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EDUCAÇÃO INCLUSIVA

07-12-2018 - Francisco Pereira

Esta semana, no passado dia 3 comemorou-se o dia internacional da pessoa com deficiência, um dia de discursos muito fofinhos a roçar o melodramático, ouvidos com música de piano em fundo são uma maravilha de fazer chorar as pedras da calçada, discursos esses em que quase toda a gente enche a boca com os deficientes. Os mesmos deficientes que, durante os outros 364 dias do ano, quase ninguém quer saber, sim porque os deficientes são as verdadeiras vítimas da exclusão, os verdadeiros esquecidos, negligenciados, quantas vezes maltratados, abandonados e relegados para uma qualquer instituição, muitas verdadeiras enxovias a funcionar em vãos de escada onde estão depositados para fazer número para os subsídios poderem chegar.

Recentemente os doutos e sapientes senhores que regem a Educação nacional, resolveram, em mais um passe mágico, revolucionar o ensino especial, abandonaram o Decreto 3/2008 que era a legislação orientadora do ensino especial e criaram uma nova legislação o Decreto 54/2018, para no seu desígnio revolucionar o ensino das crianças portadoras de deficiência integradas no ensino regular, mais não fizeram porém do que transformar casuisticamente aquilo que para simplificar chamarei Educação dos Deficientes, sem medo da palavra, porque neste caso não são as palavras que ofendem são os actos, ou antes a falta deles, como neste caso, porque a transformação legislativa é apenas isso uma transformação legislativa cosmética que veio emperrar ainda mais o que já funcionava mal e porcamente, falando depressa e bem o Decreto 54 é mais uma farsa produzida por indigentes intelectuais que deveriam estar abrangidos pela legislação que criaram.

Se me perguntarem se concordo com a integração de crianças com deficiência em turmas ditas “normais”, respondo desde logo que isso depende. Depende antes de tudo dos recursos humanos disponíveis para atender às necessidades dessas crianças, aqui cabem todos os terapeutas necessários, porque uma criança pode necessitar de mais de um tipo de terapia especializada, bem como de auxiliares que promovam o bem estar e necessidades da criança, alimentação necessidades fisiológicas e vigilância. Depende de turmas reduzidas, não este actual modelo miserável. Sendo porém certo que no actual estado em que as coisas funcionam sou terminantemente contra crianças com deficiências cognitivas complexas e ou com pouca autonomia em salas de aulas do ensino regular, porque essas crianças criam condições objectivas para a exclusão do resto da turma e consequentes problemas de aprendizagem de todos os outros alunos e essa é uma verdade indesmentível.

A integração de crianças com deficiência no ensino regular foi sempre uma profunda e rotunda mentira, porque os vários governos de anões intelectuais que temos desde há quarenta anos não se preocupam minimamente com a questão, antes de tempos a tempos vomitam legislação, fingindo que está tudo bem o mesmo fazem as direcções das escolas, outra caterva de gentalha conivente com todas estas trapaças, mais interessados em salvaguardar os seus lugares do que em lutar por uma Educação próximo do decente.

Aqui chegados o que concluímos acerca da novas legislação sobre deficientes em escolas do ensino regular, pois concluímos que é mais do mesmo, que aquilo foi redigido para retirar do amplexo da necessidade de apoio muitas das ocorrências mais comuns para poupar ainda mais dinheiro, que tudo é ainda mais mentiroso e aldrabado, e que no fim de contas as crianças infelizmente parece que são o que menos interessa, mas com nós vivemos num país de gentinha que gosta de ser iludida e ludibriada, está tudo bem quando acaba bem.

Francisco Pereira

 

 

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