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Terrorismo, Mentira e Falta de Ética

09-05-2014 - Eduardo Milheiro

O País tem assistido nas últimas três semanas, já para não falar nos últimos três anos, a uma actividade de terrorismo psicológico por parte do governo, que nos deixa a interrogação de quem é esta gente que nos governa.

O primeiro-ministro dá uma entrevista à SIC em que diz que “não haver aumento de impostos de cortes nas pensões nem nos salários”, corroborando as declarações da ministra das finanças, Maria Luís Albuquerque, e da figura sinistra e cínica do ministro da presidência, Luís Marques Guedes, afirmando assim todos - e só para vos relembrar - que NÃO HAVERÁ AUMENTO DE IMPOSTOS NEM CORTES SALARIAIS.

A facilidade com que esta gente mente é impressionante. Penso que esta posição faz parte de um plano bem maquinado pelos membros do governo, em que uns dizem que vão haver cortes, outros que dizem que não, baralhando, tirando a confiança aos portugueses, criando o desespero, e aparecendo no final com medidas nas quais nunca tinham falado, ao estilo da guerra fria, em que a CIA e o KGB eram especialistas. Tudo isto resulta em falsas interpretações do género da parte dos contribuintes, tal como eu já ouvi: “estavam a roubar-me 150 euros por mês, em 2015 só me vão roubar 60 euros”, assistindo a uma atitude conformista das pessoas, cumprindo-se o plano.

Mas a forma improvisada, em cima do joelho, com que este governo tem dirigido estes temas, dá a sensação de pura incompetência, sendo o DEO uma prova disso.

Um documento que deve definir a estratégia orçamental para 5 anos, não diz nada. É o navegar à vista, pois a grande reforma do Estado não está lá, essa grande reforma para a qual Paulo Portas escreveu um papel a que chamou de Guião da Reforma do Estado é um documento desprovido de qualquer estratégia, ou seja, é um papel sem pés nem cabeça que não serve para nada, e tudo fica na mesma, mais aldrabice mais incompetência.

Mas o meu desespero e o de muitos portugueses é não vermos propostas concretas por parte do maior partido da oposição. O PS, que provavelmente virá a ser governo nas próximas eleições legislativas, critica, diz que são mais cortes e mais imposto, diz que se for governo repõe salários e pensões, que reabre os Tribunais que este governo fechar, etc, etc, mas é sempre omisso na maneira de concretizar estas ideias. Porque não chega um partido dizer que não concorda, são necessárias desde logo estratégias, pois este partido tem tido responsabilidades governativas e por conseguinte grande parte das responsabilidades pelo estado a que chegámos.

Será que vivemos num País de ignorantes em que não se consegue fazer uma planificação da economia e do estado a 5 anos. Pelo que se vê parece sim.

Mas existe aqui outro problema: ao fazer aprovar este DEO - o que deve vir a acontecer porque o governo tem uma maioria parlamentar que o suporta - o PS, na hipótese de vir a ser governo, vai ficar obrigado a cumprir o DEO, porque a Troika ou só a União Europeia o imporá indubitavelmente e o que fará depois o PS? Precisa de explicar isto aos Portugueses e os Portugueses, de uma vez por todas, têm de começar a VOTAR, não nos Clubes, mas em quem cumpre aquilo que promete, deixar de votar em falsas promessas que rapidamente são esquecidas depois de atingirem o poder.

O Governo está perfeitamente à vontade para fazer a campanha eleitoral para 2015 e alentar esperança de uma vitória, porque a almofada financeira que tem vai fazer com que possam dar umas migalhas aos portugueses como se dá engodo aos peixes quando se está pesca. Além disso, existe um facto muito importante que é uma espécie de cereja no topo do bolo para o Governo, é que dos 78 mil milhões do empréstimo da troika, 12 mil milhões eram para a Banca, como a banca só utilizou cerca de 6 mil milhões, restam 6 mil milhões de euros nas mãos do governo mais os outros 6 mil milhões que a banca vai ter de pagar ao governo. Sendo assim, o governo, com o fim do programa de ajuda financeira, tem 6 mil milhões em cash disponíveis para ludibriar os Portugueses com umas esmolas.

Portugueses, pensem muito a sério no País que querem, porque com esta gente que nos tem governado não vamos a lado nenhum. De um lado liberais que deixaram de ser socialistas ou sociais-democratas, mais para a direita, liberais que se intitulavam sociais-democratas e que hoje são ultraliberais e isto é perigoso, porque o neoliberalismo é o berço da extrema-direita (desculpem, mas não me canso de dizer isto!) e não se esqueçam do falhanço das políticas dos socialistas e dos liberais pela escalada da extrema-direita.

E a Europa tem de mudar, por isso é que eu defendo que para a Presidência da Comissão Europeia tem de ir o grego Alexis Tsipras do Partido da Esquerda Europeia.

Eduardo Milheiro

 

 

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