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O PERFUME FÉTIDO DO REGIME

18-05-2018 - Pedro Pereira

Eis que o regime bateu no fundo, no lamaçal. Doravante, se escavarmos mais um pouco, vamos encontrar um enorme buraco negro. Uma gigantesca cratera de desígnios e limites insondáveis.

O regime esboroa-se rapidamente, entrou na 5ª dimensão. A partir daqui o seu futuro é uma incógnita. A corrupção é larvar. Afinal (descobrem almas caridosas) alastrou durante décadas como fogo à palha por todo o país.

Falemos então do senhor "engenheiro", esse génio das acrobacias e do trapézio político, que teve a capacidade inventiva de conduzir o país a mais uma falência desde 1974. só que esta foi de proporções gigantescas, nunca vistas, da qual o país e os portugueses continuam a sentir os seus efeitos, que foram devastadores.

Depois deste glorioso feito heroico saído do seu bestunto perturbado, em desespero de causa chamou um bando de agiotas internacionais que foi «carinhosamente» baptizado de "troika", a fim de evitar o colapso do país.

Nos tempos em que (des)governou a nação, acolitado por um bando de «trapezistas» políticos que na sua maior parte se podem encontrar no actual governo, na Assembleia da República e outros cargos de responsabilidade política a começar por aquele que foi vice-ministro do senhor “engenheiro” e hoje é o primeiro, tratou carinhosamente do seu pecúlio e deixou os apaniguados engordarem os seus também. Foi um fartar vilanagem. Durante os anos de gerência de tal gentalha e associados, viu-se o país transformado numa coutada onde os “artistas” caçaram e se alambazaram à barba longa. Nada que não tivesse acontecido com alguns «trapezistas» políticos de governos anteriores, só que os dos governos do senhor “engenheiro” ultrapassaram todos os limites dos seus antecessores em número e em volume de trambiques.

Desde esses tempos e até há poucos dias, quem criticasse o senhor "engenheiro" nas redes sociais, por exemplo, logo uma matilha de cães rancorosos amestrados ao serviço do dito cujo saltavam por esses lados nas injurias, nas ofensas, nos insultos assassinos ao comentador. Lá dizia o grande filósofo e génio trauliteiro, o ex-ministro Coelho “socialista”: "Quem se mete com o PS leva".

Hoje é vê-los de rabo entre as pernas. Alguns praticando actos de contrição públicos... - Pois se afinal nem sabiam que o senhor "engenheiro" era um trambiqueiro e até um grande mentiroso, de acordo com as palavras daquela que foi a sua namorada(sic). Para ocorrer esta brutal cambalhota bastou que os seus camaradas, grandes amigalhaços e maiores responsáveis do seu partido, alguns deles ex-acólitos nos seus (des)governos viessem por estes dias para a praça pública dizer que afinal o dito indivíduo era pessoa pouco recomendável e apodá-lo com outros cognomes pouco abonatórios.

Das duas uma: ou estas criaturas são muito ingénuas ou são taradinhas. Então só ao fim de mais de uma década é que descobriram a verdadeira face do senhor “engenheiro”? – Se são ingénuas, decididamente não têm capacidade para continuarem a ser governantes no actual (nem em outro) governo; se são loucas, configura-se uma situação mais grave, ou seja, são inimputáveis e por tal facto devem quanto antes cessar funções governativas e ser internadas num hospício.

Num passa-culpas, como manobra de diversão, esta gentalha mais alguma imprensa que ainda continua ao seu serviço, propagandeiam que se no partido deles há indivíduos pouco recomendáveis (termo eufemístico para estes casos), como por exemplo o senhor “engenheiro” mais um Pinho e coisa e tal, nos partidos da oposição também os há. Pois há, pois foi, mas só o facto de um ex-primeiro ministro estar indiciado por variados casos de corrupção e por tal facto ter estado preso preventivamente durante 10 meses, episódio único de detenção de um ex-chefe de governo na História do regime democrático em Portugal após o 25 de Abril de 1974, trata-se de um caso de enorme gravidade, indiciante da putrefação a que chegou o regime.

Mais grave, com a cumplicidade (por omissão) do seu partido, do Parlamento, do Presidente da República e de grande parte dos cidadãos portugueses até há poucos dias.

Aqui recorda-nos o ditado: “O pior cego é o que não quer ver”.

Os portugueses sabem de cor e salteado quem são os patifes, só que, como referimos mais acima, o problema que existe dentro daquele que já foi um Partido Socialista, é a dimensão daquilo que Ana Gomes colocou como interrogação há poucos dias ao dizer que não compreendia como é que o PS «se prestou a ser instrumento de corruptos e criminosos», admitindo estar a falar dos casos de Sócrates e Manuel Pinho. (Declarações ao DN, 14.05.2018)

A partir destas declarações os amigalhaços do senhor “engenheiro” começaram a desmarcar-se publicamente dele como se fosse uma criatura pestilenta, como se de repente descobrissem que tinham andado enganados a seu respeito uma catrefada de anos. É preciso muito despudor, falta de ética, de princípios, de valores, enfim… do mais elementar que deve ser intrínseco a todo o indivíduo, pois se comeram durante vários anos à mesma mesa que ele e com ele conviveram e (des)governaram a nação, de tal ordem que os portugueses ainda hoje continuam a pagar os “benefícios” de tais obreiros!

