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O CACIQUISMO PARTIDÁRIO/ELEITORALISTA

20-07-2018 - Pedro Pereira

Desde há mais de duas décadas que os índices abstencionistas aos actos eleitorais em Portugal têm vindo a crescer, o que demonstra sobretudo uma enorme descrença e até desprezo por parte da maior parte do eleitorado relativamente aos partidos oligárquicos que desde a primeira década após Abril de 1974 se enquistaram no poder com garras afiadas.

Os sucessivos actos eleitorais vêem-se assumindo nas últimas décadas como uma clara demonstração do nepotismo do poder rotativista, despudorado, numa crescente evidência das trambiquices várias que caracterizam as eleições em Portugal.

Há várias décadas que os cadernos eleitorais não são limpos das centenas de milhar de mortos, dos eleitores fantasmas, por exemplo, para além do caciquismo enraizado nas “coutadas” de “regiões demarcadas” dos referidos partidos políticos.

Quarenta e quatro anos passados da implantação do actual regime dito democrático, aparentemente este não consegue ter listas de recenseamento actualizadas e muito menos propiciar condições de voto aos emigrantes.

Localidades há, onde desde 1974 até aos dias de hoje se mantêm no poder os mesmos partidos políticos. Sintomaticamente, estas são localidades onde a usura do poder por esses partidos redundou em atrofiamento económico, social e, de uma maneira geral, de desenvolvimento global retrógrado.

Por outro lado, quando há eleições autárquicas, comparativamente a localidades onde tem havido alternância de poder, são as que registam maior índice abstencionista.

Para que possamos chamar “democracia” a um dado regime, antes de mais é necessário que qualquer cidadão possa ser eleito em representação dos seus concidadãos. Ao contrário, o que sucede actualmente quando se acercam actos eleitorais, é os partidos escolherem os seus representantes, entroncharem-nos numa lista candidata e… ala que se faz tarde!

A representação partidária expressa nessas listas seguem a lógica do caciquismo interno misto de invertebrados e arrivistas. Criaturas moldáveis, flexíveis, cujo único objectivo é o de auferirem um tacho que lhes permita subir uns patamares na vida, muitas vezes até, ocupação laboral. Quantos altos cargos políticos não são ocupados neste momento quer por terem sido eleitos para eles, quer por nomeação, quando até então nunca tiveram uma ocupação profissional nas suas vidinhas!

Nesta perversidade dita democrática, os cidadãos votam em listas cozinhadas por oligarquias partidárias, compostas em muitos casos por criaturas desconhecidas na localidade e/ou região onde são apresentadas a escrutínio. Normalmente trata-se de indivíduos pertencentes à classe dominante no seio do partido, serventuários do chefe.

Quanto aos governantes, quando das eleições legislativas, ao invés de saírem do seio dos deputados eleitos, como seria lógico e normal numa verdadeira democracia, são escolhidos e nomeados pelo patrão do partido vencedor das eleições, gente normalmente ligada a multinacionais de sectores estratégicos da economia, da banca, de gabinetes de advogados que trabalham para os grupos parlamentares e autarquias, legislando a favor dos seus interesses de classe, cumulando-se de mordomias e privilégios, escudados em imunidades.

Embora o exercício dos cargos políticos seja efectuado em nome da representatividade democrática, em boa verdade a maioria das criaturas durante o tempo que ocupam esses lugares, exercem o poder que lhes é conferido como se fossem patrões (eles e elas) de uma qualquer empresa ou albergue espanhol. Trata-se de uma casta política prenhe de gentalha desqualificada, mancomunada entre si por teias de corrupção, que procuram por todos os meios, com unhas e dentes manter-se no poder eternamente, cujo principal objectivo para tal desiderato é manterem o povo em estado cataléptico e infantilidade política, recorrendo por tal sorte ao expediente da desinformação maciça bombardeada em todos os órgãos de comunicação (e são quase todos) onde metem o gadanho.

É este o estado da Nação.

Pedro Pereira

 

 

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