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A REPÚBLICA NOVA DE SIDÓNIO PAIS

07-12-2018 - Pedro Pereira

O próximo dia 18 de Dezembro, relembra o centenário do assassinato do Presidente da República Sidónio Pais (18.12.1918), abatido a tiro num atentado perpetrado pelo ex-sargento Júlio da Costa. Sidónio foi o segundo Chefe de Estado Português a ser assassinado nos alvores do século XX, no exercício de funções, dado que o primeiro tinha sido o Rei D. Carlos I, no regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, ou seja, ambos no primeiro quartel desse século. Curiosa coincidência o facto de um dos regicidas ter por nome Alfredo Luís Costa e tal apelido ser o do assassino de Sidónio Pais.

Nascido em Caminha a 8 de Maio de 1872, Sidónio Pais exerceu os cargos de Deputado, Ministro do Fomento, Ministro das Finanças, Embaixador de Portugal em Berlim, Ministro da GuerraMinistro dos Negócios Estrangeiros, Presidente da Junta Revolucionária de 1917, Presidente do Ministério e Presidente da República.

Assim:

- A 8 de Dezembro de 1917 o major de cavalaria e lente de matemática na Universidade de Coimbra, onde leccionou Cálculo Diferencial e Integral, Sidónio Pais (Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais), encabeçou um golpe militar que levou quatro dias a consolidar, tendo tomado o governo do país pela força a partir de forças militares que lhe eram afectas concentradas na zona do actual Parque Eduardo VII. Foi um golpe extraordinariamente sangrento. Contou com a adesão de quase todo o exército. Opôs-se-lhe o quartel de fuzileiros, a Guarda-Fiscal e a PSP, forças estas apoiantes do governo do Partido Democrático de Afonso Costa.

Pela primeira vez na sua história, o Partido Democrático perde a rua. As casas de Afonso Costa e Norton de Matos são saqueadas.

A revolução sidonista foi prenunciadora dos messianismos, dos “salvadores” das pátrias que irão surgir um pouco por toda a Europa. Vêm na sequência do milagre de Fátima (1917), do “milagre de Tancos”, que formou em tempo recorde o CEP - Corpo Expedicionário Português (tendo em 30 de Janeiro de 1917 zarpado do Tejo em três navios britânicos a 1ª Brigada, comandada pelo general Gomes da Costa) e do descalabro social, político e económico de que Portugal foi protagonista nesse ano, traduzindo o triunfo da corrente germanófila manifestamente contrária à intervenção portuguesa na 1ª Grande Guerra Mundial ao lado dos aliados.

Com a colaboração do Partido Unionista, do qual Sidónio Pais era membro, foi instaurada uma ditadura militar e dissolvido o Congresso.

Sidónio manteve o regime republicano a que irá chamar de República Nova, em oposição à que denominou de República Velha, cuja elite política tratou de expulsar na sua quase totalidade.

Curiosamente anos mais tarde no poder, Salazar irá chamar ao regime moldado à sua forma de Estado Novo…

Sidónio fez-se eleger presidente da República a 8 de Abril de 1918, em eleições onde pela primeira e única vez durante a 1ª República vigorou o sufrágio universal (embora só para homens). O sistema parlamentarista passou a presidencialista à moda americana, assumindo Sidónio também a chefia do governo. Nas eleições de Abril haviam-se recusado a participar os três grandes partidos da República.

Aboliu a censura prévia à imprensa, mandou soltar os sindicalistas presos por quem Afonso Costa nutria um ódio de estimação, daí ser cognominado de “racha-sindicalistas”, autorizou o regresso dos monárquicos exilados ao país e aliviou a pressão anticlerical.

Impressionado com a adulação das massas populares a Sidónio Pais, mau grado a fome, a guerra e as doenças, Fernando Pessoa faz um poema* intitulando Sidónio de Presidente-Rei.

