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Iliteracia

24-05-2019 - Henrique Pratas

Antes de vos escrever sobre o tema que dei o título a este meu texto gostaria de vos deixar aqui o conceito do mesmo, então entende-se por iliteracia uma pessoa iletrada, analfabeta, que não sabe ler nem escrever; analfabetismo, ou melhor se quiserem, impossibilidade ou falta de capacidade para ler ou escrever ou interpretar.

Eu escrevo-vos este texto porque ocorreram duas situações que eu acho que são bem demonstrativas que, o País apesar de todos indicadores apontarem para uma melhoria nos níveis de académicos a experiência demonstra exatamente o contrário.

O primeiro exemplo que tenho para vos dar foi o de uma pessoa que entrevistada a por um dos canais televisivos, a propósito da entrada do urso em Portugal para comer o mel de umas colmeias e rapidamente ter retornado a Espanha, quando questionada sobre este assunto, ter afirmado que não sabia o que era um urso. Com a possibilidade que existe de andar para trás e ver de novo a peça, foi o que fiz, para ver se tinha ouvido e visto era verdade e era meus amigos, ainda liguei para uma amigo meu que também dá conta destas situações e ele confirmou-me que era verdade. Daqui decorre, questionar os níveis de habilitação em Portugal aumentaram e aproximaram-se dos da média europeia, como nos querem fazer crer os nossos políticos ou uma vez mais, estamos a ser enganados há força toda parece-me estranho que uma pessoa com a idade de 40 e poucos anos não saiba o que é um urso, mas enfim é o que temos e mais não se pode exigir.

Depois a outra situação, para mim a mais grave, ocorreu na sexta-feira, dia 10 de maio, eu no final do dia fui a uma consulta médica por causa das dores que nos começam a apoquentar quando a idade avança, dores nos pés nos joelhos e falta de força nas pernas.

Bem há hora marcada e no local marcado lá estava eu presente para a consulta, entrei, esperei um pouco e quando fui atendido, a páginas tantas e propósito de não sei o quê falei na António Maria Cardoso, imediatamente da pessoa que me estava a ver veio a resposta de que não sabia o que era isso, aí fui mais explicito e falei-lhe em PIDE, soletrando palavra a palavra o significado desta abreviação, continuou na mesma, dizendo-me que não sabia o que era. Chegado a esta fase calei-me e não disse mais nada sobre o assunto, apenas me limitei a ouvir, mas o comportamento/desconhecimento ficou cá, passa-me os exames e quando vejo nas vinhetas antes do nome o Dr., aí fiquei sem jeito, e questionei o que é aquela gente tinha aprendido pelos diferentes graus de ensino por onde tinham passado.

Pensei nestas duas situações e ao escrever-vos este texto questiono, procuro saber de quem foi a culpa destas pessoas não saberem o mais elementar de conceitos que considero básicos em termos de conhecimento e só encontra uma explicação, culpa nossa, que lhe facilitámos a vida ao longo destes anos todos.

Em relação há primeira das situações ainda me chocou mais porque quando fiz o serviço cívico, andei nas campanhas de alfabetização, ainda me questionei se o que tinha feito foi certo ou errado mas rapidamente conclui que tinha sido o mais certo, o que eu não entendo é como 41 anos depois um cidadão não saiba o que é um urso, tanta informação, televisão, jornais, revistas, livros aumento dos níveis académicos e não se sabe o básico.

Compaginando as duas situações e generalizando para a afirmação que os nossos níveis académicos estão próximos da média da União Europeia, das duas uma ou os da União Europeia são tão maus como os nossos, o que eu não acredito, ou em alternativa gostaria que me dissessem como é que calculam estes níveis de conhecimento e estabelecem uma comparação com os Europeus.

A mim afigura-se-me que há “batota” aqui e de facto o nosso Ensino tem sido lascivo ao longo dos anos e estamos a passar certificados de incompetência a quem não sabe o elementar, mas pior do que isto é supostamente um médico não conhecer o que se encontrava na António Maria Cardoso e o que o era a PIDE, aqui sim a coisa dói porque na minha perspetiva é muita ignorância, falta de conhecimento, de interesse de tudo, quem é que contribuiu para este estado de coisas?

Deixo-vos a questão e pensem no que andámos a fazer para agora surgirem esta gente que não sabe o que considero elementar, indiferente dos níveis académicos e isto ajuda a explicar muita coisa, nomeadamente como é que muitos partidos conseguem alcançar os resultados que atingem.

Henrique Pratas

 

 

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