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INACREDITÁVEL

31-05-2019 - Henrique Pratas

Na semana que passou todos assistimos a um facto que ninguém quer acreditar mas que é verdade, uma pessoa que pediu emprestado dinheiro a uma entidade bancária, sem que lhe fossem solicitadas garantias reais, como é feito a um cidadão comum, não liquidou o valor que lhe foi emprestado e ouvido em Comissão de Inquérito no Parlamento, ainda teve a distinta lata de afirmar que contraiu os empréstimos para ajudar os Bancos e mais se estes não recuperaram o dinheiro foi por culpa deles, porque não executaram as ordens que lhe foram transmitidas por ele.

Eu não sei e tenho muita dificuldade em qualificar esta situação, por ser tão caricata e sem qualquer espécie de razoabilidade, mas há uma coisa que a mesma transmite a todos os portugueses, que é o estado a que isto chegou.

Para uns cidadãos as medidas aplicáveis são umas para outros mais endinheirados as medidas perante as mesmas situações são outras e a questão fica que raio de Justiça é que temos.

Vendo estes exemplos que obviamente vêm de cima como é que o comum dos cidadãos vai entender que seja tratado de forma desigual, convenhamos que é muito difícil de explicar, escrevo mesmo inexplicável.

Sei de fonte segura que a mesma personagem tentou realizar o mesmo tipo de operação junto de outra entidade bancária e que o pretendido não lhe foi concedido, mas acho abominável que essa mesma entidade bancária que através dos seus funcionários neste momento faça alarde da situação que ocorreu há uns anos atrás, será que uns são mais espertos do que outros.

O que está em causa não é isto é saber porque motivos ou razões a Caixa Geral de Depósitos, com a conivência do Millennium BCP, lhe concedeu o que ele solicitou, quem o fez e baseado em que critérios.

A explicação que a personagem deu na Comissão de Inquérito, é atentatória do mais elementar respeito pelos cidadãos portugueses e funcionamento das Instituições Portugueses, caso do Banco de Portugal, cujo papel de supervisor e regulador desta atividade no mercado português eu não entendo o que é que fazem para que estas situações que são recorrentes aconteçam.

Esta personagem, em causa chamou estúpidos a todos os portugueses que se esfolam e fazem das tripas coração para poderem honrar os seus compromissos, isto eu considero um atentado há inteligência humana, mas foi a isto que chegámos ou para onde nos empurraram.

Entretanto no meio disto tudo não ouço nenhuma pronúncia ou anunciação do Ministro das Finanças sobre estes casos, a única coisa que sabem dizer é que não há dinheiro para dar aumentos de vencimento aos trabalhadores da administração pública, mas para cobrir estes desmandos e outros que muito bem conhecem o dinheiro não falta.

Já há muito em que entrámos em discrepâncias entre ricos e pobres e aqueles que há custa de acesso a determinados lugares almejam a todo o preço e passando por cima de tudo e de todos angariar dinheiros públicos com o intuito de engordarem as suas contas bancárias ou o seu património e nós cidadãos comuns assistimos a tudo isto sem nada fazer a não ser pagar o que o Estado nos vem cobrar, para tapar os “buracos” que são abertos, por este “senhor” e por outros que vivem há grande e há francesa, sem nada lhes faltar, mas que na proximidade das eleições se aproximam da “plebe” prometendo-lhes umas migalhas que nunca cumpriram, mas que lhes dão votos para poderem continuar a praticar os seus atos pouco recomendáveis nesta sociedade.

Eu estou convicto que esta situação vai ter que ter um fim, não sei quando, mas que vai, vai, o “pagode” começa a andar de “marmita” cheia e um dia ela vai rebentar.

As desigualdades acentuam-se dia a dia, os atos censuráveis que são praticados repetem-se continuamente sem pararem, esta sociedade não aguenta isto durante muito mais tempo, as consequências vão ser muito graves.

Já são poucos que se interessam pela atividade política e pelo voto, que foi uma conquista para a generalidade da população portuguesa, chegámos a uma situação contrária há que existia antes do 25 de abril, hoje todos desde que maiores de 18 anos podem exercer o seu direito de voto, só que isto já não lhes diz nada e não o fazem porque se desinteressaram completamente disto tudo, apenas pretendem manter o seu emprego mesmo que precário seja e fazer a sua vidinha, pagar as suas contas e pouco mais, ninguém já pensa no futuro, pensa-se apenas no amanhã e alguns nem isso pensam apenas no dia em que estão a viver, o amanhã logo se vê.

Assim não vamos a lado nenhum, se é que queremos ir a algum lado, mas o alheamento dos direitos de cidadania são completos.

Os políticos afirmam que elegeram a irradicação dos sem-abrigo em Portugal, num destes dias para ver com os meus próprios olhos dei uma volta pela cidade de Lisboa e eu concluo uma outra coisa completamente diferente as pessoas que vivem sem teto são cada vez mais e em termos de nível etário há cada vez mais gente nova nesta situação, então o que é os arautos defensores da irradicação desta “chaga” andam a fazer, que medidas é que tomaram?

A pressão do betão é cada vez mais, para quem conhece a cidade de Lisboa, onde era a Portugália vão construir um condomínio de luxo, enquanto continuam prédios espalhados por esta cidade a necessitar de reabilitação mantendo a “traça” com que foram construídos, mas isto não se passa só em Lisboa, passa-se pelas aldeias e restantes cidades deste País, cada vez vemos mais casas devolutas umas há venda já degradadas e outras em que se vê que os seus proprietários já não pretendem investir mais nada, é o abandono de tudo e de todos.

Concomitantemente e decorrente destas situações de pressão financeira, no trabalho onde os trabalhadores não são aumentados, de diversas carências na sociedade a violência, o crime a violação do normativo legal aumenta em exponencial, sem que se tomem as devidas medidas para que ele acabe, não é com as forças policiais que se resolve o problema é tomando medidas políticas de outro cariz, que passam pelo Emprego, pela Saúde, pela Segurança Social, pela Educação, pela Habitação e pela Justiça que elas se podem solucionar.

As medidas a tomar têm que ser preventivas e não paliativas, porque se não vamos andar sempre a correr atrás do prejuízo.

Henrique Pratas

 

 

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