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Sobre a falta de memória, uma cura possível!

05-04-2019 - Francisco Pereira

Ver e ouvir, gente que passou pelas administrações da Caixa Geral de Depósitos, é um exercício penoso, torturante para quem está a ouvir, perigoso, dado que uma pessoa corre o risco de cair da cadeira por ter adormecido ou cair da cadeira com um ataque incontrolável de riso, porque ter de gramar com essa gente devia ser considerado actividade de risco, louvo pois a santa paciência de que tem a obrigação de o fazer, se bem que saiba perfeitamente que isso faz parte da encenação, é como estar no coro e ter de gramar a missa toda, calado.

Fui ouvindo com alguma atenção o senhor Costa, o senhor Constâncio e outros a palrarem perante uma dessas coisas chamadas Comissão Parlamentar, cujo préstimo se situa ao nível do completamente inútil, ouvi também com atenção uma série de outros senhores antigos administradores da Caixa Geral de Depósitos, entrevistados por uma excelente reportagem televisiva, pelo menos dos que quiseram falar, um teve a decência e a hombridade de falar abertamente e de cara destapada revelando, é minha convicção, que é pessoa de carácter, talvez o único, pois dessa súcia muitos não quiseram sequer falar, o típico desta gentalha, o que também não quer dizer que tenha dito a verdade.

O mais que ouvi destes excelentes senhores e senhoras foram atestados de estupidez, de nulidade intelectual e de inépcia passados pelos próprios a si mesmos, ao ouvir aquela gente, a coisa que o comum do “Zé Pagão” pensa é “que corja de incapazes, cum catano”, eu, se fosse assim tão inútil e incapaz era despedido sem apelo nem agravo, miraculosamente estas damas e cavalheiros conseguem sempre ter soberbos ordenados e ser promovidos sem mais aquela. Haverá em Portugal um culto oculto da mediocridade, da incapacidade e da inutilidade que leva a que tanto se eleve o rebotalho acima daqueles que são competentes? Pois parece que sim.

Um dos senhores declarou até para quem o quis ouvir que, e cito; “…só ia à reunião de crédito para fazer número…” ou seja ao invés de colocarem nessa reunião um cacto ou um artefacto das caldas colocavam lá este senhor para completar o ramalhete. É assim que o dinheiro público é gerido?

Pois parece que sim, a coisa era feita ao sabor sabe-se lá de quê, ora sabendo nós todos que a actividade bancária e financeira comporta riscos naturais associados ao tipo de actividade, este tipo de actuação “à portuguesa” duplica ou triplica os riscos normais de qualquer operação desta natureza o que só poderia ter o desfecho que teve, deu merda e da grossa!

Sucede que depois de ouvir toda esta gente com cuidado, depois de ter consultado especialistas da área, depois de muito cogitar sobre o assunto, creio ter descoberto pelo menos duas possibilidades de curar definitivamente estas faltas de memória.

A primeira, a menos dispendiosa, a mais definitiva e a minha preferida, envolve apenas ter um muro grosso de alvenaria, cavar uma vala, arranjar uma dúzia de bons atiradores e FUZILAR as senhoras e senhores administradores de bens públicos que deixam chegar a incompetência aos níveis que ela chegou lesando o pobre “Zé Pagão”, infelizmente tendo em conta que vivo neste pais de vermes capados sem coluna vertebral, esta solução está fora de causa.

A segunda solução envolve uma Justiça célere e objectiva, que sem admitir recursos, contra recursos e outras palhaças do faz de conta jurídico, penhore os bens das senhores e dos senhores administradores declarando esses bens perdidos a favor do Estado, para desse modo conseguir mitigar e ressarcir o Estado dos prejuízos, mais uma vez neste pais de vermes capados sem coluna vertebral, esta solução está igualmente fora de causa, restam-nos as Comissões Parlamentares de Inquérito e os desmemoriados desta corja, enquanto o infeliz “Zé Pagão” tem que se lembrar todos os dias que não se pode esquecer de pagar as contas, os impostos, os aumentos, as licenças, as taxas e tudo aquilo que os senhores sem memória se lembrarem de aplicar.

Francisco Pereira

 

 

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