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Notícias e Opinião do Concelho de Almeirim de Portugal e do Mundo
 

VIII – HISTÓRIAS DE ENCANTAR
CONSIDERAÇÕES (pouco) OPORTUNAS

30-03-2018 - Pedro Pereira

Aqui há uns anos atrás, porque não sabia nadar, o senhor engenheiro, no pleno gozo das suas faculdades governativas (que outras não sabemos se as teria...) como primeiro-ministro, tomou conta dos microfones e holofotes das câmaras a fim de botar faladura em tom lamuriento bufando que ia dar de frosques porque afinal não vivia num país, mas «num pântano». Palavras do senhor.

Dito isto, «por aqui me vou e ala que se faz tarde». Pegou na valise de papelon e deixou os seus acólitos bufarinheiros desempregados e o Zé pagode a coçar a tola de binóculos em riste à procura do tal de pântano.

Seguiram-se os governos dos dois estarolas.

O primeiro, o «carapau de corrida», perdão, o «cherne», foi até aos Açores lambuzar as botas do analfabeto funcional que é o rapazola Busch e daí a poucos meses foi nomeado presidente da Comissão Europeia. Mas caganda coincidência! Porra! E não é engenheiro!...

Como é muito inteligente (não fazer confusão com o das toiradas) acabou reconduzido no cargo depois de ouvidas as populações dos países que compõem a UE e por lá ficou até à pouco tempo.

- O quê? Estão-nos aqui a soprar ao ouvido que a populaça não foi ouvida! Não queremos acreditar! Mas então que caporra de democracia existe lá por Bruxelas em que o presidente, o todo-o-poderoso não foi eleito? Mas camerda é esta, em que quem decide os destinos dos europeus comunitários – entre os quais nos incluímos - não são eleitos?

Devem andar a gozar com a nossa cara, quer-nos parecer...

Como o cherne foi navegar para águas turvas, ascendeu ao pódio da nação o Lopes, moçoilo virtuoso, de fino trato, dedicado aos lavores femininos e lingeries rústicas da linha de Cascais. Mais por amor ao engenho que por mor das artes.

Por cavalgar débeis alimárias e por empatia com estas, encetou em cair frequentemente nos quartos traseiros, lançando a confusão nas suas hostes bafientas - salvo os que usavam naftalina - irritando o olfato e a vista do povoléu.

Atento ao descontentamento da plebe, o venerando chefe do estado por pouco mais tempo arrastou os seus pés chatos entre o jardim e as restantes dependências do palácio, até tomar a decisão de demitir o primeiro-ministro, que diga-se em abono da verdade era um esbelto mocetão que povoava os sonhos húmidos das balzaquianas deste mundo e.… do outro.

Feitas eleições, eis que começou a cavalgar - salvo seja! – na montada do poder, outro senhor engenheiro. Rapaz de nariz rubicundo, com voz de boneco de feira fanhoso muito dado às artes mágicas & afins.

E governou... governou... governou... O quê? - Ah pois! Estão aqui a dizer-nos que governar tem que se lhe diga. Pois... compreendemos, tem mesmo que se lhe diga, senão éramos todos governantes!... É muito inteligente o senhor. Não confundir com o das toiradas!...

Durante os seus mandatos (não concluiu o segundo, coitadito…) o país deu um grande salto em frente. Tão grande que ficámos todos mesmo à beirinha de nos despencarmos no mar. E o pior é que a maior parte da populaça não sabe nadar. - O quê? Chiça! Estão outra vez aqui a soprar-nos ao ouvido que quem não souber nadar que se lixe.

No nosso modesto entender não é bem assim! Então que se lixe?... É?... - Era o que faltava! Coitadinhas das pessoas!...

Quando o senhor engenheiro suspendeu o seu mandato, houve que se realizar novas eleições para um novo governo.

Mas que chatice! Porque é que tem de haver eleições de quatro em quatro anos? Não seria melhor que fosse de dez em dez anos? Ou de vinte em vinte anos? Ou até de quarenta e oito em quarenta e oito anos?... Mas cagaita!

Estranhamente o povoléu quis dar votos a todos os partidos políticos para que os profissionais da política ficassem felizes e contentes e não tivessem que ir para o desemprego, pobres coitados…

E não é que ficaram felizes!... Só o senhor engenheiro é que ficou triste e com razão. Com a fúria – pobrezito – na noite da derrota eleitoral fechou-se na retrete da residência oficial e escavacou a cagadeira ao pontapé e à cabeçada.

Claro que esta pequena diatribe acabou por ser assim a modos que um acto simbólico, face à mais ampla destruição em que deixou o país após largar o tacho do poder, deixando como herança e prova do seu amor e carinho à nação uma monstruosa dívida pública a beirar a bancarrota, para que os portugueses nunca mais se esquecessem dele.

Depois de ganhas novas eleições do partido do Cherne, vieram uns senhores e umas senhoras limpar o lixo, a bagunça e as desgraças da nação deixadas pelo engenheiro e obrigaram o povo a apertar o cinto para este ficar mais elegante.

Mais quatro anos se passaram e de novo… eleições.

Os senhores e as senhoras foram reeleitos, mas por artes mágicas foram substituídos na gerência da nação por um grupo de foliões amigalhaços e parceiros das governanças do senhor engenheiro do nariz rubicundo.

É o que se chama: - coincidências & chalaças da vida política da nação…

Quer-nos parecer que esbracejamos de novo num pântano.

- O quê? Estão aqui a bufar-nos à orelha que já não vivemos no pântano, mas em areias movediças, ainda aquelas, as mesmas do tempo do primeiro engenheiro desta novela.

- Mas que exagero! Se estivéssemos a viver em areias movediças estávamos-mos a afundar. - O quê? Estamo-nos a afundar?... Pois é... Olhem!... Já não conseguimos ver os nossos pés!... Mas que chatice esta!...

Pedro Pereira

 

 

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