O ESTADO DA NAÇÃO
26-07-2019 - Joaquim Jorge
O Estado da Nação tem um lado caótico e um lado ordenado.
O que está ordenado, disciplinado e organizado: alternativa à esquerda (o acordo PS/BE/PCP funcionou uma legislatura), controlo do défice público e a reposição salarial dos funcionários públicos.
O lado caótico, desordenado e bagunçado: dívida pública ( atingiu 230%), o estado dos serviços públicos (renovação do cartão de cidadão, atraso nas pensões, transportes públicos, serviço nacional de saúde).
O país como disse António Costa não é cor-de-rosa. Os portugueses vão decidir a quem vão deixar os destinos do país a partir de 6 de Outubro.
A questão é a seguinte: os portugueses acham que o país está melhor do que em 2015 quando António Costa tomou posse? Aparentemente parece que sim, contudo Rui Rio precisa de arte e engenho para mostrar aos portugueses que seria capaz de fazer melhor.
Os portugueses já sabem, o que o PS fará a seguir: juntar-se-á ao BE e ao PCP. E o PSD se vencer como fará? Ninguém sabe.
A direita portuguesa nunca venceu eleições sem ser em coligação, Sá Carneiro ensinou-nos isso.
Carlos César sai da liderança da bancada do PS, à espera de ir para Ministro, quero dizer, Vice- Primeiro- Ministro e suceder a Antonio Costa se este for para Bruxelas.
Mário Centeno será, de novo, Ministro das Finanças para poder continuar presidente do Eurogrupo.
O debate do Estado da Nação foi um debate morno, a cheirar a fim de ciclo, a pensar já em Outubro e até deu para António Costa cumprimentar os líderes parlamentares.
António Costa sonha com uma maioria absoluta, mas não a vai ter. O BE sonha com uma votação expressiva para condicionar o PS. O PCP sonha em aguentar-se.
O CDS vai concorrer, desta vez sozinho, e agora, é que vão ser elas, vai ter que mostrar o que vale sem ser coligado com o PSD. Uma prova de fogo para Assunção Cristas.
O PSD está como um tolo no meio da ponte. Num lado da ponte está um PSD que pensa no dia 6 de Outubro e tenta ter um bom resultado, no outro lado da ponte está um PSD que pensa no dia a seguir às eleições e como se vai desenvencilhar de Rui Rio.
Deste modo, tudo a correr para estender a red carpet a António Costa. A vida politica é uma espécie de terra do PS e o resto é uma espécie de terra de ninguém.
Fundador do Clube dos Pensadores
Voltar |