O saldo mais desastroso do consulado sidonista revelou-se pela continuação do abandono do corpo expedicionário português à sua sorte que vinha desde o governo de Afonso Costa, culminando em 9 de Abril de 1918 no desastre da batalha de La Lys, na Flandres.

No final da guerra, o CEP, havia perdido oficialmente 7.300 homens. Embora declarasse apoiar os aliados, Sidónio não substituiu o CEP quer quanto a homens quer quanto a apoio logístico, tal como o governo que havia derrubado, resultando na insubordinação das tropas portuguesas em 4 de Abril de 1918, numa altura em que os alemães empreendem uma ofensiva em larga escala em La Lys.

Após o desastre, a representação portuguesa na Flandres ficou reduzida a menos de uma divisão, perdendo autonomia e comandos próprios. Os militares portugueses foram então integrados no comando inglês, que os enviou para a retaguarda a fim de cavarem trincheiras.

Na sequência do golpe sidonista, o primeiro-ministro Afonso Costa e Augusto Soares ao desembarcarem no Porto vindos do estrangeiro onde se haviam deslocado em missão oficial, são presos e enviados para o Forte de Elvas. O Presidente da República Bernardino Machado recusou renunciar ao cargo e foi intimado a deixar o país.

O governo de Sidónio irá ser apoiado por um variado leque de estratos sociais, quer de direita, quer até do movimento operário, à esquerda. É uma base política de apoio tão ampla quanto possível.

Em suma: Os descontentes, que eram todos aqueles que até aí tinham sido excluídos da partilha do poder ou sido pelo poder sacrificados. A realidade é que tal como o azeite e o vinagre, também as forças apoiantes em presença eram inconciliáveis. Sidónio Pais não consegue mantê-las unidas e a fronda desfaz-se. Aliás, a sua união assentava em três ideais: ódio a Afonso Costa, à política de guerra e o desejo de ordem face à agitação social do país.

Após a revolução sidonista foram encetadas medidas de protecção aos mais desfavorecidos, quer no campo social com a criação de refeitórios sociais (sopa do Sidónio) quer no combate às epidemias do tifo e da pneumónica, dois grandes flagelos que segundo as estimativas provocaram entre 50.000 a 70.000 mortos em Portugal e mais de 50 milhões em todo o mundo.

O regime sidonista foi marcado por uma crescente confusão política e administrativa e por prisões e perseguições aos seus adversários, para o que foi útil a recente criada polícia política.

Um regime de terror havia-se instalado, em que Sidónio Pais actuou como um soberano absoluto gerindo a coisa pública despoticamente. Com Sidónio Pais pela primeira vez em Portugal e na Europa, surge um regime ditatorial sui generis que virá a ser retomado por ditaduras europeias, caso de Mussolini em Itália, ou de Primo de Rivera em Espanha.

A República Nova sidonista foi prenunciadora do “Estado Novo”, que mais de uma década depois irá ser instalada progressivamente em Portugal pela mão férrea de outro lente originário da Universidade de Coimbra: Oliveira Salazar.

Em 14 de Dezembro de 1918, Sidónio Pais foi assassinado com dois tiros de pistola na Estação do Rossio às 23h30, por José Júlio da Costa, ex-2º sargento que havia combatido os alemães em África e combatido em 1910 na Rotunda, na implantação da República. O regime vivia então, momentos de agonia. Os monárquicos haviam-no minado por dentro. Aliás, desde a queda da monarquia que não haviam deixado de conspirar e fomentar golpes e revoluções. O regime ia perdendo o controlo da situação em várias partes do país.

A pretexto da defesa da pátria e do regime contra os inimigos exteriores, haviam sido criadas juntas militares no norte e no sul do país, tendo na realidade com objectivo a restauração da monarquia.

Não obstante, é de sublinhar que na altura do seu assassinato, Sidónio ainda gozava de apoio de vastas camadas populares.

Por último é de referir que Sidónio Pais foi iniciado maçon em 1911 na Loja Estrela de Alva nº289, de Coimbra, com o nome simbólico de Carlyle.

