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O RESCALDO

31-05-2019 - José Janeiro

68.60% este é o numero mágico do maior partido Português: o “deixa andar”. Mais uma vez os portugueses preferiram ir á praia, ir ao parque, ou ficar no sofaling a refilar com o cu bem alapado em vez de procurarem mudar alguma coisa.

Ficou tudo na mesma! Ou seja os partidos do costume mais ou menos trocaram entre si os votos uns com os outros. E já estamos habituados ao “vira o disco e toca o mesmo”, ora ganho eu, ora ganhas tu, ora ganho eu e tu, uma canção escabrosa.

No rescaldo li coisas tão intrigantes como: “muito se fala em abstenções, pois muito bem, uns saíram do país outros desgraçadamente trabalham ao domingo e depois querem votos”, ou aquele outro: “se os políticos deixarem de ser corruptos as pessoas vão votar, assim não vão, os políticos são a vergonha de Portugal”, mais uns mimos: “Costa considera que o eleitorado correspondeu à chamada do PS e deu voto de confiança ao partido”, e podíamos continuar a ver mais idiotices para justificar o maior desastre da democracia.

Na verdade, os políticos não têm interesse em que a abstenção deixe de existir, apesar dos queixumes, a razão é fácil de entender e os abstencionistas fazem a jogada deles, senão vejamos:

As grandes “vitórias” eleitorais são conseguidas á custa da abstenção, ora olhemos para os resultados destas eleições europeias:

PARTIDO

RESULTADOS NA URNA

RESULTADOS REAIS (*)

PS

33.38%

8.16%

PSD

21.94%

5.37%

BLOCO

9.82%

2.40%

CDU

6.88&

1.68%

CDS

6.19%

1.51%

PAN

5.08%

1.24%

ALIANÇA

1.86%

0.45%

LIVRE

1.83%

0.45%

BASTA

1.49%

0.36%

NÓS CIDADÃOS

1.04%

0.25%

INICIATIVA LIBERAL

0.88%

0.22%

MRPP

0.82%

0.20%

PNR

0.49%

0.12%

PURP

0.41%

0.10%

PTP

0.26%

0.06%

MAS

0.20%

0.05%

(*) Corrigido com os abstencionistas 68.60%, mais os brancos 4.25% e os nulos 2.69%, que não entram nas contas, ou seja na prática temos 75.54% de gente cuja decisão vale zero, dito de outra forma, foram eleitos com 24,46% do espectro votante.

Perante este panorama a reflexão é simples: Acham que os partidos têm interesse em acabar com a abstenção? Não serão lagrimas de crocodilo que choram para que as pessoas vão votar? E os abstencionistas, têm a consciência tranquila quanto a estes resultados?

Na verdade, os filiados nos partidos, ou os que se interessam pelo seu país vão votar, para tentar mudar o status quo, enquanto os restantes, interessam-se pelo futebol, praia e eurosofaling no facebook, com lamentos idiotas.

Estas são as grandes vitórias que na noite eleitoral se apregoam, não havendo quem tenha o mínimo de honestidade para afirmar que ninguém ganhou as eleições, elas foram ganhas pelo maior partido nacional o “deixa andar”, que se escudam em desculpas parvas para não mudarem o sistema.

Olhemos com atenção para os ditos vencedores e perdedores da noite eleitoral:

O PS arroga-se a ter o apoio do povo Português (lembrem-se de 24,46% desse povo é que decidiu), ao apoiaram as suas políticas governamentais, no entanto o cabeça de lista apresentado é apenas um individuo sem perfil e teve colinho do Primeiro-ministro; O PSD, comedido, trouxe um esganiçado, que sabemos passa mais tempo em lobbying que a tratar dos temas de interesse nacional, sendo uma escolha gasta e mostrando a falta de capacidade renovadora; O BE diz orgulhosamente que se transformou na terceira força politica, lembro que é o partido do Mamadou Ba e das florzinhas das LGBTI, como se viu com as bandeiras exibidas, isto quer dizer que apesar de algumas ideias com as quais até concordo, não admito o exagero destas duas frentes fracturantes pela forma pouco normal como as abordam, uma vez que apenas “um lado” tem razão e não há o mínimo de bom senso; A CDU surpreendeu-me com a descida, levando-me a pensar que os velhos revolucionários comunistas estão a morrer e não conseguem com Cubas, Venezuelas e Coreia do Norte conquistar os eleitores mais jovens; O CDS, era o esperado, aquela gente não tem capacidade para uma política séria, apenas a “do bota abaixo”, com trapalhadas atrás de trapalhadas e pouca consistência; E finalmente o PAN, os depressivos e órfãos da natureza, que acham que os animaizinhos são mais importantes que as pessoas e mesmo que a natureza, comedores de ervas e alfaces, que conseguiram capitalizar os poucos putos que foram votar e que são os raivosos que imaginam um mundo idílico só deles e citadino e que acham que o leite, vem dos pacotes, os ovos das caixinhas de papelão e mais coisas anormais naquelas cabeças larocas.

Ficámos nas mãos dos pouco mais de 2,5 milhões de votantes num espectro de mais de 10 milhões de eleitores. Estes 24% votantes decidiram: que a gasolina pode continuar a subir, que as famílias devem continuar a ser a opção de escolha para os governos, que a corrupção do não me lembro e não estava lá, deve continuar a ser a tónica das inquirições, que as PPP’s devem continuar em roda livre, que os hospitais, as escolas e a justiça continuem a ser a opção secundaria nos orçamentos de estado, a primeira escolha é sempre a banca, que os impostos continuem a penalizar quem trabalha, que no final fique tudo na mesma e depois lamentam-se nos cafés, no facebook e em outras redes sociais, achando que pedindo partilhas dos escândalos conseguem resolver os assuntos, sem se chatearem com essa pratica pouco digna que é votar para mudar.

No meio disto tudo, fiquei sem saber aonde votaram os diferentes raivosos como os professores, os polícias, os militares, os funcionários públicos na generalidade e outros cujas carreiras reclamam e se acham indignados com a actual governação, mostraram os dentes e depois, quiçá, apoiaram tudo como cordeirinhos, ou ter-se-ão arrependido e votaram PS, ou terão ido aproveitar o dia de sol, ou ainda estão a comemorar o futebol, sem se aperceberem que havia eleições, ou ainda se acham superiores a isso tudo porque, “enquanto os combustíveis não baixarem não voto”, como aliás vi em alguns apelos idiotas, julgando eles que os políticos se chateiam com a abstenção.

Até para a semana

José Janeiro

 

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