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Desistir nunca

13-06-2014 - Henrique Pratas

Há dias em que acordamos com alguma dificuldade porque a deslocação para um local de trabalho, que não nos diz nada, porque não se está a construir nada para que o País possa sair desta situação e caminhemos em sentido contrário do que aquele que nos querem impor, e então eu que não gosto nada de coisas impostas, apetece-nos desistir, é este o meu estado de espirito hoje, apesar de estar muito sereno, este estado de espirito em mim é muito é muito perigoso porque a seguir vem sempre um período de turbulência, aceleração ou de iniciativas inesgotáveis, umas melhores do que outras.

É uma fase em que tenho medo de mim.

Ontem um amigo meu escrevia-me que andava irritado com tudo isto, prescrevi o que normalmente se recomenda nestas situações, tire a ficha, esta é feita mas não é cumprida, porque é muito difícil alhearmo-nos de tudo não é fácil, mas quando conseguimos, nem só um bocadinho que seja é óptimo, mas é um breve instante para felicidade, dura muito pouco, porque logo e sem dar-mos por isso estamos outra vez atolados e envolvidos naquilo que não desejamos.

Esta luta de contrários é constante para quem pensa, tem objectivos para o País e acha que as coisas deviam de ser de outra maneira e luta, luta e não consegue mudar uma única vírgula.

Para quem luta por um País diferente para melhor há muito tempo e se envolveu em muitas coisas para melhorar o nível de vida das pessoas em sentido lato, como por exemplo as campanhas de alfabetização, gestão participada (por empregadores e trabalhadores) em termos reais, na indústria, na agricultura e nos serviços, não em termos de palavras e outras actividades na esfera da área social, sentimos muitas vezes que não valeu a pena e vem alguma melancolia de tempo perdido.

Posso estar a ser muito triste mas é o que sinto e é aquilo que vos quero transmitir, porque provavelmente o que se passa comigo passar-se-á com mais pessoas que conheço e outras que desconheço.

Mas apesar de estar com este sentimento e muito metido comigo próprio quero dizer, não me apetece muito falar, hoje estou mais calado e mais observador, não falo mas não deixo de ver o que não quero, andar com a boca fechada e com os olhos fechados não dá lá muito jeito, porque ainda temos uma capacidade a da audição e ouvimos cada uma que nos apetece de imediato falar e dizer aquilo que pensamos e que achamos e que está tudo errado, mas meus amigos hoje acho que ver se me “aguento” em estar todo o dia assim, sei que vai ser difícil mas vou tentar, apesar de já ter ouvido as maiores barbaridades “aguentei-me à bronca”, mas não deixei de pensar para mim que grandes disparates que as pessoas ou dizem ou fazem.

Apesar do meu estado de espirito de hoje, que já vos descrevi e que não sei se aguento o dia todo, não vou desistir, porque aquilo que desejo para esta sociedade não morreu e estáentranhado no meu corpo e não quero despejar-me do que acho correcto, nem de lutar por uma sociedade melhor, para que possa ser feliz, porque assim não o sou enquanto houver um português que seja a passar mal, eu não estarei feliz, nem com a minha consciência tranquila.

Eu só sou sonhador, lutador, tenho orgulho em ser português e ambiciono sempre a perfeição ou se quiserem o melhor para todos não gosto de ver ninguém mal.

O 25 de abril de 1974, fiz 18 anos no dia 27, potenciou-me estas capacidades, mas lamentavelmente tenho vindo assistir, que o desejável não será o realizável, pelas razões que conhecem e graças à ambição desmedida, voraz e desregrada de um sector minoritário da população, e eu ainda questiono como é que tão poucos podem impor a regras a tantos? Custa a entender não é, mas tem sido sempre assim é o salve-se quem puder e os outros que tramem.

Não gosto disto e hoje irei estar em período de recolhimento completo e absoluto, como os frades num convento, que deram os seus votos ao silêncio, com a diferença de que eu estou envolvido numa sociedade que não gosto.

Henrique Pratas - Economista

 

 

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