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COMISSÁRIOS POLITICOS E DE INTERESSES

23-08-2019 - Henrique Pratas

Na semana de 18 de julho um amigo meu foi assediado para exercer funções em regime de mobilidade interna, criada através da Bolsa de Emprego Público (BEP), tendo-lhe sido marcada entrevista para o dia 22 do mesmo mês, esta situação surge por convite ele não pediu nada, nem pede conhecendo eu o feitio que tem, pauta-se mais pelo mérito e profissionalismo do que por cunhas ou fazer fretes, ele já não precisa de demonstrar nada a ninguém a não ser a ele próprio, o seu passado profissional fala por si.

Ele lá foi há entrevista como estava combinado, preparou-se minimamente sobre o que era a estrutura do organismo, quem era quem e pouco mais.

Na “suposta” entrevista os responsáveis máximos pelo funcionamento da referida organização, lá colocaram uma questão ou outra, mas deram sobretudo enfâse ao seu modo de funcionamento, esse meu amigo apesar de achar este tipo de comportamento estranho não se desmanchou e aguentou-se ao balanço. A insistência foi mais do que muita para saberem se ele estava interessado em exercer funções nesses organismo da administração central, como ele gosta de desafios e gosta de sair da sua zona de conforto, não é uma pessoa acomodada, aceitou o desafio, mas alguma coisa lhe dizia que não estava bem.

Acabada esta “entrevista” pediram-lhe que lhes enviasse o seu nível e posição remuneratória, coisa que fez, porque quando lhe perguntaram se ele sabia estas duas informações durante a “reunião” ele não sabia de todo, mas disse-lhes que assim que chegasse ao seu local de trabalho lhes enviaria a informação que pretendia e assim foi que o meu amigo cumpre com aquilo com que se compromete. A resposta foi enviada no mesmo dia 22 de julho.

Entretanto como o meu amigo sentia que alguma coisa não batia certo foi ver a nota curricular das pessoas que estiveram na entrevista e para grande espanto apercebeu-se que estava perante dois “comissários políticos” de competência duvidosa, em regime de comissão de serviço por 3 anos, a contar de 2017, com cursos tirados onde este meu amigo já tinha sido professor e que chumbou alguns dos alunos por não saberem o que era e calcularem uma percentagem (%) e permilagem.

Aí ele começou a esquecer a ideia e viu logo o que queriam era alguém que trabalhasse para eles, porque nada sabiam fazer.

Chegado a dia 2 de agosto como não tivessem a delicadeza ou gentileza de lhe dizer nada, enviou um mail a perguntar como é que estava o processo e a resposta foi a que já estava há espera, “….o orçamento não comportava o encargo com a sua mobilidade.”, e mais uns agradecimentos de circunstância.

Vários erros ocorreram neste processo, primeiro sabe-se em termos orçamentais até onde é que podem ir, porque como dizemos “não há dinheiro não há palhaços”, segundo durante a entrevista não aliciam um possível candidato a mudar de organismo se não podem preencher o primeiro requisito e finalmente se esse meu amigo não tivesse enviado um mail a questionar como estava a situação, ficaria ad eternum, à espera de uma resposta, o que é sintoma de uma grande má educação que grassa nos organismos públicos e que não deveria acontecer, nem neles nem nos privados, quando se chama alguém para uma entrevista deve-se sempre dar uma resposta.

Conto-lhes este episódio, como mais um que ilustra bem o modo de funcionamento da nossa administração pública, os comissários poéticos têm sempre lugares, quem é profissional, ou pretende ser ético, coerente e não se mete em caminhos ínvios ou se quiserem processos menos claros, está fora da “carroça”.

Urge “sanear” a administração pública a todos os níveis os factos de induzem a que esta seja pouco profissional, corrupta e opte por processos ínvios são mais do que muitos e não se pode tapar o Sol com a peneira, se querem fazer alguma coisa para que o Estado seja um pessoa de bem, têm que contratar as pessoas certas e não os primos, os tios, dos sobrinhos das primas, os comissários políticos que apenas sabem fazer arruaças aquando das campanhas politicas pelos diferentes partidos, mas que só servem para isso, porque mais não sabem nem lhes é exigido.

Chega de compadrio, se querem um Estado a funcionar convenientemente em prol da satisfação das necessidades das populações vão ter que contratar pessoas que reúnam as condições mínimas exigidas sem olhar ao faco de serem primos, mulheres, maridos, ou qualquer outro grau de parentesco com os membros dos diferentes Governos.

Atrevo-me mesmo a escrever que muitos dos que entraram para a administração pública entraram, para um lugar qualquer onde existia uma vaga, estando cá dentro é uma questão de se aconchegarem, para quem tem feitio para isso, a este ou aquele e fazer uns “favores” que a carreira é promissora.

Obviamente que existem honrosas exceções, que nos tempos que correm são poucos que existem, existem.

Henrique Pratas

 

 

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