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PAÍS DE DOUTORES

16-03-2018 - Joaquim Jorge

Francisco Barreiras Duarte estava convencido de que poderia usar o estatuto de investigador convidado na Universidade da Califórnia em Berkeley. O problema é que o seu nome não consta dos registos da instituição norte-americana. Feliciano Barreiras Duarte nunca foi professor convidado da Universidade Pública de Berkeley como chegou a ser referido na página oficial do PSD.

Não havia necessidade de tanto currículo! Já se apressou a corrigir o currículo, todavia não tem valor nenhum, só o fez, porque foi desmascarado.

Não chega corrigir currículo! Deveria demitir-se das suas funções. Feliciano Duarte é secretário-geral no PSD, tem enormes responsabilidades políticas no maior partido da oposição. Uma pessoa que não coloca no seu registo aquilo que é correcto, não deve exercer funções deste tipo, pois pode no futuro voltar a proceder da mesma forma e abrir novo precedente.

Por outro lado, pode ter acedido a funções para as quais não tinha competência e é muito feio se tal aconteceu.

Se não houvesse a denúncia da professora universitária Deolinda M. Adão, os portugueses nada saberiam pelo semanário SOL.

O estatuto de “visitor scholar”( estudante visitante) transformou-se em“ liar scholar” ( estudante mentiroso). Retirar a referência não iliba o procedimento altamente reprovável.

Rui Rio, afirmou que Feliciano Barreiras Duarte lhe deu a mesma explicação sobre o seu currículo que à comunicação social. Rui Rio anda em maré de azar com casos menos edificantes: Salvador Malheiro (relvados sintéticos), Elina Fraga (Ordem dos Advogados) e agora Feliciano Duarte (currículo).

Há coisas que não têm explicação por mais que se expliquem. Há pequenas grandes coisas na nossa vida que têm que ver com a nossa educação e nada tem que ver com instrução: não mentirmos sobre as nossas habilitações académicas, assumirmos como somos e não andarmos a inventar coisas.

Somos um país a armar ao fino, deslumbrado, cheio de salamaleques e de pavões, novos-ricos e doutores julgando sempre que somos mais do que os outros e que vivemos lá de cima do nosso pedestal. Todavia, não passamos de uns pindéricos e pirosos.

Somos um povo pretensioso e snobe, pensando que por termos um canudo, ou mestrado ou um doutoramento somos mais do que os outros.

Enquanto não mudarmos esta mentalidade do armanço, que temos um canudo ou canudos, dinheiro, motorista e carro, cartão de crédito, etc., não vamos lá.

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores

 

 

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