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Cosi alegro vano tutti!

06-09-2019 - Francisco Pereira

Este pequeno conto foi descoberto recentemente no sótão da AR, desculpem da Ampla Residência, para não fazer confusão, o seu autor é o famoso Edgar Além Põe, assim chamado porque todas as massas que fazia por cá mandava para as ilhas Caimão e para outros paraísos fiscais tipo Madeira e assim. O título em Italiano também não percebemos, mas depois de lerem verão que faz sentido, Portugal, máfia, chulos, corrupção, será?

- Naquela manhã soalheira e quente, Anastácio Amaral dormitava, com o pensamento longe, em terras da Ibéria Lusa, meses antes andava por aqueles cerros e montes a caçar PR, verdadeira praga humana, uma espécie de vampiros, umas sanguessugas vis com queda para o proxenetismo. Fora aí numa casa de alterne perto de Albergaria dos Treze que conhecera, Vanessa Salústiana a stripper Perneta, ela não lhe saía da cabeça.

Anastácio sempre perseguira com denodo os PR, sentindo-se vexado sempre que algum lhe conseguia escapar, por vezes a Lei, essa coisa tenebrosa, justamente inventada para sancionar actos que meros anos antes não seriam crime, a Lei fazia com que Anastácio, que era um cidadão respeitador, não pudesse deitar a mão ao malvado PR, enquanto todos os outros pobres habitantes, tinham de viver com as migalhas que a custo tinham amealhado, os PR lá seguiam acumulando reformas.

Vanessa Salústiana, era um desses casos de queda em desgraça, dona de uma carreira brilhante, despia-se como ninguém, os reluzentes e grandes seios besuntados de óleo, eram verdadeiras pérolas naturais, nada dessas badalhocas de silicone, o resto era uma escultura, que fazia babar em delírio os trolhas e marçanos que emborcavam garrafas de cerveja apreço de champanhe na casa onde Vanessa trabalhava, para depois de depenados seguirem para casa para as bigodudas Marias.

A pobre Vanessa havia porém sofrido um acidente de viação junto a uma passagem da CP, um bêbado em contra-mão numa estradeca rural em excesso de velocidade, sim porque apesar de naquela terra existir a tal Lei, aquilo era uma farsa, os habitantes fazem gáudio em conduzir bêbados que nem cachos, se são apanhados têm sempre desculpa, quase sempre seguem em excesso de velocidade, quais limites quais carapuça, o limite é o que o carro der, a pobre da Vanessa ficou perneta.

Inicialmente a pobrezita deixou de poder trabalhar a tirar a roupinha agarrada ao varão de metal, recebia uma reformazita de 300 Euros, bem bom dizia ela, mas que não dava para nada, tal era o preço que as coisas atingiam naquela terra, por outro lado o PR acumulava reformas, duas, três, quatro, ordenados e terços de reforma, enfim negociatas torpes, vergonhosas traficâncias que faziam rir os pobres que tinham de subsistir com tão pouco, por isso a boa da Vanessa teve de se agarrar novamente ao varão e assim nasceu a Vanessa Salústiana a stripper Perneta, por quem Anastácio sentia tão profunda paixão.

Anastácio sentia-se porém enojado, com aquela terra, os PR eram milhares, nunca em nenhum outro país vira tantos, no entanto o resto do povaréu seguia, alegre, mesmo depois de saber que alegre, ficava quem trabalhava três meses e recebia 3000 Euros de reforma, ou como noutra situação em que Juan o amigo espanhol o alertara dizendo. – Mira, mira, Amaral, un outro que trabajando un año se queda com milles de Euros.

Anastácio Amaral, exibia a sua raiva, que cambada de cretinos, estes proxenetas, estas sanguessugas vampirescas, arruinavam a nação sugando-a até ao tutano, reformas milionárias, subvenções vitalícias, mais negociatas e negociatas, todos esses milhões esbanjados nesse classe medíocre, parecia que o Estado apenas servira para alimentar os PR, a coberto de leis feitos pelos próprios, a mama continuava.

Anastácio chorava de raiva. – Pobre de mim e pobre da Vanessa Salústiana, como acabar com o PR, jamais o vou conseguir.

Seguia com estes pensamentos, enquanto o Sol prosseguia a sua rota, amanhã era dia de trabalho, Anastácio, um dia ganhara coragem apanhara uma furgoneta da TAP e fora embora emigrara mais a Vanessa, agora pegava nas obras às 7.00h, na Suíça para onde entretanto emigrara com a Vanessa, para se dedicar à construção civil, a coisa era dura, no entanto como pagavam bem daqui a 10 anitos tinha dinheiro suficiente para viver bem em Portugal, talvez até abrir um pequeno negócio seu, entretanto a Vanessa estava grávida, o subsídio de maternidade que lhe pagavam era maior do que a quantia que a maioria dos desgraçados que em Portugal se matavam a trabalhar recebiam mensalmente, no entanto e apesar da aparentemente a sua vida estar no caminho certo Anastácio não conseguia esquecer os malvados PR da sua terra e gritava!

- Malvados, filhos de puta, bandidos, proxenetas!

Fim

Caro Leitor, para esclarecimento de Vexa. adiantamos que o que acabou de ler é pura ficção, a sigla PR, significa Papa-Reformas, não confundir com alguém que conheçam que tenha três reformas e ocupe ou tenha ocupado alguma posição com a mesma sigla e quem se deva respeito institucional, da mesma forma CP é a Sigla de Carroças de Portugal e TAP, a sigla de um projecto de promoção da semana do coração, Tente Andar a Pé. A delirante ficção de Edgar faz parecer tudo isto real, mas não é caro Leitor, é tão-somente a Octocentésima Dimensão, aquela onde você vive, Portugal.

Francisco Pereira

 

 

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