No ano seguinte abandonou as suas actividades maçónicas. Quando presidente da República, apoiou as perseguições contra o Grande Oriente Lusitano Unido, que culminou no assalto e destruição das suas instalações após o primeiro atentado que sofreu em 6 de Dezembro de 1918 com o pretexto de que o seu autor era maçon.

Numa sua obra sobre Sidónio Pais, refere a uma dada altura António Ferro, admirador confesso de Mussolini, que foi director do Secretariado de Propaganda Nacional nos primeiros tempos do salazarismo:

- Foi Sidónio Pais, a figura esbelta de Sidónio (Pais), o nosso primeiro republicano sem barrete frígio, que me arrancou a este adormecimento, a esta modorra. A primeira vez que o vi - lembro-me bem! – Encontrava-me precisamente no Martinho, no quartel-general da minha indolência. Sidónio regressava da sua viagem triunfal ao Porto. Grande multidão o aguardava diante da estação do Rossio e suas imediações. Como sempre, diante do meu deslavado café com leite, insípida água benta dos meus paradoxos e trocadilhos, falsamente irónico, indiferente, julgava-me bastante céptico para me defender daquela onda de entusiasmo que já transpusera as portas do Martinho, que pretendia molhar-me. Vencido, primeiro, pela simples curiosidade, acabei por subir ao primeiro andar e instalar-me na varanda do Café apenas para ver, gozar o espectáculo. Mas quando Sidónio Pais assomou à porta da estação, com o seu perfil já lendário, com aquela máscara de traços finos, mas nítidos onde se espelhava a nossa própria vontade, rodeado pelos seus ajudantes, impecáveis e juvenis nas suas fardas novas, algo de magnético se passou, algo de misterioso aconteceu – asa de anjo que me sacudiu, de anjo viril… – que me obrigou a subir para uma cadeira e a dar palmas, a dar vivas, freneticamente, como todos os outros. (...) E foi então que senti, pela primeira vez, a beleza, o sentido poético da palavra chefe, quando este não é um tirano; foi então que percebi o erro, a doença da minha poesia ao compreender definitivamente que as nações só se prestigiam através da grandeza das suas figuras e nunca, nunca, através da pequenez dos seus figurantes. A imagem de Sidónio Pais, “viva estátua equestre”, como alguém lhe chamou, ainda me deslumbrou, me fascinou em diversas paradas e desfiles onde o seu perfil magnetizava sempre as multidões. E a ele devo esta certeza que nunca mais me abandonou: a poesia das nações, a sua poesia heroica, não está nas alfurjas, nas associações secretas, ou até nos parlamentos, mas nos seus chefes ou nos seus reis, naqueles que podem ser derrubados, mortos, mas deixam as suas pátrias bem erguidas, mais altas, nos próprios pedestais donde foram apeados, violentamente, pelas paixões dos homens (...)». (António Ferro, «Prefácio» in D. Manuel II, o Desventurado , Lisboa, 1954).

Após a morte de Sidónio Pais, o país mergulha numa das mais graves crises políticas da sua história moderna, em que se inclui o 19 de Janeiro de 1919 e a proclamação pelas juntas militares, da monarquia no Porto e em Lisboa.

Pedro Pereira

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*À Memória do Presidente-Rei Sidónio Pais

Fernando Pessoa

LONGE DA FAMA e das espadas,  
Alheio às turbas ele dorme.  
Em torno há claustros ou arcadas?  
Só a noite enorme.

Porque para ele, já virado  
Para o lado onde está só Deus,  
São mais que Sombra e que Passado 
A terra e os céus.

Ali o gesto, a astúcia, a lida,  
São já para ele, sem as ver,  
Vácuo de acção, sombra perdida,  
Sopro sem ser.

Só com sua alma e com a treva,  
A alma gentil que nos amou 
Inda esse amor e ardor conserva?  
Tudo acabou?  
 No mistério onde a Morte some 
Aquilo a que a alma chama a vida, 
Que resta dele a nós - só o nome 
E a fé perdida?

