Edição online quinzenal
 
Sexta-feira 3 de Maio de 2024  
Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

No rescaldo

04-10-2013 - Humberto Neves

No rescaldo da noite eleitoral do passado domingo li e ouvi tudo o que é possível e imaginário. Desde a estrondosa vitória do Partido Socialista a nível nacional (que, afinal, não terá sido tão estrondosa assim), aos festejos dum partido que perdeu a única Câmara Municipal que detinha, que baixou em número de votos e de mandatos, só porque os partidos do governo saíram derrotados do acto eleitoral. Analisando friamente os resultados, houve uma clara penalização dos partidos do governo, principalmente o PSD (o CDS-PP, apesar de ter perdido eleitorado, conseguiu 5 presidências de câmara), e uma vitória expressiva da CDU (mais votos, mais mandatos e mais presidências) em municípios que eram socialistas.

Cá pelo burgo, sendo de esperar uma vitória do PS, todos ficaram surpreendidos com a magnitude da mesma. Incluindo o próprio candidato socialista, que não esperava este score eleitoral. Quando seria de prever que o Movimento Zé Gomes dividisse o eleitorado tradicionalmente socialista, ele teve o efeito inverso. Não só uniu o PS local como também provocou um efeito de “voto útil”. Eleitores que, não sendo da área socialista, optaram por votar PS com receio da eleição da candidata daquele movimento, o que afectou, negativamente, as restantes candidaturas (Amar a Terra, CDU e MICA). Principalmente a CDU, que poderia ganhar a freguesia de Benfica do Ribatejo mas cujo apoio do Movimento Zé Gomes ao seu candidato foi um presente envenenado.

Esta vitória é tão mais expressiva tendo em conta os níveis de abstenção (passou de 46% para quase 50%). Sempre pensei que o número dos não votantes diminuísse face às possibilidades de escolha. Acalentei essa esperança quando presenciei a formação de filas para votar. Mas essas deveram-se, apenas e só, à dificuldade dos mais idosos em conseguir votar. A maioria dos jovens e dos eleitores recém-recenseados no concelho optaram por ficar em casa (na freguesia de Almeirim, as secções de voto correspondentes a este eleitorado registaram índices de abstenção superiores a 60%).

Com maioria absoluta em todos os órgãos autárquicos, perspectiva-se um mandato tranquilo para os vencedores. Quanto aos vencidos, os partidos (PSD, CDS-PP e PCP-PEV) manterão, com maiores ou menores alterações, a sua actividade. Os movimentos “independentes” (MICA2013 e Movimento Zé Gomes), como será de prever, definharão ao longo dos próximos quatros anos.

Humberto Neves

 

 

 Voltar

Subscreva a nossa News Letter
CONTACTOS
COLABORADORES
 
Eduardo Milheiro
Coordenador
Marta Milheiro
   
© O Notícias de Almeirim : All rights reserved - Site optimizado para 1024x768 e Internet Explorer 5.0 ou superior e Google Chrome