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O MUNDO ÀS AVESSAS

17-05-2019 - Pedro Pereira

Não podemos estar mais de acordo com a observação que muita gente faz quando diz que «o mundo está a mudar».

Na verdade, é evidente para todos nós que as mutações económicas, políticas, sociais e até culturais, verificadas de há uns dez anos até aos dias de hoje em todo o mundo, tem sido muito mais aceleradas que nos cinquenta anos passados, inclusivamente em termos climáticos.

Até nas mais pequenas coisas constatamos essas mudanças. Damos como exemplo a visita que ontem me fez um amigo que não via há cerca de quatro anos, tanto tempo quanto ele esteve a viver e trabalhar na Grã-Bretanha. Disse-me ter arribado por cá, há poucas semanas e encontrar-se em «estado de choque» com as mudanças verificadas no Algarve (ele é de Alvor).

Salientou, sobretudo, encontrar muito mais emigrantes estrangeiros, como brasileiros, franceses, italianos e… muita tristeza espelhada no semblante de quase toda a gente com quem se cruza e com que fala. Salienta a evidência do comportamento encrespado da maior parte das pessoas e o betão horrível que brotou como gigantescos cogumelos no tempo que esteve ausente (e continua a brotar) em profusão por todo o Algarve (como numa se fora uma selva), que ele pensava ter abrandado durante o tempo em que esteve fora do país (e até abrandou) mas acelerou no último ano e meio.

Pelo nosso lado, porque andamos sempre com os sentidos alerta (defeito adquirido na guerra do ultramar), é quase epidérmico o sentimento que temos de que o mundo em que temos vivido até há pouco tempo encontra-se em derrocada acelerada. Não só em termos políticos nacionais, internacionais e geoestratégicos, mas também em termos civilizacionais.

Uma nova ordem mundial encontra-se a emergir pelas bandas da China e da Índia, as maiores potências emergentes militares e económicas mundiais, que estão a conduzir a marcha das restantes nações.

A Europa está decrépita, velha, falida, economicamente em afundamento, sem capacidade de regeneração à vista. Abastardada, porque tal como aconteceu quando no ocaso do império romano, hordas de imigrantes de todas as cores, provenientes sobretudo de países africanos e do Médio Oriente continuam a chegar diariamente ao velho continente. São sobretudo os deserdados da fortuna da vida, que com o tempo irão redesenhar o mapa da Europa.

Os Estados Unidos da América continuam a ditar as «leis» mundiais por via do seu potencial bélico e do domínio dos mercados financeiros com o dólar hegemónico, só que os monstros (países) que nas últimas duas décadas alimentaram (caso da China, por exemplo), começam a virar-se contra eles, como outros já o fizeram e por tal facto encontram-se em contendas bélicas internas e com intervenções externas. Atoleiros sem saída, por via dos quais os EUA ameaçam afundar-se. Não porque lhes falte capacidade militar para manterem as guerras onde são intervenientes (Afeganistão, Iraque...) mas porque o povo americano está cansado das mesmas, de ver os seus filhos mortos e estropiados.

A luta travada pela administração Trump contra o Daesh e o Isis, monstros criados pela administração Bush e continuada por Obama, que durante mais de uma década trouxe o mundo em pânico, aparentemente chegou ao fim. O «estado islâmico» foi derrotado e por tal razão, as frentes de combate dos EUA fora de portas ficou bastante reduzida, diminuindo as despesas e os efectivos militares. É evidente que a indústria bélica não deve de estar nada satisfeita. O Trump que se cuide.

Somando-se a esta realidade, a recente guerra comercial com a China armada pelo governo norte-americano, não augura nada de bom quer para os povos de ambos os países, quer para a economia global.

Pedro Pereira

 

 

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