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Cenas tristes

04-07-2014 - Henrique Pratas

Na terça-feira o Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social afirmou que o rendimento social de inserção, mais conhecido por RSI, tinha sido reduzido porque o n.º a taxa de desemprego tinha baixado.

A taxa de desemprego pode ter baixado por várias ordens de razão ou se criaram empregos, que eu não acredito, ou os desempregados de longa duração esgotaram o tempo para receber subsídio de desemprego e saíram fora das estatísticas, daí a razão do decréscimo, ou o movimento migratório aumentou.

A atoarda foi de tal maneira que a noticia que tinha saído na net desapareceu num instante, haja alguém com bom senso, vi a notícia à tarde e à noite quando me preparava para copiar o artigo para partilhar convosco tinha desaparecido.

Mas o que é que o rendimento social de inserção tem a ver com a subida ou descida da taxa de desemprego, claro que nada mas com Ministros tão ilustres como este que não tem tento no que diz é de esperar tudo.

A natureza do RSI tem por essência ser atribuído a pessoas sem qualquer tipo de rendimentos, com o objectivo de os inserir de novo na vida activa, como esta última é pouco ou nada trabalhada os motivos que levam a atribuir o RSI mantêm-se e nada se altera com a variação da taxa de desemprego.

O outro facto que quero partilhar convosco é o de o Carlos do Carmo ter ganho por direito próprio, um Grammy, não é para todos ainda por cima com a unanimidade de todos os decisores.

Está de parabéns o menino Carlos como lhe chamo, coisas da minha juventude. O meu pai desde muito cedo me deu a conhecer a “vida”, que passou um dia por passar pelo Faia, casa de fados dos pais do Carlos, o meu pai tratava-o por menino e sempre o tratou porque tinha uma relação de grande amizade com a sua mãe Lucília do Carmo e era assim que ela o tratava e o meu pai por uso e costume tratava-o também por menino e até um dia eu, com apenas 16 anos, pela força do costume, também o tratei por menino Carlos, fiquei aflito com o que disse mas saiu-me e ele com a sua bonomia riu-se a bandeiras despregadas e voltou-se para mim e disse-me então eu é que sou o menino e tu já és homem, não faz mal até gosto e assim ficámos.

Este episódio vem a propósito do conhecimento oficial de ele ter ganho o Grammy e eu não me lembro do Secretário de Estado da Cultura ter tecido qualquer elogio público, não é todos os dias e não está acessível a todos este prémio, basta verificarem o histórico de quem o ganhou até à presente data.

Para um País tão pequeno ter um cantor a ganhar este prémio deveria ser um motivo de orgulho, como ele ainda ontem dizia somos tão pequeninos, referindo-se ao que estava a sentir.

Para todos nós, quer se goste ou não da pessoa, deve constituir um motivo de orgulho para nós, portugueses, porque também temos coisas boas e somos capazes quando queremos, com muito esforço, muito trabalho e rodeado das pessoas certas conseguimos alcançar objectivos que à partida só estão disponíveis/alcançáveis para os grandes Países.

Não vi nem ouvi dar o devido relevo por parte do Governo a este facto, a cultura não é uma prioridade deste País.

Salvo erro e omissão com o José Saramago aconteceu o mesmo, mas depois quando ganhou o Nobel tiveram que o engolir.

Nós também somos capazes.

Henrique Pratas - Economista

 

 

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