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CONFUSÃO

21-12-2018 - Henrique Pratas

Nós por cá nadamos bastante confusos, mas esta manifestação não se passa apenas por cá veja-se o que se passa no Reino Unido, na França e muito em breve em Espanha.

Nós em termos de Orçamento para 2019 o único objetivo é a obsessão pelo redução do deficit, há que reduzir a despesa custe o que custar, não se pensa em aumentar o Investimento para que seja criada riqueza e com essa riqueza se possa dar uma melhor nível de vida aos portugueses e pagar a divida que existe, o que se lembram é o que todos sabem cortar, cortar sem olhar a meios para atingir os objetivos, governam o País como se não existissem pessoas envolvidas neste processo, ontem na Assembleia da República o Primeiro-Ministro, hábil como é, voltou-se para os parceiros de governação e questionou-os se queriam que o CDS e o PSD, criticassem a governação pelo facto de aumentarem o rendimento dos trabalhadores e pensionistas o deficit aumentasse. Posso não concordar mas foi uma excelente argumentação, mas que não tem aderência à realidade, mas temos que reconhecer o mérito político do Primeiro-Ministro.

No Reino Unido, a Primeira-Ministra, não conseguiu no dia de ontem colocar em votação a forma como vão sair da União Europeia, o Brexit, aliás pelo que me é dado a perceber já existe por parte da população britânica uma vontade muito grande em continuar na União Britânica, mas também já ouviram da União Europeia que neste momento não há volta a dar, decidiram sair, deram-se os passos que deviam ser dados, agora só lhes resta a saída, criou-se mais um nó que eu não sei como se vão desenvincilhar dele, mas tudo isto causa instabilidade na Velha Europa.

Em França o senhor Macron já recuou em toda a linha e agora a única coisa que pretende é o diálogo. Aliás ele foi eleito com uma percentagem de 66 % e ontem as sondagens só lhe davam 21 %, o que de certa forma abalam a estabilidade governativa.

Isto apenas acontece porque o que se diz em sede de campanha eleitoral não corresponde às medidas que querem colocar em prática e o resultado é este.

Mas aqui eu interrogo-me se a direita não vestiu os coletes amarelos para “arranjar” espaço político-partidário, tenho esta dúvida se não foi a entrada dos imigrantes doa países africanos que foram “empurrados” para a frente dos confrontos, não quero dizer com isto que os franceses não tenham motivos para agir de modo próprio, claro que têm, mas como nós sabemos há sempre quem se aproveite destas situações para “ganhar” espaço que lhe foi roubado. De todas as formas os franceses impuseram-se contra as medidas anunciadas de aumento dos combustíveis, do gás e energia elétrica e do parco aumento nos rendimentos do trabalho e das pensões.

Em Espanha como vos escrevi num outro texto meu também se anda a aprontar atitudes destas face à intromissão dos manipuladores de opinião e de comportamento cívico na Andaluzia por “gente” que “ajudou” Trump a chegar ao poder. A extrema-direita necessita de ter perto de 30 lugares no Parlamento espanhol e o melhor local para recrutar esses eleitores depois de analisada a situação foi a Andaluzia, onde por coincidência ou não também se encontram muitos imigrantes oriundos do processo de imigração clandestina, onde são utilizados como mão-de-obra barata no sector agrícola onde praticamente não existe nenhum cidadão espanhol a trabalhar. “Utilizando” estas pessoas incutindo-lhes que devem reivindicar os seus direitos, esta é a arma utilizada, não é que as pessoas não tenham os seus direitos, mas servem-se disso para os acicatar e servirem de carne para canhão. São utilizados meramente como arma de arremesso, sem se aperceberam que o estão a ser, só depois das eleições é que se apercebem do que lhes acabei de escrever.

Eu não tenho a mania da conspiração mas que estes factos acontecem lá isso acontecessem e cada vez com maior frequência, porque para chegar ao poder vale tudo, vivemos num clima de perfeita guerra pelo domínio do Poder seja ele qual for.

E nós? Ouvimos e vimos a aprovação do Orçamento e nada estamos como se nada acontecesse, não fossem umas greves feitas aqui e acolá e estávamos em paz com o deus e o diabo.

Aqui o Ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, também este muito bem ao afirmar que o aumento do salário mínimo só tinha chegado aos 600,00 € porque os patrões e sindicatos não se entenderam, dando a entender que por ele podiam ter ido mais longe no aumento, mas que por falta de vontade dos outros, não foram, isto quem sabe, sabe. Quem ouviu esta mensagem ficou a pensar que o senhor Ministro até queria ir mais longe no aumento do salário mínimo, os outros é que não deixaram, muito bem manifestada esta posição.

Acabei de receber a informação de que o salário mínimo em Espanha aumentou para 900,00 €, se é possível estabelecer alguma comparação, ainda temos muito caminho para percorrer, sendo certo que lá os preços dos bens essenciais são mais baratos.

A realidade é que vai ser completamente diferente mas nisso estamos já noutro plano, já passámos das intenções aos atos.

Henrique Pratas

 

 

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