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O ESPECTACULAR CLÃ DA GOVERNANÇA DA NAÇÃO

22-02-2019 - Pedro Pereira

O nível da governança política em Portugal já passou do rés-do-chão para a cave e pelo caminho que leva em breve poderemos assistir a enfiar-se por uma cratera abaixo, mais funda que a Fossa das Marianas (fica no Oceano Pacífico e é o lugar mais profundo dos oceanos).

O estado caótico a nível social, económico e laboral em que o país se encontra só encontra rival em países subsaarianos casos do Burquina Faso, do Burundi, do Gabão, da Guiné Equatorial e outros Estados famosos pelo nepotismo dos seus governantes e pelos elevados índices de corrupção, de igual forma como em vários países da América Latina, como é a Venezuela.

O país tem desde há poucos dias um governo recauchutado com novas caras. Em boa verdade assemelha-se mais um clã, em que parte dos seus membros se encontra unidos uns aos outros por laços de família. Eles são os ministros (pai e filha Vieira da Silva, e marido e mulher, Eduardo Cabrita e Ana Vitorino…), secretários (as) de Estado como por exemplo, António Mendonça Mendes, que é irmão da deputada e secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes. Esta, por seu turno, casada com o antigo ministro socretino Paulo Pedroso.

Por seu turno, quer no Parlamento quer na alta administração pública, coabitam casais, filhos e enteados, sobrinhos, primos e outros apêndices familiares do PS (e também de outros partidos).

Enfim… a consanguinidade reina nas hostes do governo, na Assembleia da República e no seio dos gestores públicos da cor do partido do poder. Na soma dos rostos conhecem-se mais de setenta casos, o que faz desta realidade política um caso de estudo nos anais da história de Portugal e, quiçá, nos restantes países da Europa e de outros continentes.

Assim, não deixa de ser caricato, quando nos recordamos que o PS se afirma como um partido republicano, logo, contra os regimes monárquicos….

Ao usarem a usura do poder (passe o pleonasma), agarram-se às fórmulas dos regimes monárquicos no sentido da hereditariedade familiar, com a diferença que nos regimes monárquicos, quer em Portugal, quer em outros países não há memória de haver ou ter havido pai e filha, marido e mulher e correlativos ocupando simultaneamente cargos em governos e nos parlamentos.

O actual estado de coisas das coisas políticas ocupando cargos políticos é legal, mas é, também, eticamente imoral, independentemente das qualidades pessoais que cada uma das criaturas possua, o que não está em causa, evidentemente.

Preocupados em se manterem à tona de água (porque vêem aí eleições), os partidos da geringonça não tugem nem mugem quanto a esta situação e dos partidos da oposição só o líder do PSD é que se manifestou timidamente, em jeito de, “os senhores do PS que me desculpem lá qualquer coisinha mas tenho de lhes dizer que não me parece bem”.

Em jeito de náufrago em mar de tempestade, a poucos meses das eleições legislativas, o governo agarra-se à tábua de salvação do clã familiar para evitar naufragar, sem cuidar da péssima imagem (e prática) de nepotismo que dele emana, como se não houvesse amanhã.

Pedro Pereira

 

 

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