Edição online quinzenal
 
Sábado 20 de Abril de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

AFINAL AINDA EXISTEM, PESSOAS

21-06-2019 - Henrique Pratas

Não posso deixar de escrever sobre o que vi ontem num programa de televisão (SIC) E SE FOSSE CONSIGO?, que passou logo a seguir ao Jornal das 20 horas.

Desconhecendo se todos viram o programa a que faço referência, vou fazer uma breve descrição do mesmo.

A ação passa-se numa farmácia, com uma senhora que pretende aviar medicamentos que são essenciais para ela e para a sua irmã que se encontra acamada. A senhora tem uma respeitável idade assim como a sua irmã que não aparece obviamente nas imagens, mas dá-se conta porque durante o episódio esta faz referência que não têm ninguém a quem recorrer para que as possa ajudar na compra dos medicamentos prescritos por um médico e que são essenciais para as duas senhoras.

Como lhes referi a ação decorre numa farmácia onde uma senhora vai aviar uma receita médica e pelos medicamentos prescritos numa situação inicial pedem-lhe 42,35 € mas a senhora só possui 30,00 €, solicitando a quem o atende na farmácia que veja como se poderá resolver a situação porque ela precisa de levar os medicamentos mas só dispõe dos 30,00 € que não chega para cobrir o total a pagar. A funcionária da farmácia sugere-lhe que leve apenas alguns dos medicamentos de acordo com o dinheiro disponível e que depois volte lá outro dia para levar o resto, quando tiver disponibilidades financeiras.

A senhora insiste e diz que só tem aquele dinheiro, que só são as duas, ela e a irmã e que as suas pensões são baixas e que não tem forma de arranjar o que lhe falta para poder pagar os medicamentos que são necessários. Toda esta ação é presenciada por vários cidadãos como nós e são muito poucos que tomam uma atitude a maior parte deles fazem ouvidos de mercador, aliás numa análise muito sumária é de destacar o comportamento das mulheres, comparativamente com as dos homens que presenciam a situação. Não há nenhum homem que tome a decisão que algumas mulheres tomaram.

Inicialmente o valor que faltava era de 12,35 € e ninguém se chegou há frente para cobrir o que faltava, aqui tenho que enviar um recado para o senhor Ministro das Finanças e para o senhor Primeiro-Ministro que afirmam sistematicamente que o rendimento disponível das famílias aumentou pelo simples facto de a carga fiscal ter diminuído, ficou bem provado que tal não é verdade e que a maior parte das famílias portuguesas que vivem única e exclusivamente de pensões ou de rendimentos do trabalho têm cada vez menos rendimento disponível. O recado é em particular para os detentores dos cargos que enunciei, mas todos os outros que exercem funções governativas, deputados, tribunais e demais organismos públicos e privados não ficam de fora, colocaram Portugal numa situação de pobreza nunca vista e por mim só gostaria que os responsáveis pelo atual estado a que chegámos fosse assumido por quem praticou e implementou as medidas que nos levou a esta situação perfeitamente aberrante. Se existe mais rendimento disponível não é certamente para a maior parte da população é apenas e somente para alguns que sabe-se lá como chegam a lugares para os quais não reúnem o mínimo de competências para o exercício das funções para os quais são designados e que praticam atos de perfeita irresponsabilidade, sem serem responsabilizados pelos atos praticados, como todos nós sabemos, o risco que correm é de ficarem cada vez mais ricos.

Mas voltando há peça encenada e preparada convenientemente, dá para ter uma noção do comportamento dos portugueses e do estado financeiro das famílias portuguesas.

Como com um diferencial de 12,35 € ninguém se propôs ajudar a senhora em casa baixaram a diferença para 5,00 € e qualquer coisa mais que eu não fixei, aí a cena foi-se repetindo a maior parte das pessoas, assobiaram para o ar, enquanto outras não e destaco que a maior parte das pessoas que disseram a quem estava a atender a senhora que precisava dos medicamentos e que apenas tinha 30,00 €, foram mulheres que se chegaram há frente umas com mais recato outras com menos disseram frontalmente a quem estava atrás do balcão dê lá os medicamentos há senhora que eu pago o que falta.

