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Indiferença, Inércia ou não sei o quê

27-06-2014 - Henrique Pratas

Na passada dia 20 de junho, sexta-feira, na minha volta da hora do almoço aqui perto do meu local de trabalho, Campo Grande, já de regresso e atravessando a Avenida da República, a meio da travessia existe um espaço mais amplo, mais propriamente por cima do túnel, em frente ao Santander, deparo com uma coisa estranha no meio do chão, envolta em cartão em cartão, com cobertor no meio do chão, inicialmente não me parecia nada do que escrevi anteriormente, mas sim uma coisa estranha.

Como ninguém se interrogava ao passar e passaram muitas pessoas, que ou não repararam, não quiseram, estão anestesiados ou andam demasiadamente ocupados a pensar na sua vidinha que tudo à sua volta não lhes diz nada.

Pareceu-me como já mencionei uma coisa estranha fiquei curioso e aproximei-me, para ver o que era e deparei com uma situação indiscritível, o que me parecia uma massa composta por cartão e cobertor já tão degradados, que mal pensava que uma pessoa pudesse estar envolvida naquela argamassa, eram 14 horas o sol batia forte e a pessoa ali estava envolta naquela mistura já em decomposição.

Como a degradação era muito pensei o que fazer, vai daí eu que acredito que as instituições ainda funcionam liguei para o 112, falei com a polícia que me informou que aquelas situações não eram com eles, tentei a emergência médica, também através do mesmo n.º e nada, descrevi a situação e resposta nada.

Como não sou de me ficar e indignadíssimo com a situação, pois vi na cidade de Praga a policia tratar de uma situação destas com a maior eficiência e eficácia como nunca tinha visto, lá falaram com a pessoa, que se encontrava apenas a dormir num banco de jardim e disseram-lhes para o acompanhar, como sou curioso falei com os policias e pedi-lhes para acompanhar a situação com eles, proposta aceite. Transportaram a pessoa para um Departamento Policial, onde podem tomar banho, vestir uma roupa lavada, comer e têm depois uma assistente social que faz o acompanhamento da situação.

Ora eu influenciado pelo que vi tentei junto das entidades que vos referi a mesma solução e cheguei à conclusão a policia só serve para bater nas pessoas, multá-las ou sancioná-las seja de que forma for, para além disso temos a PSP, a Policia Municipal, o INEM e nada disto funciona porque ninguém tem responsabilidades nenhumas a este nível ou não as assume, como a pessoa dormia profundamente não dando sequer pela minha conversa através dos contactos que fiz durante uma hora, chateei todas as Instituições, mas ninguém demonstrou ter competências ou vontade para resolver a situação.

Abordei também a Segurança Social, que me informou muito delicadamente que a pessoa se devia dirigir ao Centro da sua área de residência e expor a sua situação, eu bem argumentei que a pessoa estava deitada no chão, que provavelmente não tinha onde se albergar, resposta hoje sexta-feira não podemos fazer nada, tanto mais que já são quase 15 horas e às 17 horas vamos de fim-de-semana…. fiquei com a noção nítida de que à sexta-feira nada pode acontecer porque as Instituições vão de fim-de-semana.

Tanta preocupação social, tantas valências que são apregoadas pelo Ministro que tutela estas áreas e na prática acontece isto.

Eu fiquei com o fim-de-semana estragado porque estou cada vez mais convicto que nada disto funciona, ou não querem que funcione ou as instituições não têm capacidade para dar resposta a estas situações, pese embora o “esforço” que este Governo tem feito para que fiquemos cada vez mais “europeus” e mais pobres.

Não entendo nada disto.

Henrique Pratas - Economista

 

 

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