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ESTOU CANSADO – I

22-03-2019 - Henrique Pratas

Roubando o título do texto escrito pelo colaborador do Noticias de Almeirim, Joaquim Jorge, já somos muitos a ficar cansados de tudo. Como escreve e bem todos nós gostamos muito no nosso País e por quem fizéssemos o melhor que podíamos e sabíamos, mas caramba todos os dias as mesmas dificuldades, como escreve e bem cansa e a questão que se coloca é necessário tudo o que nos é exigido?

Na minha opinião, não, mas a causa disto tudo em meu entender está nas más governações sucessivas que tivemos e que ninguém assume as responsabilidades. Nós enquanto Povo já devíamos ter aberto a pestana como se costuma dizer, mas também é um facto que a escolha não é muita e gente séria, com valores e honesta quer é distância da política, porque pura e simplesmente esta “arte” que é praticada em Portugal é pura e simplesmente um nojo.

A maior parte dos políticos provenientes dos partidos do arco da governação, estão a exercer cargos para se enriquecer e não para fazer o que devia ser feito gerir o País ou os organismos do Estado em prol de um melhor bem-estar de todos os cidadãos a todos os níveis.

O que assistimos é perfeitamente lamentável, os políticos enriquecem há custa de quem vota neles, esquecendo-se completamente de quem os elegeu, alguns dão-se ao prazer de fazer comentários menos próprios sobre quem os elegeu, durante o período de tempo em que estão a exercer as suas funções, só se lembram do eleitorado quando nos aproximamos da “época” eleitoral, aí sim vale tudo para enganar o pagode, beijinhos abraços, almoçaradas, jantaradas, festas e prometer tudo e mais alguma coisa pois já sabem que não é nada para cumprir, mas como prometer não custa nada e o cargo que ambicionam, para continuarem a aumentar o seu património e riqueza, é tão desejado que vale tudo, depois de eleitos distanciam-se, porque não querem misturas com a gente que os elegeu, mas uma vez por outra lá vão arranjando umas desculpas de mau pagador, para justificar o que prometeram e não realizaram, e os votantes aceitam isto tudo como uma verdade absoluta, sem sequer pestanejar.

Será que teremos o privilégio, de algum dia o comportamento dos nossos políticos se aproximarem dos políticos dos Países nórdicos, tenho muitas dúvidas.

Mas como escreve o Joaquim Jorge, estamos fartos disto tudo, mete nojo o que acontece ao nível do poder politica que se acha que está acima de tudo e são intocáveis, para isto é certo que o mau funcionamento da Justiça também ajuda há festa, porque é lenta, não é universal e existe uma Justiça par ricos e para pobres. Quem por exemplo roubar par comer e recordo-me de um caso de um homem que na região norte roubou meia-dúzia de morangos para matar a fome, foi logo preso e presente ao Juiz, que lhe aplicou uns dias de prisão, por outro lado temos os banqueiros, os políticos e outros senhores da alta finança a cometerem atentados económicos num País que está em dificuldades financeiras e a Justiça tarda ou nunca se faz.

Uma vez mais estou farto disto, não era isto que queria para o meu País.

A nossa sociedade transformou-se numa sociedade sem valores, princípios e ética, apesar de serem palavras que estão consignadas em normativos públicos e na boca de responsáveis deste País, só que como o Povo diz palavras leva-as o vento e as mesmas são ditas ou escritas por ser bonito e moderno, mas aderência há realidade não existe nenhuma.

Viver deveria ser uma ato de prazer e no nosso País não o é para a maior parte dos portugueses é um ato de sacrifício, de cansaço, se querem viver com o mínimo de dignidade, será que algum dos nossos “iluminados” políticos já deu conta disto e o senhor Presidente da República que é tão dado a visitas e a afetos já deu conta deste facto, se deu o que é que pode fazer, ah, já sei nada por causa da separação dos poderes políticos, o mal tem sempre desculpa.

Mas, Senhor Presidente da República estamos cansados, fartos de viver, desta forma queremos viver de uma outra completamente diferente para melhor do que esta e já que é tão célere a produzir afirmações e a gerar consensos externos veja lá se arranja algum tempo para nós portugueses humildes que habitamos no País onde o senhor é Presidente da República, ficar-lhe-íamos gratos.

A propósito o senhor que acompanhou de perto os fogos que ocorreram no ano de 2017 e em que se gerou alguma tensão com o Governo em exercício, sabe se os dinheiros que vieram da União Europeia já foram distribuídos e com que critérios.

Estamos cansados, é a palavra de ordem, de ver Ministros a abdicarem do exercício das suas funções internas para poderem ser cabeças de lista para as Eleições Europeias, única e exclusivamente por a sua ambição é desmedida e os rendimentos e benesses, que poderão vir a auferir são mais avultados, caso do cabeça de lista do PS, estamos cansados, fartos de “golpes” baixos e de política rasteira, quando é que elevam o nível da forma de fazer política?

A propósito disto, veio-me há ideia um debate televisivo do canal 1, Prós e Contras, a propósito da ADSE em que um ex-ministro e ex-deputado do parlamento europeu, Correia de Campos, teve a distinta lata de afirmar que os benefícios que auferia em termos de saúde através do sistema belga era francamente melhor do que o nosso e que ele o utilizava em detrimento dos outros que possuía pois este era mais vantajoso, então e aqueles que o elegeram podem optar por que benefícios? Nenhuns, têm que se sujeitar aos maus serviços e às comparticipações atrasadas, mais de três meses, que são praticados no nosso sistema de Saúde, onde a culpa não é dos colaboradores que trabalham nesta área muitos deles até fazem mais do que o deviam, mas como sabem nem todos são profissionais e uns limitam-se a fazer o máximo enquanto outros se roçam pelos corredores e olham para o relógio e se não há sistema informático para passar receitas, ou prescrever exames auxiliares de diagnóstico, ala que se faz tarde e os utentes ficam para ali ao deus dará há espera que lhe remarquem nova consulta para um outro dia esperando que nesse mesmo dia o sistema informático funciona.

Quando ouvi estas afirmações produzidas por quem as fez até fiquei espantado, eu teria ficado calado que nem um rato, chegámos a este ponto e desculpem-se a analogia com uma anedota que lhes vou escrever e que tem a ver com a cor da pele. Um dia uma professora do ensino básico voltou-se para os seus alunos e disse: a partir de hoje não existem meninos brancos e pretos, passam a ser todos azuis. Só que de imediato para que cada um ocupasse o seu lugar disse: os azuis-claros ficam há frente e os azuis-escuros vão lá para trás.

Nós estamos na mesma assistimos, a isto estamos cansados, uns ainda lutam por aquilo que acham correto e que desejam para o nosso País, mas a maior parte está cansada e já nem tuge nem muje.

Termino agradecendo ao Joaquim Jorge o facto de lhe ter “roubado” o título do texto e espero que não me leve a mal, mas partilho completamente do que escreve e acrescento que viver todos os dias cansa.

Henrique Pratas

 

 

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