Se Deus o havia de levar,  
Para que foi que no-lo trouxe - 
Cavaleiro leal, do olhar 
Altivo e doce?

Soldado-rei que oculta sorte  
Como em braços da Pátria ergueu,  
E passou como o vento norte 
Sob o ermo céu.

Mas a alma acesa não aceita  
Essa morte absoluta, o nada 
De quem foi Pátria, e fé eleita,  
E ungida espada. 

Se o amor crê que a Morte mente  
Quando a quem quer leva de novo 
Quão mais crê o Rei ainda existente 
O amor de um povo!  
 Quem ele foi sabe-o a Sorte,  
Sabe-o o Mistério e a sua lei. 
A Vida fê-lo herói, e a Morte 
O sagrou Rei!

Não é com fé que nós não cremos  
Que ele não morra inteiramente.  
Ah, sobrevive! Inda o teremos 
Em nossa frente.

No oculto para o nosso olhar,   
No visível à nossa alma,  
Inda sorri com o antigo ar 
De foça calma.

Ainda de longe nos anima,  
Inda na alma nos conduz - 
Gládio de fé erguido acima 
Da nossa cruz!

Nada sabemos do que oculta  
O véu igual de noite e dia.  
Mesmo ante a Morte a Fé exulta: 
Chora e confia. 
 Apraz ao que em nós quer que seja 
Qual Deus quis nosso querer tosco,  
Crer que ele vela, benfazeja 
Sombra conosco.

Não sai da nossa alma a fé  
De que, alhures que o mundo e o fado,  
Ele inda pensa em nós e é 
O bem-amado.

Tenhamos fé, porque ele foi.  
Deus não quer mal a quem o deu.  
Não passa como o vento o herói 
Sob o ermo céu.

E amanhã, quando queira a Sorte,  
Quando findar a expiação, 
Ressurecto da falsa morte, 
Ele já não.

Mas a ânsia nossa que encarnara,  
A alma de nós de que foi braço,   
Tornará, nova forma clara,  
Ao tempo e ao espaço. 
 Tornará feito qualquer outro,  
Qualquer cousa de nós com ele; 
Porque o nome do herói morto 
Inda compele;

Inda comanda, e a armada ida  
Para os campos da Redenção,   
Às vezes leva à frente, erguida 
'Spada, a Ilusão.

E um raio só do ardente amor,   
Que emana só do nome seu,  
Dê sangue a um braço vingador, 
Se esmoreceu.

Com mais armas que com Verdade  
Combate a alma por quem ama. 
É lenha só a Realidade: 
A fé é a chama.

Mas ai, que a fé já não tem forma  
Na matéria e na cor da Vida, 
E, pensada, em dor se transforma 
E a fé perdida! 
 P'ra que deu Deus a confiança 
A quem não ia dar o bem? 
Morgado da nossa esperança, 
A Morte o tem!

Mas basta o nome e basta a glória  
Para ele estar conosco, e ser 
Carnal presença de memória 
A amanhecer;

'Spectro real feito de nós,  
da nossa saudade e ânsia,  
Que fala com oculta voz  
Na alma, a distância;

E a nossa própria dor se torna  
Uma vaga ânsia, 'sperar vago, 
Como a erma brisa que transtorna 
Um ermo lago.

Não mente a alma ao coração.  
Se Deus o deu, Deus nos amou. 
Porque ele pôde ser, Deus não 
Nos desprezou. 
 Rei-nato, a sua realeza, 
Por não podê-la herdar dos seus 
Avós, com mística inteireza 
A herdou de Deus;

E, por direta consonância  
Com a divina intervenção, 
Uma hora ergueu-nos alta a ânsia 
De salvação.

Toldou-o a Sorte que o trouxera  
Outra vez com noturno véu. 
Deus pr'a que no-lo deu, se era 
P'ra o tornar seu?