Eu não tenho vergonha do que lhes vou escrever eu assisti ao programa do início ao fim e não me escuso de vos informar que chorei convulsivamente provocada pela indiferença, petulância de alguns assistentes, acompanhada pela revolta que tenho sobre quem nos tem Des) Governado e nos conduziu a esta situação em que não existe respeito pela dignidade da condição humana, criaram monstros perfeitamente descabidos e pagava para saber e ver o que pensam muitos dos políticos que passaram pelos diferentes Governos, Presidentes da República e outros detentores de poderes políticos.

Meus senhores se não se recordam foi com a Revolução Francesa que ocorreu entre 1789 e 1799 que se defenderam os princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, será que foram esquecidos ou a democracia há portuguesa criada pelo 25 de abril de 1974, não abrange os princípios referidos.

Meus senhores chegou a hora de dizer basta há ditadura financeira/económica e temos que nos lembrar sempre que o quem País tem de mais importante é a sua população, porque são eles que com a sua força de trabalho podem fazer crescer o País e aumentar a produtividade, basta de expedientes, manobras de bastidores, enriquecimentos ilícitos e dos políticos impreparados para o exercício de qualquer cargo público seja ele oriundo de que partido seja, temos que ser profissionais e promover o crescimento económico real e efetivo do País, basta de pantominices e de aldrabices e de nos atirarem com números que não correspondem minimamente há realidade, um pequeno programa de televisão como o que vi ontem demonstra inequivocamente que os nossos responsáveis políticos nos buzinam todos os dias não corresponde há realidade, vamos lá inverter a tendência e falar verdade e fazer politica, com o intuito de melhorar o nível de vida dos portugueses, sustentado numa economia devidamente alicerçada em empresas sólidas, chega de engenharias financeiras e habilidades para demonstrar que estão neste ou naquele lugar, o que de facto importa é que estejamos de facto nesse lugar por mérito próprio e que nos consigamos manter nos mesmos níveis de ranking por muito tempo, isto é que é importante, andar nesta do ioiô, ou no sobe e desce já chega.

Por mim fiquei perfeitamente esclarecido os portugueses estão com os furos do cinto completamente apertados, não dá para apertar mais, se isso nos for solicitado temo que aconteça o pior e que se tem vindo a verificar que é o aumento da violência seja ela de que cariz seja, esta é outra das contrariedades face ao que o Ministro da Administração Interna afirmou esta semana, que Portugal era o terceiro país mais seguro, não sei se do Mundo se da Europa, isto para mim não é relevante, o que me importa é que não aconteça no nosso País o nível de violência a que chegámos se comparativamente estamos melhor do que os outros, o que duvido, porque nunca nos informam como é que são feitas as estatísticas e o seu conteúdo para podermos avaliar se os resultados são comparáveis ou não, mas como escrevia o que me importa é que o nível diminua ou que não exista, o que se passa nos outros Países, com o máximo respeito não me interessa, o que eu sei é que aqui no país onde vivemos não nos sentimos seguros.

Termino acrescentando, que não eu não rico, vivo dos meus rendimentos do trabalho e que não sou aumentado há mais de 10 anos, por força das medidas que os nossos políticos implementaram no nosso País e que agora se encontram a gozar dos rendimentos, enquanto nós formiguinhas temos que fazer o mesmo carreiro todos os dias para obter os “parcos” proventos para podermos sobreviver neste Mundo cão, mas o que visualizei ontem deixou-me muito apreensivo, porque não se esqueçam de uma coisa a situação que foi recreada existe, não é ficção e nós nunca sabemos quando é que ela nos pode bater há porta, porque nós comuns cidadãos não somos imunes àquela e outras situações que existem na nossa sociedade, eu só de pensar que algum dia poderei passar pela situação de não ser tratado com a dignidade que entendo que todas as pessoas devam ser tratados, fico com uma revolta dentro de mim que nem imaginam.

Só mais um reparo final, ontem também li um artigo onde é demonstrado que os portugueses mentem quando lhes é perguntado para onde é que vão passar férias, muitos afirmam uma coisa que não corresponde há realidade, muitos ficam em casa outros vão para casa de familiares e eu só escrevo não tenham vergonha de ser aquilo que são falem verdade e digam que não têm dinheiro para se deslocarem, ou não se querem endividar para ir de férias para locais muito badalados, isto não é vergonha, vergonha é dizer aquilo que não se pode fazer e que teriam direito a fazê-lo.

Henrique Pratas

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome