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CENTENÁRIO DA BATALHA DE LA LYS

13-04-2018 - Manelinho de Portugal

CENTENÁRIO DA BATALHA DE LA LYS
I GUERRA MUNDIAL
9 de Abril de 1918 – 9 de Abril de 2018
DIA DO COMBATENTE

Portugal foi um dos países beligerantes na Grande Guerra -I Guerra Mundial- formalmente desencadeada a 28/07/1914, alinhando pelos “Aliados”. Esta aliança foi composta inicialmente pela França, Império Britânico e Império da Rússia, a que se juntaram em 1915 a Itália e em 1917 os Estados Unidos da América, para além de outros países. O outro bloco beligerante era composto pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Otomano (Turquia), a que também se vieram a juntar outras nações. Formalmente Portugal entrou no conflito a 09/03/1916, por declaração de guerra contra si pelo Império Alemão, não obstante desde 1914 já terem vindo a ocorrer confrontos militares fronteiriços nas colónias portuguesas de Angola e Moçambique com as germânicas do Sudoeste Africano (Namíbia) e da África Oriental Alemã (Tanzânia, Burundi e Ruanda).

A participação de Portugal na guerra terá envolvido a mobilização de cerca de 200.000 homens, tendo sofrido aproximadamente 10.000 mortos.

A batalha de La Lys, ocorrida a 9 de Abril de 1918 na Flandres francesa, teve por participantes 2ª Divisão do Corpo Expedicionário Português (com cerca de 20.000 homens) e 8 Divisões germânicas (com cerca de 100.000 homens). Este evento traduziu-se na maior derrota da história militar portuguesa, se se exceptuar o “desastre” da batalha de Alcácer Quibir, tendo as tropas lusas sofrido cerca de 1.300 mortos, 4.600 feridos, 2.000 desaparecidos e mais de 7.000 prisioneiros.

Na batalha de Alcácer Quibir, ocorrida em terras de Marrocos a 4 de Agosto de 1578, contabilizaram-se 9.000 mortos (entre os quais El Rei D. Sebastião) e 16.000 prisioneiros do lado português. Tal levou à perda material da independência portuguesa em 1580, e formalmente com a aclamação de Filipe II de Espanha como rei Filipe I de Portugal em 17 de Maio de 1581. Embora em termos jurídico-internacionais Espanha e Portugal se mantivessem reinos independentes, mas com um único monarca (monarquia dual), a verdade é que o nosso país foi governado durante 60 anos a partir de Madrid e segundo os interesses espanhóis, apenas recuperando a sua soberania (com rei português, D. João IV) na data simbólica de 1 de Dezembro de 1640, mediante o golpe de estado dos 40 conjurados ocorrido naquela data em Lisboa e seguido por levantamentos populares por todo o Reino. Contudo, de jure a restauração da independência nacional apenas ocorreu em 1668 sob a regência de D. Pedro II.

A batalha de La Lys foi desencadeada por uma ofensiva em larga escala das tropas germânicas (conhecida por Operação Georgete) na frente ocidental, cujo objectivo era o “rompimento” das linhas aliadas, separando as forças britânicas das francesas. No entanto, face à heroica resistência das tropas portuguesas, a qual muito retardou a progressão das alemãs, permitiu a chegada de reforços britânicos que sustaram aquela, sustação essa, que a não se ter verificado, teria tido por consequência uma grande mudança estratégica no decurso da guerra e desfavorável aos Aliados. Pouco mais de 7 meses após La Lys, a 11 de Novembro de 1918, o Império Alemão rendeu-se, terminando assim a I Guerra Mundial.

Ao tempo -e ainda hoje- têm sido vários os defensores e detratores da participação de Portugal na Grande Guerra, porém, o objectivo da mesma, que foi a manutenção da integridade territorial das ex-colónias portuguesas em África, foi plenamente conseguido na Conferência de Paris e subsequente Tratado de Versalhes assinado a 28 de Junho de 1919.

Antes de terminar, deve referir-se que 9 de Abril é considerado o Dia do Combatente, independentemente dos teatros de guerra onde os portugueses combatam ou tenham combatido em nome ou em prol da Pátria.

Por último, como “nota de pé de página” e a título meramente pessoal (“políticas” à parte), registei com muito agrado o facto de o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa e o Primeiro-Ministro António Costa se terem dirigido nos passados dias 8 e 9 de Abril a Paris e ao Cemitério Militar Português de Richebourg acompanhados pelo Presidente da República de França Emmanuel Macron, onde jazem muitos soldados lusos caídos na I Guerra Mundial, para prestar homenagem a esses bravos combatentes.


Monumento aos Combatentes da I Guerra Mundial, Av. da Liberdade, Lisboa

Manelinho de Portugal

 

 

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