensinar do que efectivamente a ensinar.

A agressão em questão foi prontamente atendida pela célere, por vezes, e muito selectiva, quase sempre, Justiça nacional, oprofessor, foi ouvido e detido, atitude correcta da Justiça, é assim que se quer.

No entanto, em Valença, um desentendimento entre uma aluna e uma auxiliar educativa a quem terá alegadamente chamado “preta de merda”, faz com que o progenitor, senhor oriundo de um clube de gentalha selvagem a que insistem chamar “etnia” gente a quem ninguém pode fazer um reparo porque reagem sempre com selvajaria, não vai de modas, entra pela escola dentro, agredindo gratuitamente um professora, estando tão à vontade que até confessa na televisão que “lhe dê uma chapada”, incrivelmente a reacção da Justiça foi espantosa, pois não aconteceu nada.

A comunidade escolar de Valença concentrou-se em protesto contra este tipo de comportamentos anti sociais e o bom do progenitor selvagem arranjou um grupelho de família e amigos para fazerem uma contra manifestação onde clamava contra o racismo, cena típica deste tipo de escumalha selvagem, enquanto ia ameaçando as pessoas da manifestação pelo respeito e contra a violência, da Justiça porém nem um pio, o selvagem que deveria ter sido detido de imediato, julgado e atirado para a prisão para aprender, andava qual babuíno louco aos saltos pelo meio da rua.

Porquê esta dualidade de critérios, porque é que este Estado medíocre não defende criteriosamente os seus servidores, aqueles que para si trabalham, porquê esta Justiça que age tão célere contra uns enquanto é quase inexistente no que toca a outros.

Calam fundo nestes episódios várias causas, umas mais técnicas como sejam o excessivo número de alunos em cada turma, as instalações escolares medíocres o material obsoleto, os professores tratados como lixo, a impunidade geral com que este país trata a escumalha, os bandalhos e os parasitas. Outras causas são sociais, o analfabetismo populacional, a falta de respeito e pouca valorização que se dá ao conhecimento em suma, somos um país de imbecis, não podemos por isso esperar nada de bom.

É realmente confrangedor assistir a esta comédia, a esta opereta bufa a que chamam Portugal, como querem que isto funcione quando este tipo de atitudes são tratadas com tanta impunidade, porque é disto que se trata de impunidade, duma vergonhosa impunidade que está a minar este país.

Francisco Pereira

 

 

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