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AGUNS DOS “DONOS” DISTO TUDO

27-09-2019 - Pedro Pereira

Decorria o ano de 1830, quando na elitista Universidade de Yale, nos EUA, um grupo de jovens funda uma irmandade secreta, da qual, só há poucos anos se começou a falar. Tem por nome: Skull & Bones (crânio e ossos). Continua actuante e tem por sede um antigo edifício escuro e sem janelas no campus daquela universidade. Por ano, só são admitidos quinze elementos, que, ao longo dos tempos se vão destacando na alta-roda da elite dirigente desse país. O ex-presidente dos Estados Unidos, Bush, pertence a essa «irmandade», tal como seu falecido pai que foi também presidente. O seu avô também foi membro dessa agremiação.

Metade da equipa dos governos dos Bush (pai e filho) eram “bonesmen”, como são chamados os membros da Skull & Bones, que conta actualmente entre os seus membros, administradores de grandes multinacionais de todas as áreas económicas, desde o armamento à indústria farmacêutica e petroquímica, políticos, militares, directores e proprietários de grandes grupos editoriais, de imprensa, formadores de opinião pública, indivíduos ligados à alta finança e por aí fora.
Segundo alguma imprensa americana, existem mais de oitocentos membros actuantes, nos EUA, sem contar com os que se encontram ao seu serviço, fora desse país.

Em Maio de 1954 teve início pela primeira vez, uma reunião de representantes de poderosos grupos oligárquicos norte-americanos e europeus, na Holanda, no Hotel Bilderberg, para discutirem entre si, questões relacionadas com a orientação política, económica e social mundial. Tiveram acento nesse encontro (e continuam a ter), elementos da Skull & Bones. Desde então, os «120», como também é conhecida a reunião anual semi-secreta da elite mundial do grupo que tomou o nome do local onde se reuniram pela primeira vez, tem vindo a realizar os seus encontros em diversos países da Europa e dos EUA, onde, alegadamente, «cozinham» as estratégias no tabuleiro mundial. Nele tem peso permanente, chefes de Estado, membros de governos e de parlamentos, chefes de alianças militares, presidentes de empresas multinacionais, líderes de bancos e organizações financeiras internacionais, magnatas dos media e das organizações ambientalistas. São os «patrões» da globalização. Em Portugal, durante décadas o secretário executivo foi Francisco Pinto Balsemão, que ao longo dos anos convidou destacadas figuras de várias áreas sócio profissionais e políticos da sociedade portuguesa para participarem como assistentes a esses encontros, dos quais, muito pouco se sabe.

Entretanto, em 2015 Balsemão retirou-se das funções executivas que exercia no grupo em Portugal e nomeou como seu sucessor Durão Barroso. Mas não se ficou por aí, porque em Novembro de 2018 criou uma espécie de Grupo Bilderberg à portuguesa, cujo acto fundador decorreu em Cascais, sendo que, reconhecidas personalidades portuguesas o integram com o fim de discutir os problemas nacionais e europeus  que desejam ver resolvidos. Este miting que tem o nome de Encontros de Cascais rege-se pelas regras grupo de Bildergerg, sendo que é questão fundamental o facto de que, o que for tratado nas reuniões será (já é) para manter em segredo entre os presentes.

Foram fundadores os seguintes:

  • Francisco Pedro, CEO do Grupo Impresa;
  • Paula Amorim, presidente do Grupo Amorim;
  • Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian;
  • Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud;
  • Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais;
  • António Lagartixo, partner na Deloitte Portugal & Angola;
  • Vasco de Mello, presidente do grupo José de Mello;
  • Pedro Penalva, presidente da AON;
  • António Ramalho, presidente do Novo Banco;
  • Carlos Gomes da Silva, presidente da comissão executiva da Galp Energia.

Ainda sobre o Grupo Bilderberg, abundam artigos em jornais, revistas e livros publicados em várias línguas, para além do que se pode encontrar na Internet. Em comum, tudo o que se tem escrito refere-se a este Grupo como uma espécie de sociedade secreta mundial, de onde saem os homens e as estratégias que governam o planeta. Ressalve-se que a organização dos seus encontros, desde há uns anos que emitem lacónicas notas de imprensa, devido à pressão dos órgãos de comunicação social. Notas estas que, evidentemente, para além de referirem os nomes dos presentes, salientam ser um grupo de reflexão reunido para discutir coisas do estilo… do «sexo dos anjos».

