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AFINAL AINDA EXISTEM, PESSOAS - I

28-06-2019 - Henrique Pratas

Dando continuidade ao meu texto escrito no passado dia 19 de junho do corrente ano esqueci-me de aflorar uma situação que ilustra muto bem o Mundo em que vivemos.

Estão a par da situação de certeza estou-vos a falar dos jovens que decidiram ir para águas internacionais do Mediterrâneo ajudar a salvar emigrantes que por força da guerra se viram obrigados a fugir dos seus Países, utilizando os meios mais rudimentares para o efeito.

Coloco aqui no mesto “cesto” aqueles que pelo contrário se serviram da desgraça alheia e que fizeram disso negócio e raparam todas as economias aos infortunados para lhes “prometerem” uma vida melhor. Como é do nosso conhecimento há gente capaz de tudo é o Mundo que criámos e onde vivemos.

Mas voltando ao facto que me leva a escrever este texto que foi única e exclusivamente ao processo judicial, que alguns jovens que se dedicaram a salvar estas pessoas em águas internacionais no Mar Mediterrâneo, onde se encontrava um português.

Este processo judicial é colocado pelo Governo italiano e tem como fundamento a ajuda há emigração ilegal que é considerado crime.

Considero esta atitude uma infâmia por parte do Governo italiano que revela a maior falta de consideração e desrespeito pela condição humana, quem devia estar no Banco dos réus são os Países que promovem a guerra nos Países de onde são oriundos estes emigrantes porque em vez de criarem as condições para que as suas populações ficassem no mesmo, não vão experimentar os “brinquedos” de guerra que lhes colocam nas mãos e com isso criam a desunião, a pobreza e a instabilidade nesses mesmos Países, mas como eles são intocáveis, são as populações que têm que fugir há procura de melhores condições de vida e de paz acima de tudo.

Para quem não se recorda convém relembrar que nós também tivemos emigrantes, numa fase em que existia uma Guerra Colonial sem sentido para alguns e que muitos dos portugueses emigraram na procura de melhores condições de vida, porque em Portugal não lhes era permitido passar da cepa torta e ainda nos dias de hoje assistimos a muitos jovens e não tão jovens emigrar há procura de trabalho que este País não lhes consegue, não quer ou não é capaz de lhes oferecer. É certo que lhes escrevo sobre duas ordens de razão completamente diferentes, mas entendo que a mesma deva ser ponderada e considerada tendo como referência os motivos que levam as pessoas a emigrar.

Mas voltando ao caso mais gritante e aberrante, na minha opinião, então o Governo italiano vai processar os jovens que ajudaram a não morrer, pessoas que fugiam dos seus Países, por causa da guerra, da instabilidade que outros criaram em condições perfeitamente inqualificáveis e agora o Governo italiano arroga-se ao direito de processar criminalmente os jovens que desenvolveram e ajudaram pessoas a não morrer no meio do Mar Mediterrâneo.

Há qualquer coisa que não bate certo no meio disto tudo, por um lado temos pessoas que tentaram e tentam salvar a vida a outras e por outro temos um País que quer colocar na prisão quem ajudou pessoas a não morrerem numa situação que deveria envergonhar o Mundo.

Não entendo de todo este tipo de comportamento pelas razões que vos elenquei ao longo do meu texto, ou será que existia diferentes extratos de pessoas e aquelas que o sendo não têm o direito de serem consideradas como tal.

Por mim, passo, como costumamos dizer quando não podemos ir a jogo, mas que tudo isto é muito estranho é, como diria a geração dos meus avós “vá lá uma pessoa entender-se no meio disto tudo”.

Henrique Pratas

 

 

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