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Memórias da política

07-06-2019 - Francisco Pereira

Perguntaram-me recentemente porque escrevo tanta vez, questionando, invectivando e maldizendo os políticos portugueses, apodando-os de biltres, de pulhas e de ignóbeis – …para ti, não há nenhum que preste? - perguntou-me o meu interlocutor, persistindo com a sua arenga tentando ilustrar a superlativa qualidade de alguns dos seus “heróis” políticos, todos pertencentes à sua galáxia partidária.

Olhei para ele e encolhi os ombros, respondi-lhe com um lugar comum qualquer, não me recordo o que lhe disse, mas ele insistiu em prosseguir com a conversa sobre o tema – … até parece que estás ressabiado, revoltado ou que é alguma coisa pessoal… – atira-me de chofre, talvez tentando espevitar-me, porém não reajo, não me ofende minimamente nem sequer me perturba, prefiro rir, dei-lhe um abraço e deixei-o ali onde nos encontrámos naquela manhã de chuva.

Continuo a ser amigo daquele tipo, apesar da sua partidarite, não lhe posso querer mal, nele aquilo é mesmo genuíno não é encenação nem trapaça e isso tenho de respeitar, no entanto a conversa deixou-me a pensar e levou-me a escrever esta espécie de curtíssimas memórias políticas que sintetizam e explicam a minha visão sobre o rebotalho politico que nos tocou em sorte.

Desde muito cedo, aí com catorze ou quinze anos comecei a cultivar uma activa cidadania política, fruto de ouvir o meu avô que na juventude fora um acérrimo combatente contra a ditadura, chegando a estar preso, nos anos quarenta do século passado, por esses delitos de opinião.

Foi assim com naturalidade que ingressei numa juventude partidária, nessa condição, participei e fui eleito para órgãos autárquicos no caso para a Assembleia Municipal, participei também em actos eleitorais, como membro de mesa de voto desde as legislativas de 1987, há portanto 32 anos, estive em congressos, reuniões políticas, comités disto e daquilo, reuniões e afins, conheço pessoalmente alguns dos actores políticos destes últimos 30 anos, tanto da Esquerda como da Direita, foi o ter estado lá dentro, foi o ter privado com muita desta gente, que fez com que hoje eu seja completamente apartidário, tendo uma visão crítica e caustica disto tudo.

Foi aliás o facto de ter privado com alguma gentalha do mais medíocre que existe, aquilo que me fez começar a ter nojo da politiqueirice rafeira que se faz por cá, foi por ter visto acontecerem coisas que hoje muitos iriam negar ou nem sequer quereriam falar que comecei a criar este asco à politiqueirice e à gentalha que vive dela e ou que vive à volta dela, aproveitando-se, pois os que vivem ao redor da politiqueirice ansiando os favores dos políticos, são uma raça miserável de sabujos lambe cus, são ainda piores que os políticos, são uma corja de miseráveis bufos que alimenta a teia de clientelismos de que os políticos se servem para ir controlando as instituições, gentalha inepta que mercê das amizades partidárias consegue ser nomeado para cargos públicos, que entope a administração pública central e local com o seu fedor miserável de incompetentes vermes miseráveis, está a administração pública nacional prenhe deste tipo de gentalha, gestores públicos, vereadores, directores e sub directores, técnicos superiores disto e daqueloutro e o mais que se queira numa autentica orgia de compadrio nepotismo e miserabilismo de um país exangue à conta desta gentalha.

Felizmente não conheci neste meio só gente má, conheci alguns poucos muito capazes, gente honesta e intelectualmente capaz, alguns deles infelizmente nunca conseguiram lugares de destaque porque a maralha medíocre é bem mais efectiva e a bandalhice prevalece quase sempre em detrimento dos realmente mais capazes, Infelizmente as pessoas boas que conheci no meio, eram uma minoria, por má sorte o mais foi gentalha medíocre sem escrúpulos, caciques corruptos, vulgares vigaristas, larápios envoltos em capa de “doutor”, e foram os anos a ver o “modus operandi” dessa corja que me trouxe hoje a detestar esta elite podre, ainda bem que temos um povo de vermes analfabetos que prefere embebedar-se até à estupidificação com jogos de futebol do que zelar pelo seu bem estar, caso contrário este país volta e meia era varrido por verdadeiras hecatombes homicidas, assim a bem da nação oremos que tudo vai bem na paz do senhor e da sagrada família, ámen!

Francisco Pereira

 

 

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