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TVDE

26-07-2019 - Henrique Pratas

Se vierem há capital do burgo os se deslocarem ao Porto vão encontrar viaturas a circular com dísticos com as letras TVDE, atrás ou no para-brisas e o que é que isto quer dizer, segundo a lei, os automóveis ao serviço de “transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica”, ou seja, as transportadoras privadas que estamos familiarizados como a Uber, a Bolt (ex-Taxify), a Cabify ou a Kapten (ex-Chauffeur Privé).

Tal e qual como as trotinetes e as bicicletas este tipo de viaturas são uma praga e contrariamente ao que lhes é exigido quebram todas as regras de circulação na via pública porque ao praticarem preços mais baixos que os designados táxis, têm que correr mais para que a atividade seja rentável e então vale tudo.

Do que me é dado a observar reparo que muitas viaturas portadoras deste dístico circulam em vazio, ora se circulam sem passageiros, estão a ter custos que não são rentabilizados e eu não consigo entender como é que este tipo de viaturas está a surgir como cogumelos, mantendo-se o atual estado de coisas está instalada mais uma “praga” como os tuk-tuks.

Pensando bem se existem tantos táxis, como os que existem e se os TVDE, vêm ser um concorrente com os táxis a meu ver não há espaço para tanta viatura a circular porque não há procura suficiente para este tipo de serviço.

Os TVDE só se conseguem “estabelecer” no nosso mercado se praticarem preços mais baixos que os táxis, mas aqui surgem várias questões, como é que podem oferecer melhor qualidade na prestação de serviços, com as condições que pretendem oferecer, transporte em segurança, em viatura de excelente qualidade, associado a uma eficiência e eficácia comparativamente aos tradicionais táxis que existem por aqui e no Porto, em algum lugar eles vão ter que reduzir custos, porque para manter uma viatura deste tipo, com esta qualidade, a pagar salários dignos aos seus condutores e a fazer a manutenção que as viaturas que utilizam se mantenham num nível de qualidade superior, como se propõem não é fácil. Faltou-me ainda mencionar os prémios de seguros que têm que estar de acordo com o normativo legal que lhes é aplicável.

Fazendo uma análise custo/beneficio, assim há primeira vista, sem mais dados, afigura-se-me que estamos perante mais uma situação em que a manta é curta, se a puxam para tapar a cabeça, ficam com os pés de fora, se tapam os pés ficam com a cabeça há vista.

Tudo isto me cheira a esturro, das duas uma ou os condutores dos táxis tradicionais táxis estão a mudar para este tipo de atividade e esta consegue vingar ou em caso de tudo permanecer igual, algo está errado neste processo, mas uma coisa é certa quando circularem e virem uma destas viaturas por perto tenham as maiores das cautelas porque lhes pode acontecer de tudo.

O Povo diz e com razão “galinha gorda por pouco dinheiro é de desconfiar”, assim é a minha posição relativamente a este tipo de transporte personalizado, cá por mim fico-me pelo tradicional táxi.

Importa ainda referir que tive conhecimento de dois acidentes provocados intencionalmente por este tipo de viaturas, isto para quê para poderem receber das seguradoras o tempo em que se encontram imobilizadas, entrámos numa época em que vale tudo, até provocar acidentes para serem ressarcidos das seguradoras. Por aqui existem seguradoras que se recusam a fazer seguros a este tipo de viaturas, porque será? Considerando que a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), obriga a que estas e as outras viaturas não possam circular sem seguro e que as seguradoras são obrigadas a fazer seguros desde que estes tenham duas cartas de seguradoras que não aceitem realizar seguros às viaturas em causa já se juntaram para aceitarem realizar seguros a estas viaturas com a denominação de as Seguradoras Unidas, S. A., até apetece utilizar uma célebre palavra de ordem que “As Seguradoras Unidas jamais serão vencidas”, chegámos a este ponto. Acresce que quem conduz este tipo de viaturas provocam acidentes para tirar partido dessa situação como lhes relatei, não sei se por iniciativa própria se a mando de alguém e acreditem que estão a gerar aqui na capital do burgo, um sistema de desconfiança porque têm criado problemas e dificuldades aos condutores que são vitimas dos seus desmandos e eu não vejo o IMT a tomar medidas de espécie nenhuma.

De acordo com o IMT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes), já existem mais de 6.900 motoristas certificados, com aproximadamente mais 280 pedidos em análise. Relativamente às empresas de TVDE, o IMT já reconheceu 3387, com 175 empresas mais em processo de análise.

Eu vejo com a máxima preocupação o desenvolvimento deste processo porque não acredito que sejam capazes de fazer a certificação necessária e suficiente dos 6.900, motoristas para que estes tenham um comportamento em termos de condução e de relacionamento com os potenciais clientes da dita excelência que tratam propagam. O que espero é que as entidades responsáveis, neste caso o IMT, saiba assumir as suas responsabilidades na devida altura. Consta que muitos destes condutores são de origem brasileira, eu não tenha nada contra estes cidadãos ou outros que venham para o nosso País o que entendo é que eles devem respeitar as regras que existem e que foram emanadas dos competentes órgãos de soberania portuguesa, porque se vêm com o mesmo tipo de condução que fazem no Brasil a taxa de sinistralidade vai aumentar significativamente e lá vão aparecer os responsáveis governamentais com explicações que não convencem ninguém a não ser eles próprios e as partes interessadas. Cheira-me a que estamos perante a mais uma negociata, que não vem acrescentar valor nenhum e que só vem criar mais problemas e aumentar a sinistralidade automóvel.

Por este andar torna-se cada vez mais difícil um cidadão sair há rua, estas viaturas, porque problemas já eles estão a causar aos restantes cidadãos que utilizam a sua viatura para se deslocarem nas duas cidades Porto e Lisboa.

Em meu entender estamos perante mais uma inovação ou alteração de comportamento perante uma prestação de serviços que é mais uma faz de conta do que uma realidade e acredito que as pessoas que optam por este tipo de serviço o fazem por ser francamente mais barato, mas isto ainda vai ser uma coisa que alguém terá que explicar como é que conseguem praticar os preços que praticam e provavelmente nessa altura vamos entender melhor o que está por detrás disto tudo.

Lisboa, 09 de julho de 2019

Henrique Pratas

 

 

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