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LA GRANDE FAMIGLIA

01-03-2019 - Pedro Pereira

«Não há mais nenhum caso na Europa como o de Portugal. Esta é manifestamente uma “República familiar” onde quase todos os parentes do PS têm lugar no governo. Um fenómeno político que coloca este país ao nível dos Estados mais corruptos e ditatoriais (sem que Portugal o seja, é claro...) mas que não envergonha nada o PS que usa e abusa do nepotismo para se instalar e perpetuar no poder. Isto não é uma democracia. Isto é um “polvo”. Como se fora uma “una vera família siciliana”.

Não lembra nem ao diabo ter no mesmo governo só da família Vieira da Silva:  - pai,  mãe e  filha. Como não lembra ter inúmeros cônjuges, filhos, noras, irmãos e amigos (estes nunca podem faltar). Preparados para a lista extensa? Aqui vai:

João Gomes Cravinho, ministro da Defesa, é filho do ex-ministro João Cravinho;

António Mendonça Mendes, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, é irmão de Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS;

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, é marido de Ana Paula Vitorino, ministra do Mar;

Ana Paula Vitorino, ministra do Mar, escolheu recentemente o advogado Eduardo Paz Ferreira para presidir à comissão que vai renegociar a concessão do terminal de Sines (em cima da mesa: 100 milhões de euros para expansão do terminal);

O advogado Eduardo Paz Ferreira é marido da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem;

Maria Manuel Leitão Marques, que agora deixou o governo, irá ocupar em Junho o cargo de deputada do PS no Parlamento Europeu;

Esse cargo já antes foi ocupado pelo seu marido, Vital Moreira;

A mulher do eurodeputado Carlos Zorrinho, Rosa Matos Zorrinho, deixou de ser secretária de Estado da Saúde, mas foi, entretanto, nomeada para presidir ao conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central;

Guilherme Waldemar d’Oliveira Martins, filho do ex-ministro Guilherme d’Oliveira Martins, também deixou agora de ser secretário de Estado das Infra-estruturas, após António Costa ter nomeado para ministro do Planeamento o seu amigo Nelson de Souza;

Nelson de Souza vai juntar-se no governo ao amigo Pedro Siza Vieira, ministro-adjunto;

Há ainda outro grande amigo, Diogo Lacerda Machado, que nunca quis ir para o governo, até acabar administrador da TAP. (Fonte Crónica Miguel João Tavares).

Pedro Nuno Santos é casado com Ana Catarina Gamboa, também ela com um passado de dirigente da JS e mais recentemente assessora do amigo e ex-vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro;

A mulher de Duarte Cordeiro, Susana Ramos, foi directora do departamento social da autarquia da capital, mas em Março de 2017 foi escolhida para coordenar um organismo criado pelo governo nessa mesma data;

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, trabalhou com a mulher no próprio Ministério. Isabel Marrana foi chefe de Gabinete de uma das secretarias de estado, até ter pedido a demissão há 6 meses;

No gabinete do primeiro-ministro, está Patrícia Melo e Castro como assessora, cunhada de Ana Catarina Mendes, a número dois de António Costa no partido, que por sua vez, é irmã do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes;

No Ministério dos Negócios Estrangeiros encontramos Francisco, como Técnico Especialista desde 2015. E numa empresa da Defesa Nacional, vemos o irmão mais novo, João Maria, como assessor.

Agora vem a família de César:

São cinco: além do líder parlamentar socialista, Carlos César, há outros quatro “césares” na administração pública e em cargos públicos;

    -a mulher foi nomeada pelo Governo regional;

    -o filho foi eleito pelo PS regional;

    -a nora nomeada por uma secretária do governo regional;

    -o irmão escolhido pelo ex-ministro da Cultura do actual Governo. (Fonte Sábado)

Em Elvas, um concelho liderado pelo PS, a RTP denunciou recentemente o autarca Nuno Mocinha que abriu um mega-concurso público  onde colocou 27  familiares seus. (Fonte RTP Notícias)

O que é que isto nos diz sobre nosso país? Exactamente aquilo que não queremos ouvir nem admitir: que somos culturalmente uma desgraça, sem princípios, sem valores, sem ética e que a “cunha” e “amiguismo” está no nosso ADN. Uns mais, outros menos. Mas é um facto. Se auditássemos o país  todo, podemos ter a certeza de ficar anos de boca aberta sem a conseguir fechar de tantos “negócios familiares” que encontraríamos no poder público. Esta é a triste realidade que faz deste um país pobre e mal governado.

Perante tamanha evidência esperava-se que o Presidente da República puxasse as orelhas aos meninos mal comportados ao invés de afirmar vergonhosamente que este governo “tem laços familiares por mérito próprio”. Se já a situação em si nos deixa manchados junto da opinião internacional, o Presidente legitimou a nossa tradição de “chico-espertice”  ao apoia-la.

É preciso urgentemente pôr um ponto final nisto e tal como em França (e muito bem), proibir estas práticas. O Governo não é o Centro de Emprego para gente que nunca trabalhou na vida e que mais não tem no currículo que cursos superiores, mestrados  e doutoramentos (alguns feitos aos domingos) com experiência zero fora da vida política, que nunca se submeteu sequer  a uma entrevista de trabalho ou concurso.   Exige-se que quem exerça cargos públicos seja efectivamente competente e com um percurso profissional de pelo menos de 11 anos fora da bolha política. Porque é no terreno que se formam bons profissionais. E só bons profissionais formam bons governantes.»

Adaptação de Pedro Pereira

 

 

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