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QUANDO OS EXTREMOS SE TOCAM…

24-08-2018 - José Janeiro

Os unicórnios e outras criaturas encantadas dos contos dos irmãos Grimm estão aí de volta, desta vez sem o jantar terrifico no Panteão, por imposição legal.

Já não bastava o imaginário das criancinhas grandes para definir os negócios que praticam e foi lançada a polémica: Marine Le Pen tinha sido convidada para discursar. As vozes da extrema esquerda, sempre muito democráticas, procuraram limitar a liberdade individual daquela que é considerada de extrema direita.

E não, também não a apoio, mas tem o supremo direito a expor as suas ideias, sem restrições, tal como outros que não concordo, mas que entendo que o devem fazer. A isso podemos chamar as mais variadas definições: democracia, liberdade de expressão, direito constitucional, direitos humanos ou outra coisa qualquer. Sim, a moçoila tem o direito, a expor as suas ideias, por mais aberrantes que as consideremos e que não concordemos, ou estaremos a ser piores que ela.

O fascismo, enquanto “lido” como regime autoritário, não será assim tão diferente, dos que estando nos antípodas, se possam considerar democratas, ou pelo menos “enchem a boca” com essa palavra sagrada, mas no fundo, no fundo são tanto ou mais fascistas como os que apelidam.

A atitude anti democrática da extrema esquerda, ao exigir banir de uma conferencia privada aquela que consideram de extrema direita, demonstra bem o principio pouco democrático dos regimes que apoiam em locais tão “democraticamente” estranhos, como: Coreia do Norte ou Venezuela.

Afinal em que diferem? Não tenho resposta, mas ambos são regimes que não desejo por serem autoritários, limitadores e nada consoantes com o que defendo, mas têm o direito de se expressarem livremente e por isso lutarei sempre por esse direito.

Recebemos por estes dias, algo impensável em democracia, uma petição para que a Marine Le Pen fosse impedida de discursar e de integrar o leque de oradores da Web Summit, ao mais belo estilo da PIDE ou de Estaline, de má memoria, perpetrado desta vez por democratas de índole duvidosa. Nunca assinaria tal petição por ir contra a liberdade individual de uma pessoa, não temo as suas ideias, apenas temo os que sob uma capa de democracia, se acham no direito de banir quem não concordam. Sim, os extremos tocam-se perigosamente.

E a organização cedeu, de forma miserável, à ditadura dos costumes e andou numa montanha russa de cancela e não cancela o convite, demonstrando ceder a pressões nada consonantes com os ideais de uma liberdade que todos devemos prezar.

A aberração de uma esquerda modernaça, pouco flexível e de padrões culturais duvidosos, tem-nos habituado a estranhas revelações que “não lembram o diabo”, mas que as defendem de forma convicta como se aquela fosse a única verdade possível, contudo, os telhados de vidro são evidentes e baços como os dos outros que atacam.

A lista é enorme e tão reprovável como as dos demais, sendo mais difíceis de “engolir” pela forma virulenta com que atacam, o que entendem ser injustiças sociais, reais ou pertéritas imutáveis por fazerem parte da historia de um povo, num tempo e numa sociedade diferente da de hoje. Um dos extremos diz abertamente o que são, o outro extremo sob uma capa de liberdade dissimulam a verdade do que socialmente pretendem.

É incompreensível, para qualquer criatura minimamente inteligente, exigir o branqueamento da historia, por ser isso mesmo, ser historia e estar integrada num determinado contexto, é do mais estúpido que se possa imaginar, que assim não pensa. Condenar escritores do passado, os descobrimentos, a colonização de povos numa época de conhecimento do mundo, ou outras formas de pioneirismo dos Portugueses, quer se concorde ou não, é de uma ignorância intelectual pouco consistente para quem quer responsabilidades governativas. Com a historia temos que aprender o que está errado ou certo, com a historia temos que olhar os erros com olhar critico mas não limitador e muito menos Estalinisticamente abulir o que não interessa branqueando o passado.

As praticas de Estaline, “democrata” ideólogo, dos que são os novos “democratas fascistas” e que se identificam com uma esquerda radical, são tão indesejáveis para a sociedade, como os que eles atacam e identificam como anti democráticos, os métodos só diferem da cor merdosa com que o fazem, uma acastanhada e outra avermelhada.

É preocupante começarmos a ter uma sociedade de gente intelectualmente obtusa formada no interior de partidos políticos para manterem o status quo das clientelas, rejeitando os que pensem de forma diferente e os que defendam ideais humanistas, tal como qualquer estrutura de índole religiosa, procuram pelo engodo e gestão do desconhecido, o controle das massas seja por métodos de repressão/controlo mental, ou pelo uso do lápis azul da censura.

Afinal que sociedade defendem estes que assim pensam? Acreditam mesmo ter a verdade do conhecimento ou são apenas uns pobres de espírito?

Mais duro poderei perguntar: são gente que se julga inteligente, ou “armadas” em burras? Ou modernos negreiros do pensamento? Os modernos esclavagistas das ideias, que são tão nojentos quanto os que no passado distante se achavam superiores aos demais, para os comercializar como peças de gado.

Não, não permito que me digam o que pensar, o que sentir ou em que acreditar, sou imune aos que procuram modernizar a estupidez.

Uma palavra final: também tu Centeno? Também tu dizes os disparates da cartilha sobre o caso Grego, mesmo depois do reconhecimento dos excessos cometidos? Mas afinal estás em divida para com quem? Com deus ou com o diabo? Nunca imaginei que fizesses um vídeo tão baixo e falso. Fica o reparo. Mais um extremo que se toca.

Até para a semana.

José Janeiro

 

 

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