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“Isto” não funciona

04-07-2014 - Henrique Pratas

Ontem tive conhecimento através das notícias de um canal de televisão que os juízes estão a adiar a marcação de julgamentos até saberem onde vão ser colocados nas comarcas após as férias judiciais.

Noutro dia ouvi e vi que os helicópteros da Força Aérea estavam inoperacionais porque não havia comandantes em quantidade para colocar no ar toda a frota colocada à disposição para realizar operações de salvamento. Registou-se até a perda de uma vida por falta de meios humanos para que pessoa ferida gravemente atingida por um touro fosse evacuado para a ilha de São Miguel, para o Hospital de Ponta Delgada.

Na saúde os médicos e as enfermeiras não se entendem, cada um puxa para seu lado, o sistema informático na área de saúde de Lisboa Oeste colapsou e as Unidades de Saúde não puderam prestar os serviços para os quais estão vocacionados.

Se vamos a um serviço público, caso da conservatória do registo civil para obter o cartão de cidadão, só por marcação, senão esperamos horas infinitas para ser atendidos, mas marcando o serviço é rápido, só que para ir levantar o referido cartão não há marcação e aí temos que esperar horas para levantar um documento que levou poucas horas para ser feito.

Como referi num texto anterior a PSP, a Policia Municipal, não desempenha a função social que está consagrada no desempenho de funções, estão mais vocacionados para controlar as claques de futebol e conter as manifestações de desagrado levadas a cabo pelos cidadãos, sejam eles activos ou reformados.

As forças militares não desempenham as funções para que foram criadas, nomeadamente patrulhamento da costa e outras que são necessárias para a manutenção do bem-estar dos cidadãos deste País, da riqueza pesqueira que somos possuidores e de apoio aos pescadores.

O Tribunal Constitucional tem, já lhe perdi a conta, não sei quantos documentos para ajuizar da sua constitucionalidade.

O PS não se entende de forma nenhuma, é Congresso para aqui, Primárias para ali, cartas dos fundadores do partido a apoiar um candidato a Secretário-Geral, são “comícios intercalares” pelo País de um dos candidatos, informando o que cada um fará se chegar ao poleiro.

O Conselho de Estado vai reunir esta semana, espero eu que aborde todas estas questões e mais algumas que não referi, como o estado a que isto chegou.

Espero e desejo ardentemente que os senhores que compõem o referido Conselho discutam o que se passa neste País à beira-mar plantado, é que no meio desta inércia toda existem pessoas que morrem por causa de toda esta inércia toda e o Presidente da República Portuguesa não pode nem deve ignorar o que se está a passar, nem dizer que não se imiscui nas funções do Governo, ele também tem as suas responsabilidades quer ele queira quer não, são-lhe conferidas pelo exercício do cargo não pode “passar como cão em vinha vindimada”.

O meu desejo é que do referido Conselho resulte qualquer acção mais proactiva, optimista não sou, e que todos os pontos que mencionei e outros tantos que ficaram por mencionar encontrem um caminho sério, justo e adequado à resolução do estado de coisas a que chegámos, espero que os senhores que compõem o Conselho de Estado não se reúnam para discutir a quadratura do círculo e durmam uma boa sesta e façam conversa de circunstância, que o estado do País não está para estas coisas.

Já ontem o Secretário-Geral de um Partido falam na nacionalização da Banca, motivado pelo que se está a passar no BES e o que se passou com a maior parte das Instituições Bancárias no inicio desta crise que foi construída por eles, através da especulação financeira que fazem e que não acrescentam valor nenhum à economia, porque pedir empréstimos a uma taxa de juro de 2% a 3% e depois conceder empréstimos a uma taxa de juro que poderá ir aos 14% é uma maravilha, assim é muito fácil ganhar dinheiro e dar dividendos aos accionistas, difícil é ter uma atitude de prestador de serviços diminuindo as margens de lucro e eliminando as operações ilícitas e de lavagem de dinheiro que muitos, se não todos praticam. O que se está a passar é uma pouca-vergonha, como o povo diz “com as calças do meu pai também eu sou um homem”.

Para vos ser sincero acredito pouco que saia qualquer coisa de novo da reunião do Conselho de Estado, vai ser mais do mesmo, mas eu sou um como costumo dizer um optimista com muita experiência de pessimismo.

Mas vamos ver como diria o cego, como coloquei no título deste texto “isto” não funciona e já vai sendo tempo de por “isto” a funcionar e colocar as carruagens nos carris porque entendo que protelar esta decisão é estar a colocar o País numa situação de ruptura a todos os níveis difícil de inverter ou então caminharmos para os tempos em que era rei e senhor António de Oliveira Salazar agoracom outro nome e eu acho que a maior parte de nós não queremos isso.

Se rapidamente não ocorrer uma inversão na tendência, teremos que ser nós aqueles que não querem que voltemos a um passado recente que deixou marcas inapagáveis em muitos de nós, a tomar medidas sejam elas de um qualquer tipo de cariz, temos o direito à revolta e à indignação, a Carta dos Direitos Humanos está a ser violada a todos os segundos e queremos ser um País da União Europeia eu acho que estamos a caminhar para mais perto da República Centro Africana.

Henrique Pratas - Economista

 

 

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