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Serviço Nacional de Saúde (SNS)

28-09-2018 - Henrique Pratas

Todos nós desejávamos que o SNS fosse um serviço universal e que abrangesse toda a população portuguesa, mas como já todos nos deparámos com isso este nosso desejo não corresponde à realidade, por muitas razões entre as quais querem fazer da saúde um negócio.

O que vos contar é um caso real, a situação passa-se a 120 Kms de Lisboa, pouco mais de 60 Kms de Santarém e muito menos da Chamusca e de Abrantes.

A situação que quero partilhar convosco é que uma pessoa morreu de diarreia ao fim de uma semana sem que tivesse possibilidade de ser assistida por um médico. Este desenlace aconteceu num sábado de manhã em que a pessoa estava a pomar o pequeno-almoço, sentiu-se mal e foi desta para melhor. Como sabem nestas situações, tem que se chamar o Delegado de Saúde de serviço na zona da área de residência, o INEM, que perante a situação chamou a GNR para intervir. Eu sei que são cada vez mais os casos de violência, mas o delegado de Saúde não quis passar a certidão de óbito, face aos medicamentos que eram tomados pelo falecido, prescritos pelo médico de família, mas quando se chega a uma situação destas assumir responsabilidades, está cada vez mais difícil.

Veio o Delegado de Saúde, veio o INEM, a GNR como lhes escrevi e depois de quase uma manhã de sábado inteira, a decisão foi levar o corpo para o Hospital de Abrantes para ser autopsiado, com o intuito de causar as causas da morte.

Tenho pensado nisto e vejo que o SNS já não funciona a 120 Kms de Lisboa e os médicos que por lá exercem funções são de origem cubana ou colombiana, não ponho em causa a sua competência ou dedicação, mas então os médicos portugueses que nós formamos onde é que se encontram, faz-me confusão e começo a verificar com alguma nitidez que existe uma grande pressão para acabar com o SNS e voltar a um sistema de parcerias pública ou privadas onde o Estado investe o dinheiro dos seus contribuintes e os privados retiram os lucros daí decorrentes sem que façam qualquer tipo de investimento, isto é quem quiser ter saúde tem que a pagar, se quiser, não foi para isto que se criou o SNS, a intenção era e reforço a ideia era que o acesso à saúde em Portugal fosse universal e de fácil acesso a todos os cidadãos portugueses fossem eles de que zona do País fossem.

A realidade demonstra-nos o contrário existe muitas pessoas sem médico de família e se precisam de ir a uma urgência é o cabo dos trabalhos, alguns desistem porque não possuem meios para se deslocar, ou os seus rendimentos são de tal maneira baixos que não se podem dar a esse luxo e deixam-se ficar à sua sorte ou falta dela.

Por outro tenho conhecimento que em algumas Unidades de Saúde, o médico responsável pela gestão das respetivas Unidades ou Centros de Saúde, vedam aos administrativos situações em que estes podem facilitar a vida aos utentes, proibindo-os de terem o telemóvel perto de si, de contarem com os utentes para os informarem que os atos médicos estavam convocados, não se vão poder realizar, de ouvirem os utentes limitando-lhes o tempo de atendimento e outras práticas para quem viveu no tempo da outra senhora são sobejamente conhecidos.

Com estas atitudes só vejo que o SNS irá terminar no mais curto espaço de tempo, porque o que neste momento são números, fazer vacinações e outros atos supostamente médicos, mas que apenas vão engrossar os números que lhes são pedidos pelo Ministério da Saúde para poderem afirmar que se está a fazer muita coisa, quando de facto não se está. Tudo isto é falacioso a Saúde de devia cuidar de PESSOAS está preocupada com NÚMEROS, ora para mim uma coisa e outra são incompatíveis quando estes últimos não refletem de facto aquilo que é praticado ou realizado, no caso vertente em atos médicos.

Vivemos numa era de NÚMEROS e só se sabe falar deles sem que estes tenham alguma consistência, estamos a ficar cada vez mais pobres e por este andar com algumas medidas que são tomadas teremos um nível de divida perfeitamente insustentável, porque pura e simplesmente não se cria riqueza, o que se faz é especular, isto é estamos a enganar-nos a nós próprios.

Henrique Pratas

 

 

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