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As eleições europeias, reflexão

23-05-2014 - Eduardo Milheiro

Nestas eleições não se discutiu a Europa, com total desrespeito e desprezo pelos portugueses, uma vez que se tratam de eleições para o Parlamento Europeu e supostamente os maiores e mais representativos partidos portugueses são europeístas.

A discussão foi sempre desviada para a política interna, discutindo-se a crise portuguesa, tentando arranjar culpados para a mesma, como se de eleições para a Assembleia da República se tratasse.

Os dois maiores partidos, PS e PSD, não discutiram a Europa porque as suas ideias neste assunto são iguais. Neste marasmo de conveniências dos partidos do “centrão de interesses”, que fogem à discussão, o grande contra-senso é que os dois cabeças de lista, Assis e Rangel, são Federalistas e os respectivos chefes, Passos e Seguro, não o são.

Os dois cabeças de lista têm as mesmas ideias sobre a Europa, não têm nada para discutir, aliás, nem uma discordância de fundo têm para debaterem, daí remeterem-se ao silêncio, tentando evitar uma discussão que não daria em nada. O que deveria ser discutido, o Tratado Orçamental, não interessa, pois foi votado pelos partidos que constituírem a Aliança Portugal /PSD/CDS) e pelo PS e que continuam a enganar os Portugueses,

E para se poder ter uma opinião correcta do que é o PS em política, posso relembrar o que o Deputado do PS, João Galamba, afirmou na sua declaração de voto quando foi aprovado o Tratado Orçamental na Assembleia da República:

Tratado orçamental deixa "Portugal e Europa de mãos atadas"

"Ou cumprimos o tratado ou mantemos o Estado de direito democrático", diz João Galamba, uma das vozes socialistas que se distanciou da posição oficial do partido.

Quando a 13 de Abril de 2012, o Parlamento ratificou o Pacto Orçamental Europeu, com os votos a favor da maioria PSD-PP e do PS, João Galamba foi um dos seis deputados socialistas a apresentar uma declaração de voto.

“Entendi que era uma opção errada da social-democracia europeia e do Partido Socialista que não correspondia às necessidades, nem de Portugal, nem da própria União Europeia, no contexto em que foi votado”, explicou à Renascença o deputado.

…. Com o tratado, que impõe um défice estrutural inferior a 0,5% do PIB e uma dívida pública abaixo dos 60%, “Portugal e a Europa ficam de mãos atadas”, justifica….

….“Pior de dois mundos”

“Confronta os Estados-membros, em particular Portugal, com uma impossibilidade em termos de política orçamental. Ou cumprimos o TECG ou mantemos o Estado de direito democrático e Estado Social em Portugal”, diz Galamba….

Assim fica explicado porque não discutem os dois cabeças de lista do PSD e PS, é porque não convém; são coniventes naquilo que João Galamba afirmou.

O PCP e o BLOCO sempre falaram e discutiram este assunto, pois João Ferreira e Marisa Matias sempre e correctamente foram contra, tendo Marisa Matias numa das suas intervenções de campanha afirmado:

“Eu não consigo perceber como é que se pode prometer não aumentar impostos, manter os rendimentos ao mesmo tempo que se defende o Tratado Orçamental, que vai precisamente impor-nos por mais 20 ou 30 anos níveis de rigor orçamental que passam por um controlo das contas públicas que toca essencialmente nos salários, nas pensões, no Estado Social”, referiu a cabeça de lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias, frisando que “ou bem que se abdica do Tratado Orçamental ou então são só promessas para se ver em campanha eleitoral".

Marisa Matias diz a verdade, e o grande embuste está montado, pois aquilo que os partidos do “Centrão” dizem nada pode ser posto em prática na Europa, porque a Europa e a chefe Alemã não querem.

A grande janela de esperança para a Europa está na forte votação que se exige nos partidos que fazem parte do Grupo da Esquerda Unitária Europeia, no qual estão incluídos o BLOCO, o PCP e além de muitos outros o SYRIZA da Grécia, sendo quase certa a sua vitória na Grécia com a forte possibilidade de Alexis Tsipras vir a ser o próximo Presidente da União Europeia, o que poderá significar uma mudança radical nas políticas da Europa.

É preciso acreditar e votar, não fique em casa, vá exercer o seu direito de voto. O 25 de Abril fez-se para que todos possamos votar, cada cidadão que não vote, é um voto que dá à direita, à direita que com os seus acordos e tratados impede o crescimento económico e o emprego para os trabalhadores, a mesma direita europeia que aplicou em Portugal um ajustamento pelo empobrecimento dos Portugueses e que lhe quer destruir os seus meios de defesa como a contratação colectiva, baixando drasticamente os salários para que dessa maneira as exportações portuguesas se tornem competitivas.

Da minha parte, a direita está posta de parte, devem votar à esquerda, PCP ou BLOCO. Eu vou votar Bloco de Esquerda com a convicção de que estou a votar numa linha política que me dá garantias da defesa dos interesses portugueses, do emprego e do desenvolvimento.

NÃO FIQUE EM CASA, DIA 25 VÁ VOTAR. NÃO VOTAR É VOTAR NA DIREITA.

Eduardo Milheiro

 

 

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