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Nós não somos assim tão parvos

20-07-2018 - Henrique Pratas

Há dois dias atrás o comentador do Jornal da noite da TVI afirmou que os trabalhadores portugueses viram os seus vencimentos aumentados, pelo simples facto de o seu horário de trabalho ter sido reduzido de 40 para 35 horas. Ora como todos nós sabemos esta foi uma habilidade solicitada pela troika no Governo PSD/CDS para que o salário hora dos trabalhadores baixasse e desta forma desse resposta a um dos requisitos exigidos pelo Banco Mundial que como todos nós sabemos é falacioso, porque se trata de uma mera operação de cálculo e não de um aumento de produtividade. Com o sabem o salário hora é calculado dividindo o salário base mensal pelo resultado do produto das horas de trabalho semanais vezes as 52 semanas e dividindo pelos 12 meses em que existe prestação efetiva de trabalho. Concretizando para um trabalhador que tem um salário de 600,00 € mês o seu salário hora é de 3,46 €, com base nas 40 horas, mas se o seu horário tiver passado para as 35 horas semanais o resultado já é 3,96 €, para os menos atentos isto representa um acréscimo de 14,40 %, o que não corresponde à verdade porque esta variação é explicada pelo aumento do horário de trabalho das 35 horas para a s 40 horas e como já vos referi isto não correspondem ao aumento da produtividade, não é pelo facto de os trabalhadores estarem mais tempo nas organizações que a produtividade aumenta, ela aumenta por outras razões. Na minha opinião o que ocorreu foi a reposição do horário de trabalho semanal que os trabalhadores e as entidades patronais tinham acordado em sede de contratação coletiva e mais nada. Não se tirem outras ilações porque elas não existem, são apenas esta repôs-se o horário de trabalho semanal que os trabalhadores detinham.

Ontem no Jornal da Noite da TV 1 são confrontado com mais disparates desta vez vindas do Ministro da Saúde afirmando que os diretores de serviço do Hospital de São José que tinham apresentado a sua demissão, por falta de condições de trabalho eram apenas 2 ou três, quando uma fonte fidedigna e com documentos que o comprovaram foram 16 os médicos que apresentaram a sua demissão, temos aqui um grave problema de comunicação ou de leitura, provavelmente o Ministro só sabe contar até números com um dígito.

Isto para além de ser grave é triste, a mim ensinaram-me desde muito cedo a não mentir, mas acho que estamos numa era em que mentir é o prato do dia e quem mais mente é que fica bem e é que é considerado como pessoa de bem. Ao senhor Ministro deixo-lhe a sugestão de um dia, sem nenhum aparato de espécie nenhuma, se deslocar às urgências dos Hospitais e veja com os seus próprios olhos as condições em que os profissionais de saúde trabalho e reparem também nas condições em que os doentes são acolhidos. Senhor Ministro passados quase 4 anos de Governação está tudo muito pior e fazendo parte de um Governo dito Socialista as coisas deveriam estar muito melhor.

Não contestes com isto em sede de discussão do Orçamento o Ministro das Finanças Português e simultaneamente Presidente do Eurogrupo uma espécie de Ministro das Finanças da União Europeia, afirmou que o rendimento disponível dos portugueses tinha aumentado significativamente o rendimento disponível das famílias portuguesas.

Não sei a que famílias o senhor ministro se estava a referir mas às portuguesas não era de certeza, provavelmente a assunção das duas funções está a fazer-lhe alguma confusão na sua cabeça, a maior parte das famílias portuguesas está cada vez mais endividada e conta os cêntimos para conseguir chegar ao fim do mês e senhor produz uma afirmação destas, só pode estar equivocado não está a falar para a maioria do povo português, veja lá bem os eus números e vai ver que a poupança das famílias não aumentou, mas seja sério e faça os cálculos das famílias que apenas auferem rendimentos do trabalho por conta de outrem e vai ver que o anúncio que fez não é real.

Todas estas afirmações feitas por um Governo que se diz Socialista me deixam triste como é óbvio, mas não me admiram porque o Partido socialista nunca existiu como eu sempre afirmei.

O Ministro das Finanças teve ainda o desplante de afirmar que tinham sido admitidos 8.500 médicos e enfermeiros no País desde 2015, então e os que se reformaram, será que estas admissões são necessárias e suficientes para que o SNS, funcione em condições, senhor Ministro não se cinja à frieza dos números é necessário adequar os meios às necessidades.

Existem no seu seio pessoas que são verdadeiros sociais-democratas e que pugnam por o ser mas a maior parte são uma cambada de oportunistas, incompetentes que a única coisa que procuram são os aumentos dos seus proveitos e do seu enriquecimento, os favores que fazem são mais do que muitos e com isso depois são eleitos para lugares para os quais não têm competência de espécie nenhuma, não é por acaso que a “Raríssimas” está a receber subsídios da Santa Casa da Misericórdia, independentemente de se apurarem as “vigarices” que foram cometidas pela anterior gestão, será que leva assim tanto tempo a apurar as responsabilidades das anterior gestão.

Uma outra palavra a propósito dos precários da função pública ontem ficámos a saber que o seu número tinha aumentado, mas não era intenção deste Governo, que colocou no seu programa eleitoral resolver esta situação ou será que eu estou enganado? Não só não a resolveu mas como a agravou porque a abertura dos concursos” necessários” para que estes passem a efetivos ainda não abrirem, devem estar à espera das eleições ou da abertura à caça aos “votos”, para que os mesmos sejam lançados. Há entretanto, há que fazer menção que Organismos da Administração Pública Portuguesa têm estado a fazer procedimentos concursais externos com admissões de trabalhadores em regime de contrato por tempo indeterminado em funções públicas sem que resolvam as situações dos trabalhadores precários que existem dentro desses organismos, isto faz sentido?

Mais esclareço que existe uma plataforma designada por BEP (Bolsa de Emprego Público), onde os trabalhadores em funções públicas se podem candidatar a outros organismos públicos, utilizando a figura de mobilidade interna e os mesmos estão viciados à partida, quero eu dizer, quando alguém concorre para um determinado lugar o mesmo já se encontra previamente preenchido, pelo favor, pela cunha ou outro esquema prevalecente, já que a competência e o profissionalismo estão arredados deste processo.

Tenho alguma curiosidade em saber como é que o Instituto de Emprego e Formação Profissional, I.P. vai explicar no Parlamento o aumento do número de pessoas a recibos verdes, há já sei este aumento ficou a dever-se ao aumento do número de formadores que permitiu diminuir o desemprego para mínimos históricos.

O Partido Socialista enquanto partido que tem estado na governação deste País deixa muito a desejar e não tem, a meu ver, cumprido com a proposta que apresentou em sede de candidatura, mas parece-me que já nos habituou a isso ao longo do tempo, concomitantemente com esta atitude a sua tendência para se aliar aos partidos de direita, PPD/PSD E CDS/PP, está-lhe no sangue não é capaz de governar naquilo que seria desejável na área da social-democracia praticada pelos Países do Norte da Europa, Dinamarca, Suécia, Noruega, Islândia e todos os outros que lhe deviam servir de exemplo.

Henrique Pratas

 

 

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