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OS TRETAS

21-12-2018 - José Janeiro

Quando “olhamos” em redor e ouvimos os intervenientes sociais a quem é dado tempo de antena, seja em que meio comunicacional seja, invariavelmente vão debitando umas tangas sobre os mais variados temas, façamos um resumo:

O SALARIO MINIMO NACIONAL - SMN

Analisado por aqueles que não recebem e nunca receberam o SMN, chegam facilmente a conclusões aberrantes, ouvimos e lemos de tudo um pouco. O ditado popular, sem animais no seu conteúdo, diz bem o que devemos pensar sobre isto: “pimenta no cu dos outros é refresco”. Parece ser este tema um assunto secundário pela leveza com que é tratado, mas já aí vamos, é um assunto que aparentemente não preocupa em demasia os nossos ilustres políticos, porque nunca receberam ou vão receber esse misero valor, é mais importante preocuparem-se com a estupidez do que os problemas que a sociedade atravessa.

Assisti a contas de uma inqualificável tentativa de justificar o injustificável, desde o facto de haver 14 meses de remunerações que assim colocariam o salário mínimo nos 700 euros, continuando com comparações com os valores Franceses ou mesmo Espanhóis, esquecendo-se, estes obtusos, de coisas tão simples como os que vou elencar: quanto mais dinheiro na economia mais consumo, mais consumo, mais necessidades de emprego, mais crescimento económico via PIB, sabendo-se que 65,3% do PIB é consumo privado, em 1960 era 71,9%, mas a par disto, o chamado “custo de vida” em muitos vectores importantes são menores e bastante menores em relação a Portugal: luz, gaz, combustíveis e tantos, mas tantos produtos de 1ª necessidade, basta atravessar a fronteira com Espanha e entrar num supermercado.

A suprema aberração continua a ser o neoliberalismo que diz haver uma relação directa entre SMN e produtividade, só afirma isto quem não conhece a realidade das empresas: empresários pouco instruídos, falta de motivação e liderança, falta de métodos de trabalho equilibrados que evitem gap's produtivos e acima de tudo nunca, mas nunca ouvi dizer que os trabalhadores portugueses sejam pouco produtivos na emigração, afinal o que está errado? Trabalhadores ou empregadores?

Mas outras duas noticias leva-nos a refletir sobre a gentalha decisora: Inventaram a diferenciação do salário mínimo entre o sector Publico e o Privado, sabemos bem que é uma política eleitoralista e de clivagem social inteligível, igualmente sabemos que a diferença salarial nas empresas chega a ser de 160 vezes em leque de remuneração. Incompreensível. É assim FALSO, todas as tretas que nos quiseram vender, sobre este assunto.

Alguém fez umas contas e explica bem quanto vale um SMN:

(fonte: Nós cidadãos)

mesmo que se substituam os custos do veiculo por um passe social a coisa não altera muito, fica sempre a sobrar mês, a treta que nos querem vender é isso mesmo, uma treta despudorada.

FANTASIAS PARLAMENTARES

No rescaldo das presenças fantasmas e do relatório do Tribunal de Contas sobre as despesas dos deputados, ouvimos as tretas políticas do costume para se encobrirem uns aos outros, despudoradamente.

A ideia peregrina do Fernando Negrão em que afirmou que os eleitores se iriam encarregar de penalizar estes deputados com o voto, não deixa de espantar o menos informado cidadão que bem sabe que as listas não são produzidas pelos cidadãos, mas pelos partidos e quem vota vota em partidos, logo a sugestão partidária é objecto de favores e de manigâncias e ninguém está a entender

como penalizar essas bestas. Treta portanto.

Na mesma linha o Carlos César, homem de muitas virtudes ou virtualhas, afirma ter um documento milagroso que usará, tal como bomba atómica para expulsar prevaricadores, ora tal vindo do adultero-mor nestas coisas de fraudes não deixa de ser bizarro, porque ele mesmo se teria de auto penalizar pelo seu documento assombroso. Treta portanto.

Mas o pantemineiro-mor e justiceiro nas horas vagas, um tal Ferro Rodrigues, terceira figura desta Republica das bananas tentou evitar a divulgação do relatório do Tribunal de Contas sobre as canalhices financeiras dos deputados, para proteger, digo eu, a imagem parlamentar, não o conseguindo, decide-se por provocar um ardil que tenderia a “tapar o sol com a peneira” numa conferencia de lideres para que os meninos se portassem bem. Treta portanto.

Mas a suprema canalhice, a canalhice das canalhices, veio, imaginem do gazeteiro mor, fantasma das horas vagas o inefável José Silvano, exacto esse que tem o dom da ubiquidade e que se quer equiparar a deus que como nos impingiram está em todo o lado, diz este canalha, que sim se devem expulsar os deputados que tenham atitudes como as dele, estamos conversados quanto a tretas parlamentares.

NÓS, SOMOS DIFERENTES DOS OUTROS

Esta é a treta das tretas. Os nossos representantes, que vamos elegendo como se tivéssemos poder de escolha, coisa ilusória, querem fazer-nos querer que são diferentes uns dos outros.

Chegou o tempo pre-pre-eleitoral do “somos diferentes dos outros” e outras coisas que seriam hilariantes se não fossem preocupantes, por mexerem com a nossa vida. Vamos assistir a um chorrilho de disparates e promessas que todos sabemos serem tretas, mas que vamos fingir que acreditamos enquanto nos preocupamos se o Goucha e o maridão se enrabicham em directo, ou se a Cristina vestiu prada como o diabo, ou se afinal os gajos dos casados à primeira vista se ficam ou vão, tirando ainda um tempinho para as gravidezes de gajas que só iluminados conhecem.

Claro que somos diferentes uns dos outros, há os que se preocupam quando sentimos o dedo pelo cu acima qual proctologo da economia que nos testa a próstata sem mãos e os outros que se interessam pelos “fait divers” da ilusão.

INORGANICOS

A tentativa de denegrir o movimento dos “coletes amarelos” tem sido do mais obtuso que já assisti, desde a manipulação pela extrema direita até ao catalogo de movimento inorgânico e logo perigoso por não ser controlado por sindicatos. Vale tudo, menos o entendimento que é decorrente do cansaço e que os tais movimentos “orgânicos” nunca vão a lado nenhum por estarem ligados a agendas políticas e logo apenas dizem aos que estão no poder: “vá lá façam, senão somos mauzinhos e vamos para a rua gritar”.

Os ditos movimentos inorgânicos, devem sair do povo e para o povo em demonstração de força e de profundo descontentamento, lembrem-se da enorme manifestação do “que se lixe a troika”, que depois de ter sido tomada de assalto pelos orgânicos, acabou e desmobilizou, houve na verdade um recuo na época e de seguida fomos mais enrrabados e tudo se calou esvaziando-se o que parecia ser um movimento para continuar a exigir a correcção do que está reconhecidamente errado. Infelizmente não auguro grande vida a este novo movimento à semelhança do outro que já referi, também não acredito que a gritar não vamos fazer ouvir o descontentamento, porque essa linguagem os políticos não entendem e acham estaremos apenas a descarregar frustações, pensem nisso e deixem-se de tretas.

Até para a semana

José Janeiro

 

 

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