Na verdade e a título de exemplo, não deixa de ser no mínimo curioso que tendo Bill Clinton participado no encontro anual do Grupo em 1991, em Agosto de 1992 foi eleito presidente dos EUA; que tendo Tony Blair participado no encontro da Grécia em 1993, tornou-se líder do Partido Trabalhista britânico em Julho de 1994 e 1º ministro em 1997, assim como Romano Prodi, que após participar no encontro Bilderberg na Penha Longa, em Sintra, em Junho de 1999. Em Setembro desse ano tomou posse como presidente da Comissão Europeia. Ou, ainda, como George Robertson, que participou no encontro Bilderberg na Escócia em 1998, tomou posse como secretário-geral da NATO no ano seguinte, cargo que, aliás, vem sendo sintomaticamente ocupado desde 1971 por indivíduos que previamente passaram pelas reuniões anuais do grupo Bilderberg.

Talvez por “coincidência”, no que reporta a Portugal, Durão Barroso participa desde há vários anos nestes encontros e foi por iniciativa de Tony Blair (elemento do Grupo Bilderberg) que foi indigitado e eleito para presidir à Comissão Europeia.

Outro exemplo “curioso” foi o de Jorge Sampaio quando presidente da República que após auscultar todos os partidos políticos nacionais, empresários, organizações sindicais e… permitiu a sucessão de Durão quando este “viajou” para a UE, por Santana Lopes (vindo mais tarde a demiti-lo), sem que este tenha sido sufragado pelo povo. Inédito em Portugal até há pouco mais de três anos, quando Cavaco Silva permitiu a formação da geringonça capitaneada por António Costa (que também foi participante de um encontro Bilderberg) e que por sinal não foi eleito para ocupar o cargo que exerce.

Por «coincidência», e a talhe de foice, refira-se que José Sócrates (participante em encontro do Bilderberg) foi eleito líder do Partido Socialista pelos seus correligionários.

Nas semanas que precederam a eleição, a sua imagem nos media atingiu níveis sem precedentes mesmo comparativamente com eleições a nível autárquico ou nacional, o que não deixa de ser caricato, uma vez que só puderam votar nele os militantes do PS. Posteriormente veio a ser 1º ministro, conduzindo o país ao descalabro económico (e não só) que se conhece.

Mas a mensagem tinha de chegar a todo o lado e chegou. A lista de portugueses que tem sido visita destes encontros é relativamente «jeitosa». Nela podemos encontrar nomes António Costa e Rui Rio (em 2008 quando ambos presidiam à Câmara de Lisboa e do Porto, respectivamente); Fernando Medina (presidente da Câmara de Lisboa); Augusto Santo Silva (ministro dos Negócios Estrangeiros); António Guterres (ex-1º ministro e actual Secretário-Geral da ONU); Marcelo Rebelo de Sousa (Presidente da República); I nês de Medeiros (presidente da Câmara de Almada); Eduardo Ferro Rodrigues (presidente da Assembleia da República); Paulo Macedo (foi ministro de duas pastas e preside à CGD); António José Seguro (ex-secretário geral do PS); Manuel Pinho (ex-ministro de um governo de Sócrates); Fernando Teixeira dos Santos (ex-ministro de Sócrates, que teve de mandar vir a troika para salvar Portugal do abismo); Elisa Ferreira (ex-deputada no Parlamento, ex-vice governadora do Banco de Portugal, deputada europeia); Paulo Portas (ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros no governo PSD/CDS) Leonor Beleza (ex-ministra da saúde e actual presidente da Fundação Champalimaud); Nuno Morais Sarmento (ex-ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, deputado do PSD); J oão Gomes Cravinho (ex-ministro PS das Infra-estruturas e do Planeamento) ; Santana Lopes (ex-1º ministro); e ainda, António Vitorino, Carlos Monjardino, Artur Santos Silva, Murteira Nabo, Roberto Carneiro, Artur Santos Silva, Nicolau Santos, Vítor Constâncio (ex-governador do Banco de Portugal), Marçalo Grilo (ex-ministro da Educação em governo PS); Faria de Oliveira, Ricardo Espírito Santo (banqueiro do BES); Paula Amorim (chairman do Grupo Amorim); Isabel Mota (presidente da Fundação Calouste Gulbenkian); Maria Luís Albuquerque (ex-ministra das Finanças de Portugal entre 2013 e 2015, deputada do PSD); Carlos Gomes da Silva (CEO da Galp Energia); Clara Ferreira Alves e José Eduardo Moniz (jornalistas), e muitos mais outros privilegiados destes encontros de alta-roda.

Verdade ou não, os elementos do Grupo de Bilderberg, que têm no seu topo como elementos executivos, homens da Skull & Bones, não se livram da fama de serem os «gestores» da política e da economia mundial.  

Em política, como em outras facetas da vida, a realidade raramente é o que aparenta ser .

Pedro Pereira

 

 

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