Deixem-se de hipocrisias. Como diz o outro: “há bué de anos que estavam carecas de saber quem ele era”.

É claro que o desgraça da nação, o cheiro fétido que emana do regime que se encontra em decomposição, não se deve só aos Sócrates e aos Pinhos, mas também a banqueiros Salgados, a inúmeros Presidentes (eles e elas) de autarquias e seus parceiros de gestão, aos grandes devedores (leia-se: empresas) da banca, com calotes monstruosos permitidos por governantes, às fundações, aos observatórios, institutos...

A talhe de foice refira-se que: - “Portugal é visto como um país mais corrupto do que a média europeia, de acordo com o Índice de Perceção da Corrupção que foi divulgado esta quarta-feira pela organização não governamental Transparency International”. (Eco – Economia Online, 21.02.2018)

Aparentemente, próximo do congresso do PS que vai ter lugar por estes dias, os seus dirigentes estarão convictos de que ao excomungarem dois dos seus ex-governantes o problema fica resolvido. O partido fica a salvo e o regime regenerado.

Nada mais falso. O PS pode escapar mais ou menos incólume, prevendo-se até, uma votação maciça dos militantes em A. Costa só equiparável ao que costuma suceder com as eleições que levam ao altar o “querido líder” da Correia do Norte. Porém, o regime não se regenera com cosméticas à badalhoca. Só é passível de ser regenerado se tiver início nos próximos meses um amplo debate público de âmbito nacional sobre o mesmo; se o sistema de representação político partidário for reformulado; se a Lei Eleitoral for revista, incluindo a eliminação das centenas de milhar de mortos que povoam há várias décadas os cadernos eleitorais; se o povo for chamado a referendos (contemplados na Constituição) a nível concelhio, distrital e/ou nacional em temas de superior interesse para as populações no quotidiano; se os limites de mandatos de cargos públicos forem indexados aos do Presidente da República, ou seja, ninguém em algum cargo político puder exercer mais do que dois mandatos; se os cargos dirigentes da função publica forem de carreira e não de nomeação política; se os deputados à AR passarem a ser eleitos por círculos uninominais; se for eliminada a falta de proporcionalidade e representatividade dos cidadãos nos actos eleitorais, que dada a aplicação do famigerado método de Hondt favorece os partidos maiores, o que torna possível o mais votado alcançar a maioria absoluta com 44% de votos, pelo que deve passar a ser adoptado o método de “um homem, um voto”, verdadeira génese da democracia representativa; se forem sancionados os programas eleitorais demasiado vagos que não passam de mera “publicidade enganosa”, acontecendo frequentemente que determinado partido ao chegar ao poder, faz precisamente o contrário do que publicitou no seu programa eleitoral, tanto mais grave quanto “mexem” com dinheiros públicos, com os impostos pagos pelos cidadãos, com a agravante de os eleitores não lhes poderem juridicamente exigir satisfações ou sancioná-los relativamente às suas aldrabices.

A maior parte dos dirigentes políticos carece de competências mínimas para as funções que passam a executar após eleitos, além de muitos deles sofrerem manifestamente de distúrbios psico-comportamentais. Falam e comportam-se como débeis mentais, psicopatas e portadores de outras patologias do foro psiquiátrico, pelo que deveria ser obrigatório serem sujeitos (eles e elas) a testes psicológicos e psiquiátricos antes de integrarem listas eleitorais.

Se os políticos que praticam gestões extremamente danosas (quando não incorrem em práticas de crimes) passarem a ser criminalizados; se os governos forem impedidos de apresentarem défices orçamentais, bem assim como imitirem dívida pública, que representa sempre uma brutal carga de impostos futuros; se os governos forem proibidos de incorrer em compromissos financeiros para além da sua legislatura; se for permitido que grupos de cidadãos organizados possam candidatar-se a eleições legislativas, e por aí fora…

A representação política do povo não pode nem deve ser exclusiva dos partidos políticos. Tal princípio é contrário às regras mais elementares da democracia plena. No caso das eleições legislativas, nas listas concorrentes devem de ser elencados os nomes e pastas de todos os putativos membros de um possível governo que venham a constituir quando eleitos.

Dado alguns dos aspectos atrás enunciados que consideramos fundamentais para a existência de um verdadeiro regime democrático, para uma democracia saudável que aproxime os eleitores dos eleitos e neles se revejam mutuamente, torna-se urgente uma ampla discussão pública conducente a uma reforma do Sistema Político Eleitoral.

Pedro Pereira

 

 

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