Ah, tenhamos mais fé que a esp'rança!  
Mais vivo que nós somos, fita 
Do Abismo onde não há mudança 
A terra aflita.

E se assim é; se,  desde o Assombro  
Aonde a Morte as vidas leva, 
Vê esta pátria, escombro a escombro,  
Cair na treva; 
 Se algum poder do que tivera 
Sua alma, que não vemos, tem, 
De longe ou perto - por que espera? 
Por que não vem?

Em nova forma ou novo alento,  
Que alheio pulso ou alma tome, 
Regresse como um pensamento, 
Alma de um nome!

Regresse sem que a gente o veja,  
Regresse só que a gente o sinta - 
Impulso, luz, visão que reja 
E a alma pressinta!

E qualquer gládio adormecido,  
Servo do oculto impulso, acorde, 
E um novo herói se sinta erguido 
Porque o recorde!

Governa o servo e o jogral.  
O que íamos a ser morreu. 
Não teve aurora matinal 
'Strela  do céu. 
 Vivemos só de recordar. 
Na nossa alma entristecida 
Há um som de reza a invocar 
A morta vida;

E um místico vislumbre chama  
O que, no plaino trespassado, 
Vive ainda em nós, longínqua chama - 
O DESEJADO.

Sim, só há a esp'rança, como aquela  
- E quem sabe se a mesma? - quando 
Se foi de Aviz a última estrela 
No campo infando.

Novo Alcacer-Kibir na noite!  
Novo castigo e mal do Fado! 
Por que pecado novo o açoite 
Assim é dado?

Só resta a fé, que a sua memória   
Nos nossos corações gravou, 
Que Deus não dá paga ilusória 
A quem amou. 
 Flor alta do paul da grei, 
Antemanhã da Redenção,  
Nele uma hora encarnou o el-rei 
Dom Sebastião.

O sopro de ânsia que nos leva  
A querer ser o que já fomos, 
E em nós vem como em uma treva, 
Em vãos assomos,

Bater à porta ao nosso gesto,  
Fazer apelo ao nosso braço, 
Lembrar ao sangue nosso o doesto 
E o vil cansaço,

Nele um momento clareou,  
A noite antiga se seguiu, 
Mas que segredo é que ficou 
No escuro frio?

Que memória, que luz passada  
Projecta, sombra, no futuro, 
Dá na alma? Que longínqua espada 
Brilha no escuro? 
 Que nova luz virá raiar 
Da noite em que jazemos vis? 
Ó sombra amada, vem tornar 
A ânsia feliz.

Quem quer que sejas, lá no abismo  
Onde a morte vida conduz, 
Sê para nós um misticismo 
A vaga luz

Com que a noite erma inda vazia  
No frio alvor da antemanhã 
Sente, da esp'rança que há no dia, 
Que não é vã.

E amanhã, quando houver Hora,  
Sendo Deus pago, Deus dirá 
Nova palavra redentora 
Ao mal que há,

E um novo verbo ocidental  
Encarnado em heroísmo e glória, 
Traga por seu broquel real 
Tua memória! 
 Precursor do que não sabemos, 
Passado de um futuro abrir 
No assombro de portais extremos 
Por descobrir,

Sê estrada, gládio, fé, fanal,  
Pendão de glória em glória erguido! 
Tornas possível Portugal 
Por teres sido!

Não era extinta a antiga chama  
Se tu e o amor puderam ser. 
Entre clarins te a glória aclama, 
Morto a vencer!

E, porque foste, confiando  
Em QUEM SERÁ  porque tu foste, 
Ergamos a alma, e com o infando 
Sorrindo arroste,

Até que Deus o laço solte  
Que prende à terra a asa que somos,  
E a curva novamente volte 
Ao que já fomos, 
 E no ar de bruma que estremece 
(Clarim longínquo matinal!) 
O DESEJADO enfim regresse 
A Portugal! 

 

 

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