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ABRIL……

06-04-2018 - Henrique Pratas

Abril é o quarto mês do calendário gregoriano e tem 30 dias. O seu nome deriva do Latim Aprilis, que significa abrir, numa referência à germinação das culturas. Outra hipótese sugere que Abril seja derivado de Aprus, o nome etrusco de Vénus, deusa do amor e da paixão. Outra versão é que se relaciona com Afrodite, nome grego da deusa Vênus, que teria nascido de uma espuma do mar que, em grego antigo, se dizia "abril".

Ocorreu-me escrever sobre este tema porque praticamente à 44 anos atrás ocorria em Portugal, mais propriamente na noite de 24 para 25 de abril a alteração do regime vigente e simultaneamente foi proporcionado a muitos de nós com utopias, com ideias de querermos um País completamente diferente, a capacidade de colocar na prática muitos dos sonhos que tínhamos que ele fosse melhor do que tinha sido até então.

Eu completei os 18 anos a 27 de abril de 1974 e dei largas há minha imaginação participei e envolvi-me em tudo o que era para melhorara s condições de vida da população deste País sem olhar a quem e ao quê e ainda sem qualquer tipo de esperança de reconhecimento ou de receber algum beneficio em troca. Eu não tenho nada de fenício, como muitos de vós também não têm, mas esta afirmação não é verdadeira para todos os que se engajaram em mudar o País, muitos e conhecidos de todos nós, pensaram nos seus interesses em primeiro lugar e relevaram os interesses do País para um plano secundário e o resultado está à vista, mas apesar de tudo os utópicos como eu e são muitos não deixam de exercer os seus direitos e obrigação de cidadania ativa e lá vamos continuando a tentar a água ao nosso moinho, que não é só nosso mas sim de todos os que estiverem interessados em comparecer os compartimentos não são estanques que vier por bem é bem-vindo. Urge arrepiar caminho em muitas as áreas se não em todas para que não seja empenhado o futuro dos nossos filhos e netos, mas não lhes auguro um bom fim de forma como os nossos políticos de carreira tem conduzido e empurrado este País.

Recordo-lhes que há umas semanas atrás passaram um número considerável de anos em que os Estaleiros Navais de Viana do Castelo foram encerrados, ora isto num País que tem a área de costa que tem compaginado com a qualidade de frota de pesca que existe não faz sentido nenhum, a não ser através de uma visão puramente economicista e sem capacidade de ver mais longe. A isto fica associado o triste episódio que o Carregueiro de origem espanhola que encalhou perto do bugio ter que ser desencalhado através de rebocadores que vieram diretamente de Gibraltar e que tinham maior potência e capacidade para o desenvolvimento de tais manobras, tudo isto é triste porque em tempos também nós enquanto País e Nação possuíamos rebocadores com esta capacidade de manobra. Quero aqui esclarecer para os menos informados que estes rebocadores são pagos à hora e do ponto vista estritamente financeiro, o “taxímetro” como eu o designo está sempre a contar desde a hora em que são chamados, não para até que as manobras estejam concluídas. Não entendo porque é que se desinvestiu em termos este tipo de rebocadores, mas quem tomou essa decisão deve ser um expert na matéria e o mais que eu tenho que fazer é reduzir-me à minha insignificância, mas calar-me é que não expliquem lá muito bem porque é decidiram desta forma, neste momento estamos confinados as rebocadores de pequeno porte para ajudar os navios a sair dos diferentes portos espalhados pelo território nacional que são muitos.

Mas voltando ao tema que me levou a escrever este texto, estamos em abril, mês em que as pessoas se manifestam, começam a estar mais disponíveis para ouvir, para agir e tomar decisões, na altura em que as estações do ano eram perfeitamente demarcadas, estávamos no início da Primavera, tinha acabado o Inverno normalmente rigoroso com chuva e frio onde as pessoas andavam encolhidas e perfeitamente agasalhadas uns melhores do que outros, mas assim que a Primavera dava os seus sinais as mentes modificavam-se e as pessoas começavam a dar um ara da sua graça. Transpondo esta mudança para o plano politico e dado que se aproxima mais uma comemoração do 25 de abril de 1974 e do 1.º de maio, trabalhadores, intelectuais, atores, militares e restante sociedade civil, já começaram e bem na minha opinião, a fazer-se notar e dar a entender que estão vivos e que não querem deixar morrer os direitos adquiridos. É bom ver o nosso País a manifestar-se de forma educada e pacífica, significa isto que os ideais não morreram, só é pena que nesta altura se manifestem com maior acuidade e não sejam um desiderato constante ao longo dos meses, mas entende-se porque muitos de nós colocámos a fasquia muito alta e sofremos desilusões e continuamos a sofrê-las quando vimos alguém que não tem competência de espécie nenhuma, dizer e fazer os maiores disparates e não ser responsabilizado por aquilo que diz e que fazem.

Chegámos a uma situação limite os Tribunais não funcionam ou se quiserem não decidem em tempo oportuno, existe uma Justiça para ricos e outra para pobres, a Saúde está uma miséria, independentemente de o atual Ministro dizer o contrário e vai dizendo mentiras atrás de mentiras, até que passam a verdades absolutas, esta era a prática do Hitler em termos de comunicação, a Educação é outra miséria, ao nível da Administração Interna, nem falar basta assistir à oratória dos seus responsáveis e compará-la com a prática, nos Negócios Estrangeiros, a nossa capacidade de influência é igual à nossa dimensão, isto é nenhuma, ao nível da Economia, Planeamento e Infraestruturas outro caos, sem planeamento, sem desenvolvimento ou manutenção das infraestruturas e objetivos a médio longo prazo pura e simplesmente não existem. Política de habitação também anda pelas ruas da amargura, ao nível das Finanças atiram-nos com números e mais números, mas nós só sabemos que nos sobram dias no mês, onde é que a nossa qualidade de vida melhorou? Mais uma vez fomos enganados, aparentemente reduziram-nos os impostos, foi isso que em sede de campanha eleitoral anunciaram, só que não disseram que os aumentos dos impostos indiretos iriam subir em exponencial e uma vez mais o Zé Pagode foi na “cantiga do bandido”.

Para fim de texto recordo-me do título da canção portuguesa que ganhou por Portugal o Festival das Canções “ Amar pelos Dois” e a conclusão que também está inserida na letra é que “não se pode amar alguém que não nos ame”, foi isso que ocorreu a muitos de nós amámos o 25 de abril de 1974, fez-nos sonhar, acordar, lutar pelos nossos ideais, mas o País não queria isto e muitos de nós não nos apercebemos disso e continuámos a lutar pelos nossos ideais sem nos termos apercebido que já nos tinham tirado completamente tudo, mas ainda bem que como escrevi anteriormente alguns de nós continuamos a defender e lutar pelos nossos ideais, dentro de partidos ou fora deles, cidadãos de corpo inteiro nós somos, amamos o País que nos viu nascer embora ele às vezes não nos corresponda, não queremos sair de cá, estamos vivos, presentes, ativos, incisivos, atuantes e cidadãos de corpo inteiro até que a vida nos permita.

Henrique Pratas

 

 

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